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buru-rodas

Brasil, carro do futuro. Toyota sai na frente

 

No momento dos estudos e definições para as soluções brasileiras de enfrentamento às novas exigências para veículos, autonomia e combustíveis não fósseis, a Toyota riscou o chão e marcou a trilha. O caminho será o de carros híbridos, com motor endotérmico consumindo etanol para gerar energia elétrica. Aproveitamento do álcool, combustível de baixas emissões, para gerar energia e obter produto gerando pequena pegada ecológica nos processos e uso. Integra os esforços da companhia em seu grande esforço para reduzir emissões em processos e veículos, sob o rótulo de Desafio Ambiental 2050. Solução tangencia a obviedade, mas Ford e BMW, com híbridos no mercado brasileiro, não tiveram interesse em tal caminho. Toyota há dois anos focou no Prius para liderar vendas segmentadas e também na transformação do motor a gasolina para o sistema “flex”. Trabalho envolveu engenheiros da companhia no Brasil e Japão, trocando conhecimentos para obter os melhores resultados no casamento, entre rendimento do motor reformulado e a adequação do gerador.

Protótipo do Toyota Prius Flex
Protótipo do Toyota Prius Flex

O protótipo foi desenvolvido mesclando estamento acadêmico por intermédio da USP, a Universidade de São Paulo, sob as bênçãos da ´Unica´, união dos produtores de álcool. Ano eleitoral, foi apresentado ao governador paulista Geraldo Alckmin, ´candidato a candidato´ à Presidência, e de lá seguiu, iniciando avaliações e testes para o desenho final, até o espaço do curso de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília, na cidade satélite do Gama, beiradas do Distrito Federal. A Unb foi o berço dos estudos e experiências com os motores a álcool nos anos ´70 com o professor Urbano Stumpf. Iniciativa não se encerra com o Prius movido por energia elétrica gerada por motor acionado por queima de álcool, mas passa pela cooptação de parceiros envolvidos no projeto, incluindo a indústria de auto-peças. Rafael Chang, presidente da Toyota, entende ser o início de novo ciclo tecnológico.

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Novo Kangoo começa a ser produzido >> A Renault Argentina iniciou a produção de um modelo misto para transporte de cargas e passageiros, chamando-o “Novo Renault Kangoo”. Do ´velho´ Kangoo, aproveita o bem conhecido nome. Por razões de economia, o veículo é uma espécie de misto quente pela mistura do romeno Dacia Dokker e do Kangoo, desprezando sua antiga plataforma e entrando no padrão América Latina, utilizando a bem formulada base aplicada no Logan, Sandero, Duster e na picape Oroch, resistente às agruras do terceiro mundo.

Renault Argentina já faz o novo Kangoo
Renault Argentina já faz o novo Kangoo

O ´Nuevo Kangoo´, como indicado na Argentina, onde será lançado em maio, utilizará trem de força liderado pelo motor 1.6 de 4 cilindros, 16 válvulas, 115 cv de potência e 15,6 kgf.m de torque, produzido no Brasil, com tração dianteira administrada por transmissão manual chilena de 5 velocidades. Na Argentina, duas versões: Express, para transportar uns 700 kg de carga e a Stepway (o nome é curinga na Renault) para passageiros. Importação para o Brasil seria óbvia, mas fonte da empresa brasileira diz não haver plano imediato. No jargão promocional, indica estar no Salão do Automóvel em São Paulo, no final desse ano.

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RODA-A-RODA

DO ANO – Membros da FIPA (federação de jornalistas especializados em automóveis na América Latina), entregaram prêmio de “SUV do Ano FIPA 2018” à Mazda. A marca está fora do Brasil, fatia que representa metade do mercado sul americano.

C4 CACTUS – Durante lançamento do novo C4 Lounge, a Citroën confirmou produzir o C4 Cactus no terceiro semestre. Utilizará a base comum aos C3, AirCross, Peugeots 208 e 2008. Deverá apresentá-lo no Salão do Automóvel de São Paulo.

SITUAÇÃO – Enquanto na Argentina a Citroën cresceu acima da média do mercado, firmando-se como o segundo maior mercado extra europeu (depois da China), no Brasil essa marca francesa caiu 7,3% em janeiro e fevereiro contra 13% de expansão de vendas no setor. VW com pico de 37,3%.

MÁ NOTÍCIA – Sérgio Habib, engenheiro, trouxe a Citroën para o Brasil à abertura das importações; foi seu presidente; elevou a marca a uma categoria Premium desconhecida no resto do mundo; montou grande rede de revendas.

CANSOU Devolveu à PSA 14 revendas: 12 Citroën e 2 Peugeot. Usará algumas instalações para a rede dos chineses JAC, por ele representada.

FINAL – Renault Brasil recebeu unidade do Alaskan, protótipo da marca sobre o Nissan/Frontier. Basicamente o mesmo produto, diferente em detalhes estéticos, interior e, espera-se, isolamento termo-acústico mais bem acertado, pois é clara deficiência do produto Nissan.

O OUTRO – Leitor dessa Coluna se lembra que nela leu sobre a produção da picape Mercedes Classe X, derivada de Nissan e Renault. É melhorada relativamente aos concorrentes nipo-franceses. Como caracterização, maior bitola frontal, dirigibilidade superior, cuidados para suprimir as reações de caminhão, Mercedes já testa versão com caçamba longa.

AS OUTRAS – Atualmente há um perfil comum aos três modelos: cabine dupla, caçamba curta. Mercedes-Benz quer atender clientes com necessidade de transportar mais carga. Terá?

