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buru-rodas

Começar de novo: a Renault se reconstrói

Quando aprovou seu projeto de instalação no Brasil e inaugurou fábrica em 1998, a Renault foi valente. Das new comers, como chamadas as novas montadoras, fez o maior investimento, sendo a única a implantar usina para motores. Tempo e mercado passam, há reformulações, e a Renault, em resultados desproporcionais, acertou no projeto. Mudou a relação com os produtos, elegendo o Brasil como base de produção e mercado principal da família Logan, Sandero e Duster, de plataforma rústica, resistente e removeu para a Argentina os extremos, o luxo do Mégane depois Fluence e o inferior da linha, o Clio sedã. As mudanças melhoraram, alcançaram recuperação e recordes de vendas. A expansão comercial fez cobrança industrial, batendo no teto da capacidade de produção, mesmo funcionando em três turnos diários, seis dias por semana e com todos os ganhos de produtividade, chegou a máximos (e insuperados) 220 mil veículos anuais. Num cenário de expansão, quem estaciona, anda para trás.

Ante perspectiva de crescimento, recuperando o tempo perdido e pelo relevo da rentabilidade da operação no Mercosul representa na tesouraria da marca, aprovaram-se investimentos de R$ 1,5 Bi no período 2011-2015. Destes, R$ 500 milhões acabam de ser gastos numa grande reformulação. Sem espaço, a expansão exigiu artes: parar a operação e construir uma fábrica dentro da fábrica. Como disse um operário da construção civil, “tocou o horror, obras com a fábrica parada; o pátio cheio de carros; prazo para tocar e acabar; cimento que não secava por conta das chuvas. Sessenta dias para desmontar, quebrar, reconstruir, rearranjar, testar e botar a fábrica a funcionar como se nada tivesse acontecido. Trocamos o pneu com a bicicleta andando”.

Mercado >> As mudanças aditivaram a capacidade industrial em 100 mil automóveis/ano. Em 2014 crescerá mais quando transferir a produção dos utilitários Master para a nova fábrica da aliançada Nissan em Resende(RJ). A expansão elevou a 7.700 empregos os 6.500 anteriores. A Renault quer se preparar aos novos produtos – reformulação de Logan neste ano e no próximo no Sandero e Duster. E a novidade: um picape Logan, consolidada a 5ª posição no mercado, gerando reconhecimento no âmbito da corporação: Olivier Murguet presidente no Brasil, foi laureado pela matriz em razão da performance da marca em vendas, participação e lucros. As obras e a troca de figurinhas com a Nissan darão capacidade para atingir o projeto de participar com 8% do mercado brasileiro até 2016.

Retoques >> Para marcar sua continuidade no mercado, aplainando terreno para o início de produção nacional no último trimestre, a Nissan deu um ´tapa´ em seu carro de entrada, o March. Diz ter ouvido sugestões de clientes, daí oferecer estofamento em dois tons, friso cromado na grade e um adesivo. Freios com ABS vem por obrigação legal e, aparentemente, os clientes preocupados com segurança não foram ouvidos pois airbags inexistem seja nas versões motor 1.0 ou 1.6. A Nissan insiste em dizê-lo japonês. Está mais para liga das nações: projeto do Japão; motores da França; construção no México e Brasil. Preços com a riqueza nacional, entre R$ 27.690 a R$ 41.590.

Em junho, o novo Focus >> Durou pouco a atual geração do bom Ford Focus. Em junho, no Salão de Buenos Aires, a empresa exibirá seu sucessor, a ser feito em Pacheco, Argentina, devendo chegar ao Brasil no quarto trimestre, já como 2014. A logística da Ford mostrou-se lenta para repor o Ranger, também argentino e o EcoSport. Investimento de US$ 200 milhões, gerará 900 empregos diretos, ampliará a capacidade de produção em 19% para atender ao Mercosul. Neste ano a Ford registra 100 anos na Argentina, onde após representação foi primeiro país sul-americano onde implantou filial e iniciou montagem superficial em 1915.

Roda-a-Roda

Zinoro – Negócios provocam cada coisa… Você acredita num carro que é BMW em tudo, linhas, motorização, mas se chama Zinoro? Pois é. A joint venture entre os bávaros e os chineses da Brillance definiu o novo nome.

O Mais – O Guiness World Records confirmou o Bugatti Veyron Super automóvel mais rápido do mundo, a 267.8 mph – 428,5 km/h. Dos EUA a Hennessey contestou lembrando seu Venon GT cravando 265,7 mph = 425,1 km/h, mas a Bugatti lembrou que sua velocidade máxima corta a 258 mph = 412,80 km/h. No recorde, soltou as rédeas dos 1.600 cv do motor W12, 8.000 cm³, quatro turbos.

Pragmatismo – Sem conseguir alcançar o concorrente GM Cadillac, a Lincoln dos luxuosos Ford, foi ao óbvio: contratou Mark LaNeve, ex-marqueteiro da GM e ex-presidente da Cadillac. Dirigirá a Hudson Rodges e a Team Detroit, agencias de publicidade da Lincoln e da marca Ford.

iLUV? – Sabe o que um iLUV? Está preparado para ter um? Ninguém sabe exceto nos gabinetes mais fechados da Ford. A empresa pediu registro de patente para alguma coisa como veículo urbano leve e inflável.

Lei – Deve ser individual, leve, dobrável. Explicação a fórmula e engenharia tão distantes dos parâmetros atuais é exigência legal dos EUA, onde as marcas, por sua produção, devem obter índices de consumo de combustível. Assim, veículos elétricos se somam aos a gasolina e diesel para dividir consumo e emissões.

