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buru-rodas

Bem acertado, o Mustang

Quem arrisca intimidades com o novo Mustang, se surpreende. O automóvel deixou a formulação americanizada e ganhou ares europeus para acerto e composição. Faz parte do projeto de internacionalização do modelo, antes, praticamente exclusivo dos EUA. Nos cortes de produção de veículos feitos pela Ford em seu processo de saneamento, o Mustang foi poupado. A postura de focar clientes diferentes com exigências próprias, mudou o produto para melhor. Mantém a aparência agressiva, perfil e linhas de imagem esportiva, o funcionar viril, exaurido por quatro tubos de escapamento, a pintura brilhante em cores marcantes, em especial vermelho, preto, amarelo. No processo de internacionalização é automóvel bem acertado e, para o Brasil, idem. É importado em versão dita ´Premium´, com motor V8 e sem opcionais. Pacote completo. Comparado com o concorrente Camaro, é mais potente, veloz, reativo, e barato em seus R$ 300 mil, preço para abertura de negócios.

Ford Mustang, a ´europeização´ o salvou
Ford Mustang, a ´europeização´ o salvou

O motor surpreende. O tradicional V8/5.0 foi intensamente modificado e a potência saltou para 466 hp a respeitáveis 7.000 rpm. É a terceira geração da família Coyote, bloco em alumínio, assinatura da esportividade real do motor, coisa do cliente europeu. Há eletrônica bem viva no produto, desde a regulagem do motor em sete padrões diferentes, de economia a esportivo, e a possibilidade de torná-lo silencioso para manobrar em condomínio ou andar com assinatura sonora em estrada livre. A transmissão automática tem 10 marchas, também operáveis por palhetas sob o volante. A Ford vai importá-lo em doses de 500 unidades. O primeiro lote já foi absorvido.

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RODA-A-RODA

HYUNDAI – Como é usualmente descompromissada na difusão de informações no Brasil, a Hyundai anunciou na Argentina dois novos produtos para nosso mercado: modelo pequeno e em nova plataforma, menor ante o Creta e HB20, e uma picape média.

DE NOVO – Trata-o como “A-CUV”. A letra ´A´ indica o segmento de carros pequenos e ´CUV´, apesar da sonoridade, o prefixo da sigla ´Compact Utility Vehicle´. Veja-o como o Renault Kwid da Hyundai…

QUE COISA! – A sigla é da pior qualidade. Crítica da nossa coluna sobre a grosseira sonoridade, fez a Ford suprimi-la. Inibia as engenheiras no processo.

MAIS – Quanto à picape, não será viabilização do modelo de estudo exibido como base sobre o Creta, mas produto grande, para concorrer com Toyota Hilux e sua turma.

RECORDE – Fábrica no esquema 4.0, aços resistentes e leves, e a aura de quase um século de perseguição à tecnologia e qualidade, permitiram à Borgward comemorar produção da 100.000ª unidade.

DE NOVO – Recriada pelo neto Christian, quer aproveitar a aura da empresa de Bremen (Alemanha), criada pelo avô Carl Borgward. E na cidade alemã constrói fábrica para ser a referência de qualidade e processos.

DEMORA – O projeto da Renault em trazer seu recém lançado esportivo Alpine para fazer prospecção de mercado no Brasil, estacionou, puxou o freio de mão, desligou os cabos da bateria e parqueou sobre cavaletes.

Alpine: adiamento da vinda ao Brasil pode ser bom
Alpine: adiamento da vinda ao Brasil pode ser bom

BOM – Razão simplória e surpresa: a produção está vendida pelos 19 concessionários na França e a área de exportações pelos próximos dois anos.

MAU? – Projeto para chegar ao mercado brasileiro foi delongado, com remotas chances de implementar a capacidade industrial da velha fábrica Alpine dos tempos do fundador Jean Rédélé. A marca foi posteriormente comprada pela Renault e o mito foi junto.

ÓTIMO – Há um lado bom no processo de esticar o prazo: até lá deve estar acertado o acordo entre o Mercosul e União Europeia, e assim terá preço final menor pela ausência do imposto de importação.

AMOSTRA – Para instigar o mercado, Renault levará exemplar de pré-série como atração em sua presença no “Brazil’s Renault Classic Show”, elegante encontro de veículos antigos a ser realizado em Araxá (MG).

NOVO – Anúncio da FCA para participar do mercado de picapes no Brasil, embute decisão sobre três produtos: nova Strada (já em andamento); importação da RAM 1500 (ex-Dodge 1500); e a definição de picape para 1T de carga, modelo novo. Norte americanos envolvidos no projeto tratam-no como ´Metric Ton´. Curiosidade, mercado latino americano afinará visão da América superior.

MUDANÇA – Teremos enormes alterações no mundo do automóvel nos próximos anos, desde a necessidade de tê-los, uso, manutenção, até extinção de profissões a eles ligadas.

PARALELO – Enquanto Seu Lobo não vem, outra mudança se implanta no atual início de relações e conceitos: a distribuição dos combustíveis líquidos.

DIRETO – A decisão permitindo às usinas de álcool venderem diretamente aos postos, eliminando os custos da desnecessária passagem por companhia distribuidora, deve ser seguida para a gasolina. E o CADE e a Agência Nacional do Petróleo estudam acabar com o monopólio da Petrobras. Essa empresa refina 95%, estudando abrir tal processo a outras refinarias e ter reajustes de preços com prazos programados.

