O primeiro Rolls-Royce Phantom foi apresentado pelo empreendedor Henry Royce em 1925. Naquele momento (e em muitas outras ocasiões nos últimos 92 anos) esse veículo foi julgado como “o melhor carro do mundo”. Nesse instante, a marca inglesa – que pertence ao Grupo BMW desde 1988 – mostra a 8ª geração do seu produto mais caro e exclusivo.
Mudanças >> A empresa com sede em Goodwood (Inglaterra) declara que o Phantom VIII (ano/modelo 2018) inicia a chamada era da “arquitetura de luxo” da Rolls-Royce. Na prática, significa dizer que a marca britânica, apesar de pertencer ao citado grupo automotivo alemão e, portanto, compartilhar componentes de outros carros dessa firma germânica, especialmente o modelo BMW Série 7, agora inaugura um novo momento que remete aos primórdios da Rolls-Royce, ou seja, a partir desse instante, a RR vai voltar a optar por um padrão construtivo baseado na exclusividade e no alto requinte que somente produtos artesanais podem oferecer.
Como funciona? >> Ao invés de utilizar uma plataforma comum a outros carros, portanto mais versátil e com custos diluídos pela produção em larga escala, a Rolls-Royce passa a criar os seus próprios ´endo e exo´ esqueletos, ou seja, o novo Phantom já será construído num chassi exclusivo e quase todo em alumínio; além disso, o seu interior passará a ser, novamente, mais ´inglês´ do que nunca.
Essas estruturas servirão de base para os novos ´irmãos´ Dawn, Wraith e Ghost e até para um inédito SUV, o modelo “Cullinan” que deverá ser lançado em 2019. Alguns fãs da marca celebram esse distanciamento técnico da Rolls-Royce com os produtos BMW, já que isso significa o retorno do tradicionalismo, do purismo em sua essência mais viva.
Tudo novo >> Com emendas quase perfeitas e espaços mínimos entre peças móveis (capô, portas, etc…) e a carroceria, o espetacular Phantom VIII parece ter sido esculpido manualmente a partir de um grande bloco de alumínio. Uma nova característica de design externo chama muita atenção na estética desse veículo.
O famoso radiador (sempre agregado à grade frontal) agora está mais discreto e completamente integrado à frente do veículo. A solução deu ao conjunto uma inesperada suavidade que se estende pela lateral até o elegante caimento da traseira. Praticamente todos os vincos do ´corpo´ desapareceram num belo trabalho plástico que diminui o padrão das formas, sem perder a tradicional imponência. Pode-se dizer que a simplicidade e o reducionismo foram os indicadores principais desse novo projeto.
Por dentro >> O interior de um Rolls-Royce – seja ele de que ano for – sempre representa o píncaro do luxo. Nesse caso não foi diferente. O Phantom VIII traz quatro poltronas de primeira classe com sistema de massagem, aquecimento e regulagens elétricas. Os assentos traseiros também são reclináveis e há um console central com mini geladeira e taças para champagne.
O veículo também entrega um magnífico sistema de infotainment com telas individuais e teto com milhares de minúsculos LEDs que podem ser controlados na intensidade e cor. Desde o início dessa empresa, os bancos traseiros foram privilegiadamente mais confortáveis e espaçosos do que os da frente. Motivo óbvio: o proprietário desfrutava quase que em 100% dos casos, do privilégio de um chofer dirigindo o carro.
Agora a situação está se invertendo, já que a média dos novos compradores de Rolls-Royces baixou para apenas 39 anos. Como os próprios donos estão gostando de dirigir os seus carros, o cockpit frontal está cada vez melhor, mais completo e cheio de esportividade.
Trem de força >> Ao invés de um motor aspirado, a RR optou por uma novíssima unidade ´V12´ de 6.75 litros e potência máxima de 653 hp! Esse propulsor doa um magnífico torque de 91,8 kgf.m. Sua transmissão automática de 8 marchas (feita pela alemã ZF) garante trocas silenciosas e bem rápidas. Apesar de enorme e pesado, o Phantom VIII consegue sair da imobilidade aos 100 km/h em apenas 5,1 segundos.
Conclusão >> O modelo de altíssimo requinte continua como o veículo de luxo mais silencioso e cobiçado do mundo. Além de uma paleta de cores com combinações praticamente infinitas para a pintura da carroceria, a Rolls-Royce agora oferece enormes possibilidades de personalização de acabamento interno, dentre elas, um curioso mimo, que é a chance de escolha de uma textura para o painel frontal (ao lado dos instrumentos) desenvolvida a partir de obras de arte de artistas famosos.
O novo Phantom resgata a essência mais rara da Rolls-Royce. É uma obra de arte ambulante com minuciosos detalhes que fazem dele, de fato, o melhor automóvel de passeio do mundo. (Fotos: divulgação)