Desde 2010

buru-rodas

AMG faz 50 anos e vira marca

Em junho a Mercedes-Benz comemorou 50 anos de criação da AMG, e nesse instante, amplia o seu portfólio no Brasil. A ´AMG´ nasceu da insatisfação de Hans-Werner Aufrecht e Ehrard Melcher, engenheiros da marca alemã, responsáveis pela preparação do motor 300 SE (6 cilindros/3.0/injetado) para corridas. Com a decisão da Mercedes em deixar a atividade esportiva, saíram da empresa e iniciaram melhorar carros da própria MB para clientes especiais. Fizeram efeito demonstração como o maior sedã da marca da época, o 300 SEL, motor V8/6.9, dele arrancando tropa insólita de 428 cavalos com grande resistência. Alinhou-o nas 24 Horas de Spa-Francorchamp, vencendo na categoria e fazendo um surpreendente 2º lugar na classificação geral. Quebrou um paradigma: carro grande podia ter resultados esportivos.

Mercedes 300 SE: motor 6.9 no carro de banqueiro, ganha uma corrida. Era a AMG nascendo com honras
Mercedes 300 SE: motor 6.9 no carro de banqueiro, ganha uma corrida. Era a AMG nascendo com honras

Evolução >> Em 1980 com o apoio da Mampe (fornecedora de bebidas servidas nos voos da Lufthansa), preparou outra ´inadequação´, o grande cupê modelo 450 SLC fazendo-o vencer as “6 Horas de Nürburgring”. Duas proezas: pelo regulamento, empregava a transmissão original, automática de 3 marchas. Efeito secundário, divulgou mundialmente as rodas BBS em liga leve. Deram um salto nos negócios, pois os proprietários de cupê de 4 lugares descobriram poder obter mais performance ao automóvel. Os sempre sóbrios Mercedes-Benz tinham, enfim, personalizadores. Bem tocaram-na até 1990, quando assinaram com a ´MB´ um contrato para desenvolver propostas esportivas. A Mercedes entendeu como o negócio poderia implementar suas vendas, tornou-se sócia em 1999, absorvendo-a em 2005. A soma de saber superlativo com estrutura industrial e comercial deu grande salto numérico. O AMG C 36, construído sob a menor plataforma de sedã da marca, teve 5.000 unidades construídas, transformando-a em unidade com escala e processos industriais. Grande ascensão é recente, no processo interno da Mercedes-Benz para rejuvenescer a marca com produtos de agrado a público de menor idade, e isto incluiu fomentar todos os segmentos: desde a criação de uma nova família de entrada (Classe A) até procurar conseguir melhores resultados numéricos com a divisão especial. Daí a grande demonstração de capacidade técnica ao construir o Mercedes SLS AMG, primeiro esportivo não derivado dos produtos de série, mas impecável bólido ligado ao passado, pelos largos vincos no capô e as portas de abertura vertical, para bem lembrar o icônico 300 Gullwing da metade final dos anos ´50. A aceleração de demanda (ao comemorar 49 anos marcou 100 mil veículos desenvolvidos pela AMG) levou à outras decisões: torná-la companhia independente, construindo o seu primeiro produto: o AMG GT.

Amplitude >> Não se restringe à construção ou desenvolvimento de esportivos. Sua tecnologia permeia por todos os produtos, dos Classe A, aos utilitários esportivos Classe G, e se caracteriza por detalhes personalistas, desde a opção de potência dos motores até o material para o estofamento, cor da pintura, etc… Tudo é possível dentro da técnica e da capacidade bancária do cliente. Mudar uma cor para outra, personalizada, especial, pode custar 50 mil Euros, uns R$ 180 mil… Característica de todos os produtos, a esportividade honesta, dimensionada à performance adicional; motores longevos; itens de charme como a montagem por engenheiro, assinando plaqueta no cabeçote. O desenvolvimento dos motores obtendo grande quantidade de cavalos por litro de cilindrada permitiu à marca reduzir a cilindrada, peso e tamanho, situando o topo de maior fluxo comercial nos V8 de 4 litros, dois turbos, injeção direta, dele retirando atuais 612 cv muito dispostos e longevos.

AMG GT R e sua grade Panamericana
AMG GT R e sua grade Panamericana

O leque >> São quinze as versões AMG sobre toda a linha de produtos, incluindo até o comercial Vito! Todos os 28 revendedores de automóveis Mercedes-Benz podem encomendá-los, mas há 12 concessionárias com área de dedicação exclusiva, vendedores treinados, contando com estoque de fábrica. Para atender à vontades específicas (cor ou estofamento especiais) a encomenda demora, em média, 180 dias. Pico da linha, o AMG GT R extrai 585 cv e 70 kgf.m de torque do motor V8/4.0 biturbo e oferece opção conversível, o GTC C Roadster, com menor disposição em seus 557 cv e 68 kgf.m de torque, ambos com transmissão automática de 7 marchas. Preços de caráter imobiliário: R$ 1.065.000 e R$ 1.200.000.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

