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Peugeot 308: nova numerologia francesa no Brasil

Mais do que os olhos podem ver: modelo amplia até a beleza do Zé Bonitinho
Mais do que os olhos podem ver: modelo amplia até a beleza do Zé Bonitinho

No ano passado, mais de 40% das vendas da Peugeot ocorreram fora da Europa e, logicamente, como se sabe, atualmente o Brasil é a fatia mais importante e atraente da América Latina para se apostar. Nesta semana um dos lançamentos automotivos mais festejados aqui foi o do “308”. Trata-se do novíssimo hatch médio (e sucessor) do Peugeot 307 que recebeu uma respeitável remodelada. Andei no veículo nos arredores da cidade de Ouro Preto (MG) e você verá as impressões logo abaixo.

Basicamente (e espero não ser injusto deixando alguém fora do páreo), há aqui no País cinco concorrentes diretos desse carro: Fiat Bravo, Citroën C4 hatch, Ford Focus hatch, VW Golf e Hyundai i30, este último o mais árduo deles e que atualmente vende cerca de 6 vezes mais do que o modelo francês (3.000 unidades ao mês contra apenas 550 do ´ex´ 307). Completamente mudado e adequado ao perfil da geração do 308 europeu, o nosso virá importado da Argentina. Muito charmoso e agora com opção de teto solar panorâmico, além de LEDs diurnos frontais, o 308 mudou (de verdade): carroceria, suspensão, motor (da versão 1.6), interior e acabamento estão completamente modificados. O novo ´308´ faz parte da renovação do portfólio da marca francesa aqui no Brasil e, muito provavelmente, o veículo conseguirá atrair a maioria dos seus ex-clientes que já usaram o 307 no passado. Veja agora o resultado do test-drive.

Quem é e o que mudou?

Se você já guiou ou possuiu um 307, ficará feliz ao perceber que o Peugeot 308, de fato, é uma evolução da antiga geração. É muito chato, às vezes, viajar milhares de quilômetros, para constatar que o “novo” não tem nada de novo de verdade. Nesse caso, com exceção do motor 2.0 (e do veterano câmbio automático de 4 velocidades) que não foram alterados, o resto é novo em todas as versões: faróis (mais alongados e com adição de chamativos LEDs), lanternas traseiras, grade, capô (mais musculoso e com dois vincos de forte personalidade), laterais mais limpas e com poucas ´rugas´, tampa do porta-malas, desenhos de rodas, largura de caixas de rodas, apliques decorativos externos, acabamento interno, desenho de grafia dos instrumentos do painel, ergonomia dos bancos, etc…, absolutamente tudo foi renovado com o intuito de alavancar vendas.

O (ex) 307 sempre foi um carro muito interessante e, por conta dessas melhorias, o 308 está melhor. Como todos os Peugeot´s, o novo hatch continua com suspensão muito bem acertada. Uma tendência (que o 307 tinha) de vibrar o volante em situações de condução mais aguerrida, foi eliminada. Agora a ´conversa´ das suspensões com o volante e, consequentemente, com as mãos do condutor, está mais nítida, coerente e direta. Uma espécie de leitura que o veículo faz com o chão (péssimo das nossas estradas) está muito mais afinada e confortável para quem o dirige.

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Versões e preços

A família do novo 308 divide-se assim: Active 1.6 (de entrada, mas já bastante completo); Allure 1.6 (que ganha em diferenças de acabamento, como painel com fundo preto; grade com frisos cromados; acendimento automático dos faróis…, etc…); Allure 2.0 (com opção de câmbio manual de 5 marchas ou automático com 4) e o ´top´ Feline 2.0 (somente automático, que já traz bancos em couro, teto panorâmico e dezenas de frescurinhas…). Os preços (sugeridos pela fábrica para o mercado de São Paulo) variam de R$ 53 mil a R$ 70 mil e lá vai pancada. Vale? Está na média dos concorrentes citados acima, mas, sem dúvida, atualmente é o mais interessante entre todos.

Comportamento

O 308 pode vir equipado com dois tipos de motorização:  1.6 Flex Start (que dispensa o ´tanquinho´ de gasolina para partidas a frio). Essa nova unidade, chamada de EC5 doa 122 cv (o mais forte 1.6 do mercado) e torque máximo de 16,4 kgf.m. Também há o 2.0 Flex 16V (151 cv e torque de 22 kgf.m). Nesta nova geração, em opinião bem pessoal, prefiro o 1.6, muito mais acertado em escalonamentos de câmbio, mais silencioso e menos ruidoso. Para condução urbana (mesmo sem ser automático), seria a minha escolha. Logicamente o 2.0 (nas altas rotações) é um pouco mais arisco, mas acho injusto se cobrar muito mais por apenas 29 hp de diferença.

Veredicto

Completíssimo e com uma vasta lista de itens de série e opcionais, o 308 está chamativo nas ruas, bem mais bonito e moderno que a geração anterior e é um hatch bastante acertado em freios, suspensão e acabamento. Bancos bem moldados e ajustes da coluna de direção (em altura e profundidade) favorecem uma posição agradável de dirigir. Por dentro, frescurinhas aos montes, como GPS, vidros, travas, retrovisores (retráteis), som com entradinhas para todas as mídias, espelhinhos de cortesia e o tal símbolo do Leão Peugeot a diferenciar o proprietário no meio do trânsito. É boa opção a se considerar atualmente e a marca francesa está apostando em dobrar as vendas do modelo agora em 2012.

Eu gostei de quase tudo. Uma pena não ter vindo com caixa automática mais moderna, pois a de 4 velocidades às vezes é lenta em retomadas. Nem falarei do pacote de segurança: tem sistema de freios com ABS (e todos os auxiliares possíveis) e 6 Airbags para proteger as cucas, tórax e joelhos dos ocupantes. Como disse, ficaria com o 1.6 (pela relação custo-benefício). Se você quer mais pimenta nessa salada…, aguarde o Salão de São Paulo (em outubro desse ano) e terás em mãos o 308 hatch turbo, com o ótimo motor (BMW), o mesmo que equipa o Peugeot 3008. Aí a conversa começa a ficar mais interessante. I FA