Não é lenda, mas história verídica com “H” maiúsculo. No começo dos anos ´60, o rico industrial italiano, Ferrucio Lamborghini, descontente com o sistema de embreagem de sua Ferrari e com o excesso de ruídos na cabine, foi reclamar dos defeitos diretamente com o dono da empresa, o irascível Enzo Ferrari. O encontro não foi muito amigável, pois, Ferrari simplesmente não gostou e retrucou as observações de Lamborghini dizendo que ele era “apenas um fazendeiro e não poderia se queixar dos seus carros…”
O troco >> Sentindo-se ofendido, Ferrucio Lamborghini retirou-se da sala com o objetivo claro de criar um carro esportivo tão potente quanto os da Ferrari, só que mais confortável e agradável de dirigir.
O primeiro “Touro” >> Em oposição ao cavalinho empinado (marca registrada da Ferrari), o primeiro passo de Ferrucio, foi criar como símbolo para a Lamborghini, um bravo touro com a cabeça baixa em posição ofensiva. Em 1964, Giotto Bizzarrini, um engenheiro conceituado e ex-funcionário da Ferrari, criou na nova fábrica da Lamborghini em Santa Agata, o primeiro modelo da marca, um cupê de dois lugares e motor V12 denominado de “350 GT”. O bólido foi desenvolvido em parceria com o dinâmico Giampaolo Dallara, chefe de engenharia da Lamborghini e ex-colaborador da Ferrari e Maserati, portanto, um profissional habituado com carros esportivos.
Estrela em Genebra >> Para a surpresa de muitos, especialmente, Enzo Ferarri, no Salão de Genebra de 1964, o Lamborghini 350 GT chamou muita atenção do público, despertando bastante interesse comercial. A máquina bem lapidada pelo estúdio Carrozzeria Touring, tinha atraentes formas arredondadas, longa distância entre os eixos, capô rebaixado e um intrigante par de faróis ovais. O desenho “limpo” dessa máquina era muito agradável.
Desempenho >> O 350 GT nasceu forte para incomodar. Seu enorme motor V12 era uma usina de força bem equalizada com 3.464 cm³ (3,5 litros) rendendo 320 cv de potência, números que o impulsionavam da imobilidade aos 100 km/h em 6,3 segundos e o levavam a uma velocidade máxima de (respeitosos) 250 km/h. Ao contrário das Ferraris, esse Lamborghini era mais confortável e com um sistema de embreagem mais macio e eficaz. A suspensão era independente nas quatro rodas e os freios a disco, muito equilibrados, eram suficientes para fazer o carro parar mesmo em alta velocidade.
Fabricado entre 1964 e 1967, o 350 GT representou a vigança de Ferrucio Lamborghini contra Enzo Ferrari e, daí por diante, seus carros começaram a ser batizados com nomes de bravos touros (Espada, Islero, Miura, Jarama, Diablo, etc…), fazendo enorme sucesso pelo mundo. I FA