Peugeot mostra picape. Aqui será diferente >> A indústria automobilística percebeu que países em desenvolvimento consomem picapes e utilitários esportivos (e seus clones) em quantidade industrial e corre a ocupar tal nicho. Talvez consequência da centenária disputa interna francesa, ante a decisão da Renault em ter picape, no caso versão da Frontier de sua aliançada Nissan, a Peugeot acelerou e copiou o processo: com seu sócio chinês clonou o Dong Feng Rich chamando-o apenas de ´Peugeot Pick Up´. Conformação adequada à simplicidade do projeto e exigências de clientes: motor 2.5 a diesel e 4 cilindros, modestos 115 cv de potência, minguados 28 kgf.m de torque, caixa manual com 5 velocidades, tração nas duas e quatro rodas, marcha reduzida, capacidade de carga de 815 kg, cabine dupla. Para trabalho, sem apelo visual. Lançamento em setembro, destino certo, Nigéria, no continente africano, em processo de internacionalização da marca. Lá, base para se espraiar, Peugeot já montou modelos Camionnette-Bâchée da família 403 de 1956; 404, de 1967; e após 504 Pick-up até 2005.

Peugeot Pick Up é chinesa, Dong Feng. E não virá ao Brasil
Peugeot Pick Up é chinesa, Dong Feng. E não virá ao Brasil

Aqui >> Não virá para a América do Sul, diz Fabrício Biondo, vice-presidente América Latina da PSA para Comunicação, Relações Externas e Digital. Aqui, a Coluna informou com antecipação, haverá picape Peugeot, mas nada a ver com a solução de urgência franco-chinesa. Mesmo executivo diz indefinido o local para fabricação: Palomar na Argentina, Porto Real no Brasil ou montagem no Uruguai. Há espaço ocioso nas duas primeiras e rapidez para a última. Certo é, para competir com Toyota Hilux, Mitsubishi, Ford Ranger, Chevrolet, Nissan Frontier, VW Amarok e chegantes Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X, deverá ter estímulo visual e melhor conteúdo. Não é o caso do chinês. Mostrei as fotos do Dong Feng Rich/Peugeot Pick Up a vizinho de cerca, colega de ITR, homem experiente, do interior do Goiás, e ouvi opinião sintética: “Mais feio que bater na mãe no Dia das Mães…”

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

RODA-A-RODA

SURPRESA – Aliança entre Renault, Nissan e Mitsubishi com chances de liderar produção de veículos em 2017, antecipando plano para 2018. Neste ano, líder Volkswagen cresceu apenas 1%, segunda colocada Toyota, 6%, e a Aliança 8%.

FORA – GM, ex-líder e hoje em 4ª posição, deve cair até o final do ano. Em seu processo de contração vendeu marcas Opel (alemã); Vauxhall (inglesa); fechou operações na Austrália, África do Sul e Índia.

DE VOLTA – Japonesa Mazda voltou a pesquisar o motor Wankel. Pistões e anéis em forma de triângulo com pastilhas vedadoras nas extremidades, ao eliminar o movimento alternativo obtém elevada potência específica. São ideais para o futuro, pois mais econômicos, performáticos, menores e mais leves.

Motor Wankel: mais simples que os demais
Motor Wankel: mais simples que os demais

QUESTÃO – Foi experimentado no NSU RO80, antes de ser absorvido pela Volkswagen, e recentemente pela Mazda. Problema recorrente era estabilizar o alternado padrão de durabilidade. Aparentemente, japoneses crêem ter a solução.

COMEÇO – Pré-inscrição à compra do primeiro lote do novo Peugeot 3008 acabou em tempo recorde. Modelo novo, desenho inspirado em utilitário esportivo, faz sucesso no resto do mundo. Nova cor, Metallic Cooper, preferida.

DILMA – Idem na abertura de lista ao Renault Kwid, superando meta inicial. Empresa não informa qual era, mas diz tê-la ultrapassado. Ex-presidente Dilma foi-se sem saudades, mas deixou exemplo. Lançamento em 2 de agosto.

CAMINHO – Levar carros aos consumidores, fazendo apresentação e testes coletivos, foi caminho muito praticado a partir dos anos ´20 pelas marcas intentando apresentar o bicho automóvel a insuspeitados clientes no interior do país. Eram os ´Road-Shows´.

ANTIGO – Nos anos ´60 a Simca repetiu a proposta formando frotas, circulando nas estradas, tomando as praças das cidades do interior, vendendo veículos.

DE NOVO – Audi aviará a fórmula: em caminhão-cegonha personalizado levará seus esportivos não disponíveis nos salões dos revendedores a clientes da marca e possíveis compradores conhecer dinamismo e capacidades de R8 Coupé V10, RS6 e RS7.

