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Nissan Kicks: várias surpresas em 7 dias de teste

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Automóveis, assim como as roupas, por exemplo, seguem tendências de moda e estilo. O design vai evoluindo e se adaptando ao gosto do público, mantendo a coerência estética de um momento e dançando conforme a música que se toca em cada época. Do mesmo modo, o cabedal tecnológico e os recursos de segurança seguem melhorando incessantemente.

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Compartilhamento >> Em nome da diminuição de custos para a produção em larga escala, diversos fabricantes (quase 100% deles) desenvolveram e ainda mantêm parcerias que envolvem compartilhamento de tecnologias. São as famosas ´joint venture´. No frigir dos ovos, motores, caixas de câmbio, suspensões, plataformas e outras soluções que antes pertenciam apenas à uma marca, emaranham-se de um jeito inimaginável. O resultado disso? Os comportamentos dinâmicos dos carros se assemelham de uma maneira que, num teste às cegas, fica praticamente impossível de se identificar em qual veículo você está andando. No tópico imediatamente abaixo, explico os porquês de ter levantado essa questão.

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Em alta >> Os SUVs (do inglês, Sport Utility Vehicle ou Veículo Utilitário Esportivo) são os mandatários de todos os mercados globais importantes da atualidade. Esse tipo de carro cresce mais do que qualquer outro há mais de uma década em todo o mundo. Seduz pela posição elevada de dirigir, larga capacidade cúbica do porta-malas e também pelo amplo espaço interno. Essas são as características principais que um SUV tem (ou deveria ter…). O Nissan Kicks, exemplo dessa privilegiada espécie líder de vendas, foi uma das surpresas mais positivas que tive nos últimos tempos. Recebi para rápido test-drive de apenas uma semana a versão SL, topo da escala.

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Apesar da atual ligação da Nissan/Renault com a Mitsubishi, o Kicks oferece personalidade sem influências externas. Seu rodar é muito macio, o nível de ruídos é mínimo e ele tem – disparado – a suspensão mais silenciosa em relação à todos os concorrentes aqui no Brasil, dentre eles, Jeep Renegade, Renault Captur e Duster, Ford EcoSport, Peugeot 2008, Citroën Aircross, Chevrolet Tracker e Honda HR-V, este último, a meu ver, o único que tem um conjunto tão interessante quanto o do Kicks.

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Vantagens >> O SUV de origem japonesa tem a melhor ergonomia do segmento: a posição de dirigir é impecável e todos os comandos são de fácil acesso ao motorista, bem localizados e numa distância racional para o uso das mãos e dos pés. Esse é o maior trunfo: você não cansa dirigindo um Kicks, mesmo que seja em longa distância com várias horas ao volante.

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Muita economia >> Apesar de não oferecer injeção direta de combustível, o motor 1.6 de 4 cilindros é bem mais econômico do que a média. Consegui um número inacreditável de 8,4 km/litro utilizando somente etanol em percurso puramente urbano. Mesmo com a péssima gasolina brasileira, é possível arrancar 11,5 km/litro na cidade com ele, quando abastecido só com esse tipo fóssil. Não me lembro de dados tão bons dos outros oponentes. Testei todos, com exceção do modelo da GM, já que a marca há muitos anos não nos convida para seus eventos de lançamentos.

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O terceiro ponto positivo do Kicks é a ampla visibilidade que o motorista tem para frente, para os lados e também pelos retrovisores. Não há obstáculos estranhos, colunas mal posicionadas ou vidros pequenos demais para atrapalhar. Tudo parece ter sido minuciosamente planejado. As dimensões da carroceria e a distribuição de volumes é de uma exatidão impressionante. E cito mais uma vantagem: o chamado “jogo de direção” (ângulo de giro) é um dos melhores que já experimente. A equação facilita as manobras mesmo em espaços pequenos.

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Os pecados >> Como nem tudo é perfeito…, o Nissan Kicks tem limitações inadmissíveis, porém, facílimas de se consertar: nenhuma das versões oferece ´piloto automático´; os espelhos de cortesia no para-sol não têm luzes, assim como não há iluminação disponível pra quem vai sentado nos assentos traseiros. Seu sistema de multimídia, apesar de moderno, é lento para ligar e desligar e também meio lerdo nas mudanças de funções. Ele oferece ligações via bluetooth, mas não faz o espelhamento do smartphone, assim como o sistema de som merecia ser de melhor qualidade. Por último, inexplicavelmente, o tanque de combustível dele só comporta 41 litros…

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Resultado >> Apesar dessas poucas falhas, o conjunto do Kicks é agradabilíssimo. Seu câmbio automático CVT (com um incrível simulador de trocas de marchas) trabalha em perfeita sintonia com o motor flex 1.6. Apesar desse propulsor entregar apenas 114 hp (merecia mais 36 cv), ele anda bem e tem retomadas honestas, pois a carroceria é mais leve que a média.

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No geral, o pacote tecnológico é sensacional com controle de tração e estabilidade, vários airbags, câmera de ré (360 graus nas versões de topo) sensor frontal e até sistema de frenagem autônoma, coisa que nenhum concorrente do mesmo segmento oferece aqui no Brasil. (Fotos: Ricardo Lêdo / Gazeta de Alagoas

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