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Range Rover Sport 2014: o que será que ele não faz?

A partir de novembro de 2013 até o mesmo mês do ano que vem, cerca de 1.300 pessoas terão adquirido aqui no Brasil o novo Range Rover Sport, modelo mais luxuoso da marca inglesa Land Rover. Essa é a expectativa de vendas da empresa para a comercialização no país.

Eu já disse algumas vezes e repito: esse SUV é o tipo do carro difícil de ser avaliado, pois, de tão bem elaborado, não abre brechas para críticas. São muitos atributos e, poucos, pouquíssimos elementos que poderiam ser chamados de “defeitos”.

Se existe um incômodo nesse carro (em observação bem pessoal) é o preço quase três vezes mais alto do que o (justo) valor pago por ele em mercados como o da Europa e dos Estados Unidos. Por aqui ele parte de R$ 377.500, chegando a R$ 539.900 na sua configuração mais completa.

Emagrecimento >> Focando a economia de combustível e melhor performance, a nova geração do Range Rover Sport perdeu nada menos que 420 kg em relação à versão anterior. Toda a estrutura foi mudada: a plataforma é completamente nova, ele ganhou inédita suspensão e a carroceria agora vem 100% em alumínio.

Um dos detalhes perceptíveis é a ausência daquelas coberturas pretas (em formato triangular) que serviam apenas para esconder a parte de baixo das suspensões traseiras. Agora, bonitos braços de alumínio e aço ficam expostos como parte do design.

Mesmo perdendo peso e tendo todo o conjunto de monobloco aliviado, a rigidez torcional do novo Range Rover Sport subiu quase 25%, coisa que pude notar nas provas de ´slalom´ e de avanço em obstáculos com rodas suspensas, ambas oferecidas pela marca nos dois dias de avaliação do modelo no interior de São Paulo. Mesmo com a carroceria solta no ar como se fosse uma gangorra, não há o mínimo sinal de empeno na estrutura. As portas abrem e fecham do mesmo modo que isso acontece com o automóvel no piso plano.

Motores e versões >> Aqui no Brasil esse carro será ofertado em 7 versões. Confira os principais dados e preços:

1) RANGE ROVER SPORT SE S/C  (gasolina, 6 cilindros, 3.0, 340 cv = R$ 365.500);

2) RRS HSE S/C   (gasolina, 6 cilindros, 3.0, 340 cv = R$ 393.500);

3) RRS SDV6 SE  (diesel, 6 cilindros, 3.0, 292 cv = R$ 377.500);

4) RRS SDV6 HSE  (diesel, 6 cilindros, 3.0, 292 cv = R$ 405.500);

5) RRS S/C HSE DYN  (V8 Supercharged a gasolina, 5.0, 510 cv = R$ 496.500);

6) RRS S/C HSE AUTOBIOGRAFHY  (V8 Supercharged a gasolina, 5.0, 510 cv = R$ 530.900);

7) RRS S/C HSE AUTOBIOGRAFHY DYNAMIC  (V8 Supercharged a gasolina, 5.0, 510 cv = R$ 539.900);

Muito difícil apontar qual delas é a mais interessante, mas a coisa se divide mais ou menos assim: aos mais comedidos no gastar e que rodarão nesse carro diariamente, sem dúvida a movida a diesel é a mais indicada, pois bebe menos, tem performance idêntica à da versão V6 a gasolina e, provavelmente é mais silenciosa que qualquer carro que você já andou até hoje. Mas se o seu desejo é ter nas mãos um esportivo com um lindo ronco e com um desempenho ultrajante, a escolha pelo V8 de 510 hp de potência vai te fazer sorrir a cada acelerada, pois o comportamento é simplesmente inacreditável: rápido nas retomadas, equilibradíssimo nas curvas e extremamente confortável em todas as rotações.

Frigir dos ovos… >> Na opinião de Adriano Resende (Diretor de Produto e Marketing para a Jaguar/Land Rover da América Latina) esse carro só tem três oponentes: Porsche Cayenne e BMW X5 e X6. De fato, são rivais à altura, mas há de se admitir que ambos não possuem a tradição ´off road´ que a marca inglesa tem.

Testei esse carro durante um dia e meio em condições bem exaustivas. A maior delas, subir e descer (durante horas) algumas trilhas quase intrafegáveis da Serra da Mantiqueira. Fazendo um zig zag entre São Paulo e Minas Gerais, essa máquina encarou (e suplantou) obstáculos daqueles (como dizia a minha Avó Lucila) “de dar dó…”

Enfim…, as significativas mudanças (de design, inclusive) trazem a esta geração do Range Rover Sport um vigor renovado para competir no nicho do luxo extremo, aonde o cliente especial (mesmo sem demonstrar) é detalhista e exigente ao máximo. Outro ponto interessante é que, mesmo com todos os recursos tecnológicos, como por exemplo, distribuição de torque e frenagem individual para cada roda, controle de tração e estabilidade, suspensão que monitora o piso cerca de 500 vezes por segundo, ajustando, com controles pneumáticos, a altura e o conforto da cabine, radar frontal (que permite aceleração e frenagem sem o comando do motorista, para evitar colisões), estacionamento automático em vagas paralelas ou perpendiculares, etc, etc, etc… Mesmo com tudo isso, essa máquina não é um trambolho autônomo e sim um SUV muito ágil e prazeroso de guiar.

Outra coisa que é importante ressaltar: o sistema de som “Meridian” (com 23 alto-falantes e 1.700 Watts!) é tão bom, mas tão perfeito, que até parece que o Led Zeppelin está fazendo um show no banco de trás. A nova máquina inglesa faz de tudo dentro e fora do asfalto. Em relação à geração anterior, subiu muitos degraus confirmando o traquejo construtivo de sempre. (Fábio Amorim / Fotos: divulgação)