Recall – Outra massiva chamada de carros japoneses a consertos. Toyota, Nissan e Honda convidam 3.4 milhões a trocar air bags fornecidos pela também japonesa Takata. Defeito antigo, carros produzidos entre 2000 e 2004. A Takata é segundo maior fornecedor mundial de airbags e cintos de segurança. Assim, mais interessa ao universo dos acidentes e seus advogados, pois a grande maioria destes automóveis já foi à reciclagem.

Alegria – Renault festeja e divulga ser a única marca com seis veículos de menor consumo no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.

Regra – É ação oficial para tabular consumo e emissões de veículos importados e fabricados no Brasil, orientando o consumidor quanto a consumo. Boicotado por algumas montadoras e importadoras que não aderem para não expor maus resultados. Mas será obrigatório. Quer um conselho pelo bem do país? Na hora da compra escolha entre os listados no programa? http://www.conpet.gov.br/consultacarros/

Flex 10 – Há 10 anos a Magneti Marelli apresentou seu sistema SFS, o Flex, liderando esforços, logo seguidos, para identificar combustíveis no tanque dos veículos, e faze-los se adequar para funcionar com álcool ou gasolina.

Direta – A MM terá sistemas de injeção direta em 2015, para novos motores a ser fabricados no país. A injeção da mistura combustível faz-se sobre os pistões, melhorando queima, ganhando potencia, reduzindo consumo e emissões.

Publicidade – Com DAVID, agência brasileira, a Jaguar inicia campanha para vender a marca no país. Mudança de óptica, antes apenas entregava. Denomina-se How alive are you, e liga automóvel e batimentos cardíacos.

Nova turma – Os novos Classe A, em hatch importado e sedã a serem feitos no Brasil, querem ampliar a clientela Mercedes, crescendo para baixo, idade menor à dos compradores dos atuais Classe C. Daí, nova linguagem e novas mídias. A Mercedes busca atingi-la por suas agências Moma e ADBAT/Tesla, pelo portal UOL, anúncios em IPad, QR Code, vídeo viral, YouTube e Facebook. Amostra? YouTube Mercedes-Benz do Brasil: youtube.com/watch?v=skHkv7kMAv8

Fanpage Mercedes-Benz do Brasil: facebook.com/mercedesbenzbrasil

Tecnologia – Quer entender o sistema de transmissão oferecido pela Ford no novo Eco, mecânico, seis velocidades e duas embreagens? Veja em http://youtu.be/l3AhRdYlkpA. Parece automático, gasta menos e é o futuro. Para entender como engraza duas marchas ao mesmo tempo, vale olhar.

Cinema – Nívea Ferradosa, diretora de marketing da Citroën bem aproveitou a oportunidade de colocar carro da marca, o mítico 11L de 1948 na releitura do filme “Meu Pé de Laranja Lima”, baseado em livro de José Mauro de Vasconcelos. Versão anterior teve Willys Knight de 1929, raro, rico, mas conformado à história.

Visão – Nada mais inadequado no conto passado em tempos sem asfalto que um monobloco Citroën 11L, baixo, tração dianteira, para andar em estradas de terra, lama e buracos da época. Como aplicação, é licença poética, mas exibe a sagacidade da executiva. Lançamento dia 19. http://youtu.be/GDePuLpo3Bg

Sucesso – Empresa familiar, a gaúcha Agrale festeja 80 mil tratores produzidos em 51 anos de existência. Hoje faz as linhas 4000, 5000 e 6000, de 15 a 168 cv.

Ciao, Bella – Outra italiana com excitantes prazeres no montar. No caso, motos MV Agusta, marca com dezenas de títulos mundiais. Refinada mecanicamente, distintivamente cara, do pequeno clube com mais de 200 cv pelo motor 998 cm³, quatro cilindros, DOHC, 220,8 cv a 13.400 rpm e enorme pacote eletrônico para aproveitar a performance com tentativa segurança.

Pacote – Motor de pequeno curso – 79×50,9mm, bielas em titânio. ABS Race de última geração, pinças Brembo MotoGP, acelerador por rádio, controle eletrônico de estabilidade, quatro mapas de injeção, regulagens para acelerador e freio do motor entre Normal, Esportiva ou baixa aderência, corta-motor, suspensões e esterço com ajuste eletrônico no painel, controle de tração, rodas forjadas, anti wheeling – para evitar empinar. R$ 110 mil. 400 vendas em 2013 após junho.

 

A fim? – A MV Agusta do Brasil quer revendedores. Tem em Belo Horizonte(MG); São Paulo, Campinas e Ribeirão(SP); Curitiba(PR); Florianópolis(SC);Rio de Janeiro(RJ) e Goiânia(GO), assistência em Aracaju(SE) e Maceió(AL). Assunte: www.mvagustamotos.com.br

Obrigação – ABS obrigatório nas motocicletas a partir de 125 cm³ na Europa a partir de 2015. A União Europeia, assustada com 5.000 mortes de motociclistas em 2012, que reduzir o número. Brasil poderia exigir e começar nas motos dos “motoboys”, os mais expostos. A Bosch criou o ABS para motos e se alarma pois aqui apenas 1% das motos – e as de elevado preço – o utiliza.

Locamoto – Restauradora de automóveis antigos e personalizadora de motos Harley, a curitibana Phoenix implantou locadora com dez HDs. Mais?

http://www.phoenixstudio.com.br. http://www.facebook.com/MotorcyclesPhoenix e http://www.facebook.com/phoenix.phst

Ecologia – Bagaço de cana, disponível em enorme quantidade e quase sempre queimado nas usinas de açúcar e álcool, começa a ter nova utilidade: automóveis. Lavado, seco, processado e termicamente moldado vira placas substituindo as de plástico, transformadas em acabamento de portas e teto.