MAIS – TTS, RS Q3 e RS 3 Sportback incluídos no rol. Périplo pelas 28 revendas da marca no país. Afim? Veja data com o revendedor mais próximo.

MULTI – Operação mexicana da MAN Latin America, baseada no Brasil montou o 5.000 ônibus com partes brasileiras.

QUESTÃO – Findo o ´Salón de Buenos Aires´, questões comuns: número impreciso de visitantes (dizem acima de 500 mil); preços disparatados (m² expositivo em valor superior ao Salão de Paris); muitas marcas ausentes por custos elevados.

MAIS – Fabricantes em grandes espaços nos galpões principais, e importadores em áreas secundárias. Consequência? Cidoa, associação dos importadores, estuda fazer seu próprio ´salón´.

BÚSSOLA – Deputados da Comissão e Transportes da Câmara dos Deputados aprovaram Projeto de Lei 3404/15 do deputado Moses Rodrigues, (PMDB/CE) sobre a volta da obrigatoriedade do uso de extintor de incêndio ABC em veículos.

CAMINHO – Não apresentou estudos técnicos, mas apenas estranhamento pela dispensa traçada pelo Denatran, calçada pela desnecessidade do equipamento ante os novos sistemas de ignição e injeção de combustível. Ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ir a Plenário.

PASSADO – Neste pedaço da história da República, algumas decisões da Câmara sugerem estar os proponentes distantes do momento, da realidade, como se dançassem no último baile da Ilha Fiscal. Quer influenciar o julgamento e abortar esta insanidade? Está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Escreva ao presidente: dep.rodrigopacheco@camara.leg.br

MAGRELAS – Michelin inicia importar pneus para bicicletas montain bikes aplicadas a Cross Country e All Mountain. Opções especializadas, com foco em aderência e durabilidade. Aros 26, 27,5, e 29”. Preços entre R$ 160 e R$ 250.

TOP – Ducati apresentou no Bike Fest Tiradentes, modelo Multistrada 1200 Sport, com partes em alumínio forjado, fibra de carbono e escapamento Termignoni. Afinação mecânica, eletrônica, e apuro em sua marca registrada, o comando desmodrômico de válvulas. Quanto custa? Valor sugerido de R$ 74 mil.

DIVERSÃO – Após o segundo filme sobre Enzo Ferrari, um sobre Ferrucio Lamborghini, o ex-cliente transformado em concorrente da Ferrari. Tonino, seu filho, autor da melhor biografia sobre o pai, acertou a produção de filme sobre o rebelde industrial. Vida rica em histórias.

REFLEXO – Consequência da operação Lava Jato, algumas empresas de engenharia sediadas na Bahia, então contratadas pela processada Odebrecht, ficaram sem obras. Corte no fluxo de caixa força diretores a vender frotas de antigos formada nos tempos pré-processuais. Bons preços.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

Argo 1.0 e 1.3: Fiat abre o leque >> Fiat ampliou o número de versões do recém-lançado Argo, com motor 1.3 de quatro cilindros e 1.0, de três. Era previsível ante a missão do novo produto, utilizar sua novidade de formulação e estilo para recuperar vendas, em especial nos segmentos de maior preferência. Coisa bem direcionada, pois a faixa de compradores com motores ditos “mil” voltou a crescer nas vendas, e a versão 1.0 supera os concorrentes. Ambos são boa combinação de automóvel de projeto recente, estilo marcante, construção cuidada, exibindo subir de patamar em confortos, cuidados encontráveis em faixas superiores de preço, como a boa vedação termoacústica, além de utilizar motores de última geração. Com ambos o foco é disputar com os líderes de mercado, o Chevrolet Onix e o Hyundai HB20. Como item de modernidade e de adequação, a Fiat colocou a potência como segunda opção e privilegiou obter maior torque, medida mais exigida no tráfego urbano, onde os carros com motor 1.0 são mais utilizados.

Fiat Argo: agora nas lojas com motor 1.0 e 1.3
Fiat Argo: agora nas lojas com motor 1.0 e 1.3

Comparando com os Onix LT e HB20, os motores Fiat oferecem medida superior em torque tanto com uso de etanol quanto de gasolina, 10,9/10,4 kgf.m, com 80% disponível a 2.500 rpm. Isto favorece a disposição e resultados superiores aos concorrentes e nas avaliações ante parâmetros do Inmetro: notas AA em consumo. Preço sugerido para o 1.0, R$ 46.800, inferior ao Onix LT, levemente acima de HB20. Expectativa da marca é concentrar nos clientes esta versão, tornando-a a mais vendida. O 1.3 está 15% acima: R$ 54.000. O Argo se caracteriza por ser bem completo desde a versão básica, e o opcional de central multimídia com tela de 7”, destacada do painel como nos Mercedes-Benz custa R$ 1.990. Transmissões manual com 5 marchas como padrão e o automatizador GSR para a versão 1.3. (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)