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Mercedes-Benz é flagrada em fraude de emissões

Um relatório que o jornal germânico ´Bild´ teve acesso, revela que as autoridades alemãs descobriram cinco sistemas de manipulação das emissões de gases poluentes nos motores movidos a óleo diesel da Mercedes-Benz. A descoberta aconteceu devido a algumas suspeitas da agência de regulação dos transportes da Alemanha (KBA), e isso resultou numa investigação nos propulsores ´Euro 6´ da Daimler. Embora o relatório apontasse para, pelo menos um milhão de carros equipados com um tipo de software ilegal, de uma reunião ocorrida esta semana entre o CEO da Daimler – Dieter Zetsche – e o ministro alemão dos Transportes, Andreas Scheuer, o número que saiu foi outro: 774 mil carros da Mercedes-Benz vão ser chamados às oficinas, a fim de se regularizar o funcionamento dos seus respectivos motores. O imbróglio envolve o modelo Classe C (versão 220d), GLC (220d) e também o furgão Vito (109/111 CDi), todos eles equipados com motores diesel Euro 6.

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Fraude >> De acordo com a KBA e conforme o jornal Bild am Sonntag, estes motores desativam os mecanismos de controle antipoluição depois de um tempo definido. Segundo o periódico, os motores (após ligados) passam entre 20 e 33 minutos funcionando de maneira ´mascarada´. Esse instante de ação fora dos padrões legais, serviria para burlar os testes de homologação dos propulsores, já que qualquer avaliação desse tipo é feita antes desse período de tempo citado. A manobra leva as autoridades alemãs a suspeitarem que essa terá sido a intenção real da Daimler: manipular as emissões.

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Negação >> Ao contrário da Volkswagen e da Porsche, apanhadas no mesmo erro e que assumiram as suas culpas e estão pagando por isso, a Mercedes-Benz não admite que recorreu a dispositivos fraudulentos, embora já tenha anunciado o gigantesco ´recall´ dos 774 mil veículos envolvidos no problema. Por qual motivo isso acontece? A posição oficial do fabricante teutônico apoia-se numa zona cinzenta da legislação que permite que um motor moderno a diesel possa desativar, momentaneamente, os seus sistemas de controle antipoluição. Até aí tudo bem, o problema é que 100% dos testes realizados pela KBA estão acontecendo de maneira sistematicamente idêntica, o que pode caracterizar, sim, uma programação específica no software para cometer essa fraude. Na Alemanha, o furgão Vito foi a ponta do iceberg, mas o grosso do recall incidirá nos Classe C e GLC. (Fotos: divulgação) 

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