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Range Rover Vogue TDV8: o Rei do luxo (e da lama!)

Conheça os pormenores dessa impressionante máquina inglesa
Não há como não olhar para o modelo nas ruas

Se há um segmento que sofreu uma metamorfose impactante (de função e de estética) nas últimas duas décadas, foi o de veículos 4X4. Essa coisa de possibilidade de tração nas quatro rodas nasceu de demanda militar, lá pelos cafundós da Primeira Guerra Mundial. Obstáculos com lama, água ou neve puseram engenheiros mecânicos a pensar com mais profundidade.

Não há registro exato de qual tenha sido o primeiro 4X4 da história, mas uma coisa é incapaz de ser questionada: em termos de valentia para se superar barreiras, mergulhar e sair do outro lado de um rio, exibir testosterona com brio de cabra macho nordestino… ninguém supera a Land Rover, que tem os mais badalados e, porque não dizer: melhores 4X4 do planeta.

Além de manter – desde a sua fundação – a vocação primeira de andar bem quando não há mais estrada de asfalto, os Land Rover´s evoluíram em desenho e conforto. Muito. Motivo nuclear dessa matéria, o modelo Range Rover Vogue TDV8, com seu novo motor 4.4 turbodiesel V8 de 313 cv de potência representa, creio eu, a síntese da evolução dessa marca inglesa. Se gostas de tração reduzida com conforto de primeira classe… esta é uma opção a se apreciar.

Raio X

A máquina em questão evoluiu em alguns aspectos. Melhor deles, a adoção de um novo motor, mais forte, econômico e menos poluente. Mágicas da engenharia, tão em alta hoje em dia. Projetos refeitos superam o que há meses pensava-se ser insuperável.

O Range Rover Vogue 4.4 turbodiesel V8 é uma espécie de baluarte entre os carros que se propõem a encarar desafios. Impávido, suporta coisas aparentemente impossíveis. Seu motor 4.4 – ou 4.400 cm³ – em relação ao antigo “3.6” teve um aumento de 15,1% de potência, alcançando respeitáveis 313 cavalos de força. O torque (brutal!) aproxima-se dos 70 kgf.m, medida capaz de fazer suar (e quebrar) a maioria das caixas de câmbio existentes no mercado. O aumento (do torque) nesse caso foi de 9,4% em relação à versão antiga. Para suportar essa transmissão – e distribuição exata – da força do motor para as rodas, a marca adotou uma caixa de marchas automática. O conjunto é um esplêndido ZF 8HP70, que representa a primeira caixa de mudanças de 8 velocidades a equipar um veículo da Land Rover. No frigir dos ovos, o novo sistema é capaz de administrar as peripécias de qualquer pé de chumbo que esteja ao volante. Módulos eletrônicos regulam qual a melhor marcha para a velocidade (ou pressão no acelerador), trocam-nas no tempo certo (em rapidíssimos 200 milissegundos!), desengatam o câmbio (em 70%) quando o veículo está parado, auxiliam até no aquecimento do motor culminando numa equação mais eficaz de baixo consumo de combustível e menores emissões de gases poluentes.

Beleza e charme

Esqueça os recortes pouco lapidados de um Land Rover dos anos ´70. O Vogue V8 tem carroceria charmosa, composta em dimensões proporcionais, chamativa sem ser cansativa, cruelmente imponente e ladra dos olhares por onde passa. ´Brânquias´ laterais dão um toque especial ao modelo. Oferecido em pacote de 8 cores externas e várias combinações (em couro e madeira) por dentro, a máquina traz grade vistosa,

entradas de ar em titânio, detalhes em aço e acabamento tão esmerado que nem se pode imaginar que alguém terá coragem de sujar uma pérola dessas de lama. Por dentro, poltronas elétricas, teto solar, porta malas com piso em madeira, e muita, muitíssima tecnologia embarcada. Comandos e ajustes são todos elétricos. Opcionalmente, há monitoramento de “pontos cegos”, e o som faz do habitáculo uma sala de concerto: o áudio é da Harman Kardon High Dynamics. São 1200 watts distribuídos em 15 canais independentes e 19 alto-falantes! Um luxo.

Qual nota ele merece?

Confesso: minha paixão maior paira nos Porsches, uma proposta completamente diferente.

O novo Range Rover Vogue é um colosso de força, luxo e conforto. Se você tiver coragem, ele encara e supera a maioria dos desafios “off road” que se possa encontrar por aí. A segurança é plena: airbags em todos os locais do veículo, freios excepcionais da Brembo (obviamente com ABS e auxiliares) e mais controle de tração, estabilidade e freio autônomo (sem o auxílio do motorista) em descidas íngremes.

Espelhinhos de cortesia, sistema de travas, alarme, espessura dos vidros, computador de bordo (com tela enorme no painel), sistema de regeneração e (poupança de carga) da bateria, ar-condicionado digital dividido em zonas e carcaça pronta para suportar pancadas fortíssimas, tudo nesse carro é planejado para trabalhar com folga de fadiga, ou seja, você provavelmente vai usá-lo exaustivamente e não vai conseguir assistir ao seu fim, ao término inservível, ao pico de sua vida útil.

Acho que um gigante que acelera de zero a 100 em menos de 8 segundos, consome cerca de 9,4 litros de diesel a cada 100 quilômetros rodados e atinge máxima de 210 km/h sem  apresentar o mínimo esforço…, só pode merecer nota 10. Pena que a maioria dos consumidores que adquirem uma jóia dessas, sequer sujam os seus pneus de areia, o que seria, pode acreditar, uma aventura interessantíssima.

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