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buru-rodas

Após o sedã, o Cruze hatch aposta em turbo e conectividade

Novo Chevrolet na praça, o hatch argentino Cruze com sobrenome Sport6, para ligá-lo ao sedã lançado há poucos meses, chamando atenção ao comparar-se com Mercedes-Benz C 180. Surpreende, pois não parece um Chevrolet. Para adaptar-se ao mercado, onde a tecnologia permeia e melhora produtos, dedicou-se a conteúdo; incrementou o bem sucedido sistema OnStar; e áreas de produto e engenharia se entenderam para atender ao comprador de hatch, teoricamente buscando definição esportiva. Fez-se bom trabalho de suspensão e direção com assistência elétrica. Esqueceram um ponto importante: para a caixa automática de seis marchas, não aplicaram as ´borboletas´ sob o volante. Para o motorista assumir suas vontades de trocar marchas manualmente, deve descer à alavanca no console. Versões LT e LTZ, nomenclatura de recentes anos para indicar conteúdo simples e melhorado, e opção de topo, com teto solar, sistema semiautônomo para manobras de estacionamento, saída de faixa de rolamento, alerta de colisão e de ponto cego. Diz a Chevrolet, o novo Cruze é a vitrine tecnológica da marca, com sistema multimídia MyLink com Android Auto e Apple CarPlay, tela de alta definição, navegador e comando de voz. Em breve test-drive, testei o sistema OnGuard, apertando um botão, atendido por voz gentil. Perguntei o porquê do trânsito amarrado na via urbana e a resposta veio, precisa: dois acidentes e seis incidentes à frente. Em época onde até jornalistas especializados em automóveis já não são admiradores do produto, comunicação está se transformando em demanda superior a características de motor, câmbio e freios. Tristes tempos, dá-se mais atenção aos periféricos.

Novo Chevrolet Cruze hatch 2017: arisco e cheio de tecnologia
Novo Chevrolet Cruze hatch 2017: arisco e cheio de tecnologia

No Cruze 2017 os serviços se ampliaram e fazem auto-diagnóstico nos sistemas operacionais do automóvel: motor, transmissão, airbags, controle de tração, ABS, pressão dos pneus, etc… Informa a GM que o desenvolvimento foi feito por time global de engenheiros na Alemanha e nos EUA, mas o estilo guarda traços do sangue coreano da marca Daewoo, adquirida pela GM junto com os produtos, incluindo o Cruze anterior. No caso do hatch, a marca optou por aplicar parachoques da versão norte americana RS, compondo noção de esportividade, embora inexistam mudanças mecânicas: motor de 4 cilindros, 1.5 turbo com injeção direta de combustível gerando 153 cv e 24,5 kgf.m de torque, e sistema Stop/Start para economizar combustível. Estruturalmente a aplicação de aços de alta resistência e menor peso aumentou a rigidez em 6% e reduziu a massa em 20% relativamente ao Cruze antigo. Internamente a GM manteve o conceito trazido na década de ´80 pelo Astra: recorte do painel idêntico para motorista e passageiro, o Dual Cokpit. Volante multifunctional, tela pequena, com 10 cm para o computador de bordo. Outra, acima, com 20 cm, para o sistema multimídia. Em conteúdo os confortos eletrônicos se comunizaram às duas versões: controle eletrônico de tração, estabilidade, ABS com EBD, o distribuidor de forças, assistente de partida em rampa e câmera de ré. Preços: LT (R$ 90.000); LTZ (R$ 101.000) e LTZ + por R$ 111.000.

