A Ford será a primeira empresa na indústria automotiva a usar o “grafeno” em seus veículos. Esse novo material leve e absurdamente resistente (200 vezes mais forte que o aço), começará a ser aplicado no final do ano em peças do esportivo Mustang e da picape F-150, podendo equipar, posteriormente, outros carros da marca.
Aplicação >> Chamado de ´material milagroso´, o grafeno já é usado em telefones celulares e alguns artigos esportivos. Além de extremamente fino e flexível, é um dos melhores condutores do mundo e também um ótimo isolante de som, segundo a Ford. Embora não seja economicamente viável para todas as aplicações, a Ford desenvolveu junto com a Eagle Industries e a XG Sciences uma maneira de usar esse nanomaterial bidimensional em pequenas quantidades. Ele será aplicado na cobertura de linhas de combustível, bombas e motores, como um isolante acústico superpotente para tornar a cabine mais silenciosa.
Prêmio Nobel >> O grafeno foi isolado pela primeira vez em 2004, mas os avanços na sua aplicação são relativamente novos. O primeiro experimento para isolar o grafeno foi feito usando grafite de lápis e um pedaço de fita adesiva. Com a fita, foram retiradas camadas de grafite para criar o material. Esse experimento rendeu o prêmio Nobel em 2010 aos seus criadores, Andre Geim e Konstantin Novoselov.
Em 2014, a Ford começou a estudar com fornecedores o uso do material em peças automotivas. Geralmente, reduzir o ruído na cabine dos veículos significa adicionar mais material e peso, mas com o grafeno é o oposto. Em testes feitos pela Ford e fornecedores, a espuma misturada com grafeno trouxe uma redução de 17% no ruído, uma melhoria de 20% nas propriedades mecânicas e de 30% na resistência ao calor comparado ao material sem grafeno. (Fotos: divulgação Ford)