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Como o airbag pode, também, matar. Ou: os perigos de não se atender aos anúncios de ´recall´

Uma autópsia conduzida pelos especialistas do Instituto de Ciências Forenses do condado de Harris, perto de Houston, no Texas (EUA), descobriu que um disco metálico de um airbag cortou o pescoço de um homem após um acidente de trânsito de baixa velocidade no mês passado. O instituto concluiu que a morte do cidadão Carlos Solis foi acidental, devido a danos de alta força no seu pescoço. Solis morreu no subúrbio de Spring, quando seu carro, um Honda Accord 2002 equipado com air bags feitos pela japonesa Takata Corporation, bateu em outro veículo a uma velocidade considerada muito baixa.

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Solis está entre o grupo de 6 pessoas mortas e 64 feridas pelo mecanismo de inflação do airbag, que pode funcionar com excesso de força, explodindo o cartucho metálico e espalhando estilhaços como uma granada. Como visto nas fotos da NBC News e explicado no relatório, o disco metálico tem cerca de 7 cm de diâmetro e 370 g de peso. Com a explosão, seus estilhaços penetraram no pescoço de Solis, cortando uma artéria e uma veia.

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O carro, em si, quase não sofreu avarias no parachoque, paralama esquerdo e cofre de motor. Solis comprou o veículo de um revendedor independente de seminovos em Houston. O airbag desse modelo fazia parte de um recall de 2011 avisando da necessidade de troca do inflador, mas nem o revendedor nem os donos anteriores seguiram esta recomendação. A Honda enviou cartas de notificação ao primeiro dono em 2011, mas não havia feito o mesmo a Solis. Após o acidente, a Honda fez novo anúncio de recall pedindo aos donos de veículos idênticos que os levem ao revendedor assim que possível. (Fotos: divulgação NBC News / Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião deste veículo. Texto desta seção: Zé Luiz Viera)