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Contra a “empurroterapia”, vá de Volvo >> Empurroterapia é uma tentativa, quase sempre bem sucedida, por recepcionistas de oficinas, em especial das marcas Premium, em oferecer serviços desnecessários e, na maioria das vezes, não aplicados: limpeza de bicos injetores, do tanque de combustível, descarbonização do motor, polimento de vidros, hidratação do couro do revestimento, espelhamento da pintura, pastilhas e discos de freios, tensor da correia do comando de válvulas… A lista é longa. Em processo de sobrevivência como marca Premium sem produção no país, a sueca Volvo calca no polir sua imagem de carros resistentes e de preocupação com segurança. E observando o questionamento dos clientes das marcas concorrentes, adotou sistema operacional diferenciado, o Volvo Personal Service. Baseia-se na lógica para reduzir o tempo de execução dos serviços. Empresa cronometrou e contou passos dos mecânicos para executar reparos em 80% feitos em até 1 hora, e fez mudanças: elevador pantográfico e dois mecânicos por veículo. A operação suprime o recepcionista: – “Porque falar com a atendente se você pode ir direto ao médico?”, constrói a imagem Jorge Mussi, diretor de pós-venda. Começa com agendamento junto ao mecânico; com a separação prévia dos itens para eventual substituição. Operações sequenciadas, inspiradas na métrica lógica das equipes de Fórmula 1, e tal racionalidade permite atender mais clientes. Estes, no acompanhamento do serviço, podem sanar dúvidas sobre a necessidade – real – de trocar peças ou fazer serviços. Reduz a tal “empurroterapia”. O VPS está adotado por 32% das revendas Volvo. Mais 16% estão de processo de transformação e até 2018 a Volvo quer toda a rede com esta operação padrão. Mais recente das revendas a aderir foi a Volvo Champion, em Brasília (DF). Augusto César Oliveira, sócio do negócio, entusiasmado, assumiu a operação em Goiânia.

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RODA-A-RODA

RENASCIMENTO – Com idas e vindas, finalmente a Renault fez renascer a marca Alpine. Nome do modelo inclina-se para A120 ou A210. É o desdobramento do mítico A110.

ATUALIZAÇÃO – Construído como carro de corridas, nivelado a Lotus (ex-sócia do projeto), e Alfa Romeo 4C, tem tecnologia nobre com motor 1.8 turbo de 4 cilindros, injeção direta, com potência entre 250 e 300 hp, câmbio de 7 marchas, duas embreagens. “Prémière Edition” em 1955 unidades, número referente ao ano de fundação da empresa por Jean Rédèlé.

Alpine, a volta. Toda marca precisa de um ícone
Alpine, a volta. Toda marca precisa de um ícone

MAIS – Site www.alpinecars.com mostra mais e tem ficha para inscrição acessível por Smartphone. Custa entre 55.000 e 60.000 Euros, com sinal de 2.000E, quase R$ 7 mil, mas o Brasil não está entre os mercados iniciais. Derrapagem histórica. Na França o Alpine A108 foi carro de rallye. Aqui, único mercado a firmar nome em provas de velocidade.

LÁ – Carlos Gomes, Nº 1 da PSA, de Peugeot, Citroën e DS no Mercosul, anunciou a Maurício Macri, presidente da Argentina, investir US$ 320 milhões na preparação da fábrica de Palomar a receber novos produtos sobre a plataforma CMP em 2019.

ASSUMIU – Audis com comportamento esportivo têm assinatura nos anúncios: Audi Sport. Resumo da campanha é “Nascido nas pistas, perfeito para as ruas”.

QUEM – Não são apenas versões S, incluindo novidades vistas no Salão do Automóvel de São paulo este ano: R8 Coupé V10 Plus; RS7 Sportback; RS 6 Avant Performance, station.

EM CASA – Jaguar Land Rover Brasil iniciou montar versões Discovery Sport e Ranger Rover Evoque com novo motor Ingenium diesel. Reduz cilindrada a 2.000 cm³ e aumenta potência a 180 cv e torque de 43 kgf.m. Bem elaborado, todo em alumínio, base comum para gasolina e diesel. Projeto próprio.

ATUAL – Menos 20 kg em peso ante o anterior, intenso monitoramento nas bombas de óleo, injetora e de água, rolamentos nos comandos de válvulas, esforço para reduzir consumo e emissões. A respectivos R$ 236 mil e R$ 244 mil.

GRAÇA – Para agradar operários e patrões, o Ministério das Cidades ofereceu financiamento de R$ 3 bilhões a fabricantes de ônibus. Dá para umas 10 mil unidades, volume superior às vendas de 2016.

RENOVAÇÃO – Programa é o Refrota 17, aplicável a Estados, cidades e municípios. País não precisa de anúncios festivos para reatar vendas ou reabrir fábricas de ônibus. Necessita, isto sim, de projeto de locomoção urbana, de organizar o sistema.

GRAÇA, 2 – Descoberta do ônibus elétrico pelo Brasil, disposição da Mercedes e da Volvo em tomar o mercado, existência de fábrica da conterrânea BYD em Campinas (SP), instigou o Banco de Fomento da China a abrir linha de crédito.

LONGO PRAZO – Financiará R$ 1 bilhão para elétricos com painéis solares a serem produzidos pela marca. Custam médios R$ 1 milhão. Informa, pagamento pode ser feito com economia operacional. Vida útil dos ônibus é de, pelo menos, 20 anos.

