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Volt, a mobilidade coerente

Carro elétrico da General Motors tem autonomia estendida de 560 quilômetros
Freios do veículo são regenerativos e convertem a energia (que seria desperdiçada) numa realimentação da bateria de íons de lítio.
Freios do veículo são regenerativos e convertem a energia (que seria desperdiçada) numa realimentação da bateria de íons de lítio.

Acredito muito, aliás, o tal “Pré-sal” me faz imaginar que carros elétricos jamais serão a maioria da frota no Brasil. Temos muito petróleo a queimar e cana de açúcar, mais ainda.O que provavelmente acontecerá nos próximos anos, será uma procura maior de veículos híbridos, que compartilhem o funcionamento de motor a combustão (gasolina e/ou álcool) com o auxílio de outro propulsor elétrico. Atualmente só há um veículo desse tipo (revendido em concessionárias tradicionais) à disposição do mercado nacional, que é o Fusion, sedã híbrido da Ford (já testado pela Gazeta Auto) que, no fim das contas, chega a ser mais econômico em consumo do que um compacto KA.

Basicamente, um veículo “híbrido” funciona com gasolina nas arrancadas mais fortes, ultrapassagens e retomadas e com carga elétrica nos ciclos de baixa rotação, velocidades constantes ou quando estacionado. Um dos lucros dessa parceria é o baixo nível de poluição por gases de escapamento. O GM Volt, veículo avaliado por nós em Recife (PE), trabalha mais ou menos assim.

Híbrido ou elétrico?

A Chevrolet do Brasil alega que o Volt não é um “híbrido” e sim um veículo puramente elétrico, no entanto, tecnicamente o carro possui um motor a gasolina de 4 cilindros e mais duas unidades elétricas sob o capô. O argumento (a meu ver mais de marketing do que puramente técnico) é que a unidade a gasolina serve somente como um gerador de energia para a bateria de íons de lítio e não como uma força que tracione as rodas. Explicação aceitável, mas que contraria o Dicionário Aurélio, que considera “híbrido” algo onde “há mistura de espécies diferentes”. Enfim, híbrido ou somente elétrico, o Volt é um bom exemplo da junção entre a mobilidade feita com mais respeito ao meio ambiente.

Uma bela máquina

Hatch de cinco portas e quatro lugares, o Chevrolet Volt congrega dois tipos de “fontes de energia”: um motor a gasolina (4 cilindros, 1.4 de 84cv) e duas unidades elétricas (que tracionam as rodas dianteiras) e doam um total de 111 kW (ou 150 hp).

Primorosamente bem construído e completamente reforçado, o modelo comporta uma bateria de 198 kg disposta em “T” no assoalho. Pode ser alimentado em tomadas de 120 e 240V, precisando de até 12 horas para ser recarregado. Somente no modo elétrico ele consegue uma autonomia de até 60 quilômetros e com o auxílio do motor-gerador, a autonomia estendida sobe para 560 quilômetros.

O carro vem com tudo o que se pode ter de equipamento de conforto e segurança, como freios ABS, controle de estabilidade, ar-condicionado, som, direção elétrica e 8 Airbags. Seu torque (de 36,8 kgf.m) é interessante e a velocidade final chega aos 160 km/h. Por dentro, luxo, conforto, alta tecnologia e silêncio, muito silêncio. Ele é tão “calado” que há um sistema de alerta aos transeuntes para se evitar atropelamentos.

Máquina de bonito design, acabamento superior, o Volt já é vendido no sucesso nos EUA e chegará em breve à Europa e China. No Brasil seria (nesse instante) inviável comercialmente, mas, em constante evolução, já é modelo conhecido e aceito nesses mercados mais exigentes. Uma bela e agradável máquina sobre rodas, que, ao final do passeio deixa aquele gostinho de responsabilidade ambiental no ar. Boa essa equação de locomoção eficaz com o mínimo de emissões de gases.

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