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Toyota SW4 SR Flex: confira o resultado do nosso test-drive

Toyota hilux 2017

Se a Toyota SW4 SR Flex pedisse pra se casar comigo, eu recusaria. Se fosse a versão a diesel…, aí a conversa poderia evoluir. Explico em pormenores que não há raiva nessa relação, muito menos, queixas. Me divorciei após duas semanas de convívio e tenho certeza: ficaram muito mais marcadas as boas recordações, do que as más impressões. Sem o menor constrangimento, conto como foi a rápida lua de mel.

Toyota hilux 2017

Começo >> A marca japonesa me enviou recentemente para test-drive, a versão de entrada da linha SW4. A configuração ´SW4 SR Flex´, apesar do “4” na nomenclatura, tem tração 4X2 (apenas no eixo traseiro). Evidentemente, a Toyota eliminou essa disposição maior para o off-road em nome do atendimento à uma demanda que usa esse carro só e somente só em trajetos urbanos, com asfalto debaixo das rodas. E é óbvio…, isso diminui o custo final do carro.

Toyota hilux 2017

Fôlego >> Seu motor de 4 cilindros em linha e 2.700 cm³, até que é bastante silencioso em baixas e médias rotações, mas os 163 hp de potência máxima e o torque de 25 kgf.m, têm que trabalhar demais para deslocar os 1.845 kg de massa total desse bom utilitário esportivo. O resultado desse esforço aparece no consumo de pouco menos de 6 km/litro de gasolina na cidade. Assustador? Não. Está na média da concorrência. Na estrada até consegui um bom número de 8,7 km/litro com quatro adultos + bagagem.

Toyota hilux 2017

Havia, mas, infelizmente, não há mais, uma versão acima dessa testada (movida puramente a gasolina) com o agradabilíssimo motor 4.0/V6, bem mais forte e adequado na relação de peso versus potência.

Estilo >> A nova SW4 é atualizada em termos de design. Exibe nesse momento a assinatura de estilo global da Toyota, e ficou muito mais agradável esteticamente do que a geração anterior. Seus faróis afilados com luzes diurnas distinguem-se na multidão com muita facilidade; e o grupo óptico traseiro também tem identidade própria, com envolventes lanternas que começam na tampa do porta-malas e terminam nas laterais do veículo. O aspecto geral é dos mais agradáveis do segmento, exalando força, robustez e modernidade.

Por dentro >> Esse SUV tem os seguintes preços sugeridos: R$ 164.000 para a versão de 5 lugares e R$ 169.000 a configuração com sete assentos. Acho que tanto a percepção de qualidade, quanto o padrão de acabamento final são muito bons. Muito mais adequados ao clima do nordeste, os bancos da SW4 SR Flex são revestidos com um tecido bem mais aconchegante do que o couro.

A ergonomia ao volante é acertadíssima e a direção, apesar de ser hidráulica (e não elétrica) é muito leve para um carro desse tamanho. Vantagem maior pra quem viaja nos assentos traseiros, que são reclináveis. E o espaço para as pernas é muito amplo. Ponto positivo para as saídas de ar-condicionado (com regulador independente da ventilação) para os ocupantes de trás. Há dutos que chegam até ao gigantesco porta-malas de 500 litros de capacidade.

Resumo da ópera >> Japoneses não brincam em serviço. Até que poderiam ser mais divertidos, mas preferem a razão de um carro programado para durar muito, do que a emoção de um projeto duvidoso. Talvez como nenhuma outra marca do mundo, a Toyota conseguiu estabelecer ante os consumidores, uma percepção de qualidade irretocável nos seus automóveis. De fato, o mercado doa mais elogios do que críticas. Imagino que o contexto desse carro tenda mais para o lado positivo da balança do que o contrário.

Acho que pelo preço, alguns pecados poderiam ser eliminados. Por exemplo: o acionamento do piloto automático dessa SW4 Flex ainda é feito numa haste do lado direito da coluna de direção. Poderia ser agregado ao volante multifuncional ou à haste do acionamento do pisca-alerta (como acontece de maneira prática na picape VW Amarok). Seu painel de instrumentos, além de muito simplório esteticamente, é limitado em informações. O display central é indigno dessa poderosa marca nipônica. Mais uma: a chave tipo canivete (com acionamento de trava e alarme) ainda precisa ser introduzida numa lingueta de ignição e apenas o vidro do motorista tem a função ´um-toque´.

Concluindo: o câmbio automático de 6 marchas funciona quase sem trancos e a sensação de conforto, segurança e confiabilidade mecânica, suplantam essas citadas limitações. (Fotos: Ailton Cruz / Gazeta de Alagoas)