TECNOLOGIA – Nissan fez-se presente no lançamento do Renova Bio 2030, mais outro programa oficial de promoção dos combustíveis renováveis. Exibiu o e-Bio primeiro carro do mundo movido por Célula de Combustível de Óxido Sólido.

PROTÓTIPO – Apresentado mundialmente nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no acordo de patrocínio da Nissan, transforma etanol puro ou com água e oxigênio ou gás natural para produzir energia. Autonomia de 600 quilômetros. Fará testes e divulgação promocional no Brasil.

PAPAI NOEL – Aproveitando Natal e condicionamento a presentes, a Harley-Davidson aplica condições especiais para vender estoque de motos 2016. Preços entre R$ 45,7 e R$ 66,7 mil. Além da redução, valorização de usada, taxa de juros de 0,99%/mês em até 36 prestações.

# 2 – A fim de presente com duas rodas e preço menor? A VW importou bicicletas com grande carga tecnológica: quadro de alumínio hidro formado; câmbio Shimano com 27 e 29 marchas; freios a disco com acionamento hidráulico. Preços R$ 9,5 mil e 9,7 mil.

NEGÓCIO – Fras-Le, de material de freios, ex-grupo Stédile e agora da também gaúcha Randon, ajustou-se com a Federal Mogul Motorparts. Aproveitando ociosidade de sua fábrica em Sorocaba, fornecerá partes com a marca da sócia ao mercado de fabricantes, reposição, no Brasil e América do Sul. Formaram ´joint-venture´ sujeita à aprovação do CADE.

OTIMISMO – Desafiado a dirigir carro de corridas no circuito de Interlagos, onde muito correu, o jornalista Douglas Mendonça, acometido de súbita cegueira, topou! Com Roberto Manzini, diretor de escola de pilotagem narrando o passar da pista, deu três voltas e na última cruzou o Retão a 150 km/h.

LIÇÃO – Disse que, com mais algumas voltas dispensaria o guia especializado. Cabeça boa, não vê a cegueira como definidora, mas apenas um atrapalho. Perto da façanha, com mérito para registro no Guiness, torna brincadeira a famosa cena de Robert De Niro, cego no filme “Perfume de Mulher” dirigindo uma Ferrari em New York.

FOMENTO – Inspirada na Escola Francesa de Kart, a Confederação Brasileira de Automobilismo e a FIA, federação internacional do setor, lançarão uma escola da categoria. É a base das corridas. Ambas deixaram criar um fosso no cenário brasileiro, sem induzir a formação de novos pilotos.

COMO – Escola Brasileira de Kart terá supervisão de Felipe Giaffone e Pedro Sereno, ambos do ramo. Aberta, para se inscrever, vá ao site www.cba-ebk.org.br

QUESTÃO – A súbita saída de Nico Rosberg, campeão na Fórmula 1 em 2016, deixou a equipe Mercedes com problema: sua sucessão. As mudanças de lugar nos cockpits haviam encerrado em setembro, e ao substituto se exigem peculiaridades.

O QUÊ? – Competência para desenvolver o automóvel; preparo psicológico para conviver com o clima de competitividade dentro da equipe, onde não há primeiro piloto; enfrentar as consequências do lobby de Lewis Hamilton, para não ter concorrente interno.

QUEM? – Gente próxima a Toto Wolf, Nº1 da equipe, diz serem considerados três nomes: Pascal Wehriein (piloto da Manor); Valtteri Bottas (Williams), e o rápido e polêmico Fernando Alonso, de difícil viabilização, tanto por contrato com a McLaren-Honda, quanto por não se enquadrar como segundo piloto. E Hamilton não quer disputar com ele dentro da empresa.

QUEM SERIA? – Outra questão, o oferecimento de salário e vantagens pela Mercedes-Benz seria conta alta para compensar a multa contratual de ambos. Pode ocorrer tudo, inclusive nada, com a contratação de piloto livre.

GENTE – Melina Voss, 33, economista, motociclista, transferência. Para a Ducati, CFO (mandona nas finanças) como o era na Audi Brasil. Substitui Diego Borghi, em um ano evoluído de CFO a CEO. Fábrica Ducati de motos pertence à Audi. OOOO Chico Lameirão, piloto brilhante, pai de engenheiro da Fórmula 1, escreve livro sobre suas experiências e o automobilismo. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)