Uma das questões do mundo automotivo que, pessoalmente, me intriga, é o insucesso (ao menos até agora) dos microcarros desenvolvidos para comportar apenas uma ou no máximo, três pessoas. O panorama do transporte público brasileiro é bem caótico. Você sabe disso. Desde 13 de abril de 2012 que a “Lei da Mobilidade Urbana” começou a vigorar. A citada Lei (Nº 12.587/2012) tem como objetivos principais “melhorar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas nos municípios e integrar os diferentes modos de transporte”.
Objetivos >> Esse texto dá prioridade a meios de transporte não motorizados e ao serviço público coletivo, além da integração entre os modos e viabilidade e melhoramentos de serviços de transporte urbano. Um dos pontos principais dessa Lei, como dito, aprovada em 2012, era a obrigatoriedade que os municípios com mais de 20 mil habitantes apresentassem novos ´planos de mobilidade urbana´ e que eles, no máximo em três anos, ou seja, até 2015, estivessem incorporados aos ´planos diretores´ de cada cidade, coisa que não aconteceu na sua totalidade.
Realidade >> Enfim, o que se vê não somente em horários de pico é um trânsito travado por causa do excesso de veículos nas ruas, a maioria deles somente com uma ou duas pessoas no seu interior. Se não há metrôs ou ônibus em boa quantidade e com segurança para atender a demanda da população, os carros e motos invadem as pistas. Um comportamento óbvio.
Inovação >> A japonesa Toyota apresentou recentemente na Suíça o seu “i-Tril Concept”, um microcarro que representa uma alternativa viável aos veículos tradicionais, ao transporte público deficiente (caso do Brasil…) e às motocicletas. Pesando apenas 600 kg, esse carro 100% elétrico, com quatro rodas e versatilidade de uma moto, mede apenas 2,8 m de comprimento e 1,2 m de largura máxima. Sua arquitetura permite que os pneus dianteiros se inclinem enquanto os traseiros (responsáveis pela tração) permaneçam rentes à superfície da estrada em todos os momentos do trajeto.
Segurança >> A cabine (desenvolvida para um condutor + dois passageiros) é parecida com um casulo e, diferentemente da composição de uma moto ou de um triciclo, ela protege os ocupantes de colisões e do mau tempo. O Toyota i-Tril Concept, carro ainda em desenvolvimento, contempla ar-condicionado, airbags e sistema de som, além de uma posição de dirigir muito divertida e confortável. O detalhe principal é a sua enorme economia de combustível e a atitude amigável com o meio ambiente, já que o i-Tril é 100% elétrico e, portanto, não polui o ar que respiramos.
Praticidade >> O revolucionário automóvel não foi projetado para alta performance. Pelo contrário, só se desloca em velocidades baixas (até 60 km/h). Não há como imaginar soluções mágicas: as cidades precisarão de uma atenção muito especial nesses aspectos, sob pena de entrarem em colapso. O Toyota i-Tril tem porta-bagagens e espaço de sobra para se fazer compras, levar os filhos na escola, ir a um restaurante, ao trabalho ou simplesmente “socializar” devagarinho por aí com charme e economia. Veículos pequenos, ágeis e totalmente adequados aos centros urbanos, serão, em poucos anos, uma necessidade real e não apenas uma opção bonitinha no showroom… (Fotos: divulgação)