ESPECIAL – Honda iniciará vender a versão S.I. do Civic. Importado do Canadá, tem motor 1.5 turbo e caixa de marchas manual de 6 velocidades. Pouca quantidade.

COMEÇOU – Fiat já vende o Cronos, seu novo sedã compacto. Bem formulado, estilo agradável, volumes harmônicos. Cinco versões, dois motores, dois tipos de transmissão, conteúdo com foco tecnológico.

Cronos: Fiat não ressalta a sua qualidade
Cronos: Fiat não ressalta a sua qualidade

ESQUECEU – Fabricante não dá foco certo ao automóvel, nem ao seu motivador, o Argo. Vende-os como se fossem apenas mais novos produtos em linha, quando apelo maior deveria estar na enorme mudança de métodos e processos alavancando o ganho de qualidade. Não há comparação com a geração anterior. Hoje os Fiats estão industrialmente melhores.

FIM – Assinala o término do processo de renovação da marca, encerrando larga relação de produtos, construindo a fábrica de Pernambuco para fazer Jeep e Fiat. Das novidades, picape Toro e SUV Compass lideram as vendas. Mudou a operação e toda a diretoria. Aparentemente, findou-se o motivacional da gestão de Stephen Ketter.

MARCO – Presidência da República agendou reunião no dia 10 de abril para ajustar, leia-se, dar forma final ao projeto Rota 2030, a regulação da indústria automobilística e de auto-peças, ante as demandas mundiais por segurança, emissões, redução de consumo, mudança comportamental do consumidor.

NO AR – Enfim, dar norte a uma atividade atravessando seu período mais mutante, em especial quanto ao tipo de energia, substituir o uso dos derivados de petróleo, enfrentar a grande mudança conceitual quanto ao automóvel, a cada dia mais um iPhone com rodas. Quer regular uma década num horizonte nublado.

…2 – Em época tão importante, o “Rota 2030” definirá regra de incentivos para o desenvolvimento tecnológico versus carga tributária, tentando mesclar os controversos conceitos do polêmico Inovar-Auto, encerrado ano passado.

E…? – Projeto extinto fez ataque nas importações, suprimiu aos consumidores a opção de escolha entre importados atualizados e nacionais sempre a reboque, recriou as linhas de montagem, voltando a pífios índices de nacionalização dos tempos pré-JK. O problema é: sobreviverão sem as barreiras de importação, com métodos industriais de galpões montadores e não de fábricas?

ADITIVO – Mercado em expansão e definições de acordos fomentadores comerciais com a União Europeia e um Mercosul alinhado. No caso, acicatado pela objetividade e protagonismo do presidente argentino. O dia 10 de abril? Indica dizer, à reunião podem estar novos ministros indicados na rodada de substituições previstas com os prazos de desincompatibilização para as eleições? Neófitos a discutir o futuro sem conhecer passado e presente?

DE RÉ – Ministro das Cidades, Alexandre Baldy, travou pretensão do Denatran em exigir novos exames para a renovação da Carteira Nacional de Habilitação, resolvidos por resolução do Contran, curiosamente num ano eleitoral, onde avultam interesses de várias ordens.

RAZÃO – Alegada exigência de novos estudos mas, na prática, pelo período, qual governo e candidatos se arriscariam à imposição tão antipopular?

MUDOU – De quase falência por insubsistência financeira, a PSA mudou sua gestão. Contratou Carlos Tavares, português, então vice presidente da Renault e só tem visto bons resultados. Mais institucional, alemã agência de risco extra financeiro OEKOM, manteve-o em liderança na lista de empresas mais responsáveis com nível ´Prime´ para investimentos.

CLÁSSICO – Em tempo de gente descompromissada e sem conhecimento automotivo (que chamam de “clássico” alguns Opalas, Chevettes e que-tais…), eis um verdadeiro exemplo acertado para o adjetivo: Mercedes SL, o conversível desenvolvido sobre o mítico Gull Wing, o ´Asa de Gaivota´.

Mercedes SL Roadster: revendedor mudou a história
Mercedes SL Roadster: revendedor mudou a história

MITO – Comemorou 60 anos de lançamento. Encomenda com compra assegurada por Max Hoffmann, importador nos EUA. Fizeram-se 1.858 unidades entre 1957 e 1963. Motor 3.0, seis cilindros em linha com injeção mecânica de combustível, 245 hp de potência, chassis em treliça construído artesanalmente, 245 km/h de velocidade final.

REALIDADE – Foi o primeiro ´Supercar´ da história do automóvel e o indutor à mudança no projeto da Mercedes-Benz para entrar nos EUA. Deixou a operação tocada com a Studebaker e o fez como marca independente. Hoje existem 9 unidades no Brasil com preços pornográficos: R$ 3,5 milhões em média! Valor absurdo e, mesmo assim, incapaz de sensibilizar os proprietários à vendê-los.

GENTE – AJ Foyt, 83, lendário piloto dos EUA, salvo. Sofreu ataque de abelhas africanas pela segunda vez! OOOO Alexandre Mano, zootecnista, sonho. Primeiro comprador da nova safra de Fords Mustang. OOOO Cristiano Bagatini, 27, administrador, desafio. Deixou a consultoria Falconi para gerir o desenvolvimento operacional do Uber. OOOO Mário Guerreiro, português, 57, novos ares. Após 25 anos e vice presidência de comunicação nos EUA durante o processo Dieselgate, deixou a Volkswagen. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria de Roberto Nasser)