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VW deverá compartilhar a sua plataforma elétrica

O fortíssimo Grupo Volkswagen resistiu bravamente aos desgastes (de imagem e financeiro) do ´Dieselgate´, escândalo que revelou irregularidades ligadas às emissões em seus veículos com motorização a óleo diesel. Pesadas ações na justiça dos Estados Unidos e Alemanha, geraram um prejuízo de bilhões de Euros à famosa empresa germânica. Como dito, a VW resistiu à tempestade e agora surgiu com uma postura que, muito provavelmente, já amenizará em médio prazo esse enorme prejuízo.

Segundo a imprensa alemã, a VW decidiu que compartilhará com a concorrência a sua já pronta (testada e aprovada) ´arquitetura´ MEB (Modularer Elektrobaukasten). A conhecida ´Plataforma elétrica MEB´ – que foi desenvolvida apenas para servir às marcas que compõem o conglomerado VW Group – deverá ser comercializada em larga escala para atender a outros fabricantes de automóveis que ainda não conseguiram dominar essa tecnologia.

Observando que o mercado de veículos elétricos cresceu consideravelmente nos últimos cinco anos, e que diversos países já estão adotando medidas restritivas de circulação de carros com motores tradicionais a combustão (especialmente os diesel), o momento exige que os fabricantes se adaptem com rapidez à esta nova realidade. O problema é que essa mudança de rota ou pelo menos um ligeiro reajuste das velas, exige investimentos monumentais de bilhões de dólares ou Euros, daí, pra quê gastar bilhões no desenvolvimento de novas plataformas elétricas, se a Volkswagen já possui o produto e tem interessem em vendê-lo?

Parece que a situação atual está a exigir parcerias em diversos setores de negócios do mundo. A fusão de empresas aéreas mundo afora é um bom exemplo, e o ramo de automóveis vai na mesma direção. Você lembra, certamente, que no Brasil a Ford e a VW existiram no passado com a chancela de ´Autolatina´ e agora essas mesmas empresas acabaram de anunciar uma nova parceria global. Do mesmo jeito, as alemãs (sempre duras concorrentes diretas) BMW e Mercedes-Benz também estudam um jeito de se compor em colaboração mútua.

Enfim… essa jogada de mestre que a VW está prestes a fazer, deverá trazer benefícios para todo mundo, já que a marca alemã arrumará um excelente aporte financeiro extra, as outras fabricantes avançarão nos seus projetos de veículos elétricos, e o consumidor, por fim, também deverá ser beneficiado pelo custo reduzido dos elétricos, oriundo do efeito de produção em larga escala. Até 2021 os automóveis que circularem na Europa não poderão emitir mais de 95g/km de CO2, e em 2030, essa exigência abaixará para 60 g/km, portanto, quem não se adaptar, oferecendo elétricos ou, no mínimo, carros híbridos no seu portfólio, vai dançar… (Fotos: divulgação VW / Instagram: @acelerandoporai)