RAZÃO – Não há história melhor no automobilismo: a briga Ford versus Ferrari, motivada pelo desentendimento entre dois mandões personalistas. Henry Ford II, o neto, comandando a segunda maior produtora de veículos e o turrão Enzo Ferrari, acionista maior à frente de sua marca, envolvida com corridas e fazendo esportivos para gerar recursos.

Ford GT 40, o carro que deu trabalho à Ferrari em Le Mans
Ford GT 40, o carro que deu trabalho à Ferrari em Le Mans

ITALIANICE – À assinatura do contrato, Enzo Ferrari saiu e não voltou à reunião. Ford II, embora ausente, viu como ofensa pessoal e resolveu dar o troco: esmagar a Ferrari em seu ambiente mais peculiar, as pistas de corrida, em especial nas 24 Horas de Le Mans, a mítica corrida de resistência.

SOLUÇÃO – O caminho gerou um carro, hoje em segunda reedição, então chamado Ford GT 40. Ele abriu trilha pavimentada para Carrol Shelby transformar-se em pequeno industrial e trouxe vitórias para a Ford em diversas corridas.

ENFIM – Virará filme. O ator Matt Damon reviverá Shelby e, com certeza, gerará dramatização para reviver as disputas vencidas pela Ford em Le Mans entre 1966 e 1969.

ASCENSÃO – Citroën, representada por DS 21 de 1966, com carroceria especial ´Le Léman Coupé´ pelo encarroçador Chapron, quebrou o encanto para marcas comuns e recentes estacionando no buraco Nº 18 do campo de golfe de Pebble Beach (Califórnia/EUA), onde no 3º domingo de agosto no ´Concours d’Élegance, ocorre um dos mais esnobes encontros de veículos antigos.

RAZÃO – Revolucionário em soluções, como a carroceria esculpida pelo ar, único sistema hidráulico para freios, direção, e a surpreendente hidro-suspensão, ao lançamento, em 1955 no Paris Auto Show, teve 80 mil encomendas.

GENTE – Roberto Carvalho, ex-GM Canadá, de volta. Diretor Geral da BMW. Muita pedra a carregar: vendas; otimizar rede de revendas; definir novos produtos; acertar assistência técnica; trabalho em conjunto com a operação de montagem em Araquari (SC). BMW tropica no mercado. OOOO

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Mercedes abre liderança >> Lançado ao princípio do ano, o Mercedes-Benz CLA 180 tem sólida ascensão em vendas: triplicou-as relativamente às dos cinco primeiros meses do ano anterior. Numericamente significa reinar absoluto dentre os produtos da família C, os 200, 250 e AMG 45 4Matic, assinalando 80,1% das vendas. Quanto aos concorrentes principais, os também teutônicos sedãs 4 portas BMW Série 3 e Audi A3, a liderança também é sólida: 74%. Na prática, a soma dos concorrentes é inferior aos números de venda do CLA 180. Razões da preferência estão em condições importantes: maior rede assistencial; linhas de sedã com morfologia de cupê; conforto construtivo. Mecânica é liderada por motor 1.6 de 4 cilindros em linha, 16 válvulas, turbo e injeção direta de combustível. Gera 122 cv, mas o diferencial para agradabilidade de uso está nos 20 kgf.m de torque entre 1.250 e 4.000 rpm, permitindo garra para acelerar e usura em consumo.

Com ampla folga, Mercedes-Benz CLA 180 lidera o segmento
Com ampla folga, Mercedes-Benz CLA 180 lidera o segmento

Agregado a transmissão automática com duas embreagens 7G-DCT de sete velocidades, acelerar de 0 a 100 km/h em 8,7 segundos e atingir máxima de 210 km/h. Disponibiliza rodas em liga leve aro 17”, sete airbags, faróis e lanternas em LEDs High Performance. A fórmula integra o esforço de rejuvenescimento da marca, com maior esportividade nas linhas, trabalhos de aerodinâmica, equipamentos de infotainment cada vez mais demandados, como o Apple CarPaly e Android Auto. Preço: R$ 137.900.

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Depois da Jeep, FCA investe na Fiat >> A empresa aproveitou o 42º aniversário da atividade industrial automobilística da Fiat para anunciar investimentos na marca: aplicará R$ 8 bilhões em cinco anos na fábrica de Betim (MG), base que assistiu aos investimentos para implantação da associada Jeep e ver sua liderança no segmento. Aplicação de capital para o setor Fiat, inaugura novo ciclo para a marca e seus fornecedores, com indicativo sério, a criação de – pelo menos – 8 mil empregos. Novo capital se destina a alavancar a Fiat e seu leque de produtos, fortalecendo atividade no Brasil e na América Latina, corporificando 15 lançamentos até 2023, para cobrir segmentos aonde não compete.

FCA investe para trazer Fiat novamente à liderança
FCA investe para trazer Fiat novamente à liderança

Os investimentos têm endereço certo: o Polo Automotivo Fiat, em Betim, maior fábrica da marca no mundo, tanto para dinamizar suas atividades quanto a dos fornecedores instalados ao seu redor. A Fiat capitaneou um processo de sobrevivência dito ´Mineirização´, constituindo-se em grande esforço para levar fornecedores a se instalar em Minas Gerais para eliminar logística, transporte e obter custos menores. O grande esforço embute a determinação de voltar a ostentar título de marca líder no Brasil. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria do jornalista Roberto Nasser)