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De volta, o Aston Martin DB5 de James Bond

O britanicamente belo Aston DB5 1964 terá série especial
O britanicamente belo Aston DB5 1964 terá série especial

A fábrica inglesa de esportivos Aston Martin se reergue dos riscos de desaparecimento; e com produtos novos e sociedade com a Mercedes-Benz, busca tempos mais tranquilos. Dá-se a devaneios promocionais: anunciou que produzirá 28 réplicas do mais famoso dos automóveis utilizados pelo personagem James Bond. No caso o Aston DB5 apareceu em Goldfinger (filme de 1964) e ressurgiu em Skyfall transformado em peneira por rajadas de metralhadora. Carro de aura, motivou a feitura de incontáveis réplicas em escala, e agora por acordo entre a Aston e a EON (detentora dos direitos da franquia James Bond), com consultoria de Chris Corbould (vencedor de Oscar por efeitos especiais) e a Aston’s “Q” (piada com o inventor das complicações mecânicas de James Bond) produzirão as réplicas. Serão 28 unidades com mecânica imitando a original: seis cilindros em linha, 4.000 cm³ de deslocamento, três carburadores horizontais Weber. Os 270 cv de força são capazes de levá-lo da imobilidade aos 100 km/h em 8 segundos, cravando velocidade final em torno de 250 km/h. Serão pintados na cor da época (Silver Birch) e terão alguns implementos técnicos atuais, como os freios e direção de melhor dimensionamento. Diz a Aston Martin que ele terá alguns dos acessórios de época, como o sistema rotativo de placas de licenciamento. Não se falou nas metralhadoras sob os para-choques frontais, o assento ejetável, a capacidade de lançar óleo da pista… Entregas a partir de 2020 após produção artesanal com intensa mão de obra, especialmente dedicada em moldar a carroceria. Um exemplar será da EON para um museu James Bond; outro para a Aston; terceiro para ser vendido por sorteio ou leilão. Os demais 25 serão vendidos a colecionadores da marca, dedicados fãs do personagem e outros museus. Custarão US$ 3,5 milhões! O dobro do Aston Martin mais caro atualmente.

Imagem mais conhecida do DB5 com o ator Sean Connery, em Goldfinger
Imagem mais conhecida do DB5 com o ator Sean Connery, em Goldfinger

´Tás brincando?´ >> Há pequeno, porém importante detalhe não explicado no comunicado de imprensa: esses carros não poderão circular em vias públicas, apesar de seu dimensionamento funcional. Questão simples: como réplicas seguindo as especificações de época, não atendem às atuais exigências legais de emissões e segurança, como itens de resistência a impactos; freios com sistema ABS, suspensão com adjutório ESP, etc… Usualmente países com maior intimidade com veículos, têm legislação de incentivo a fabricantes de pequenas séries, às vezes dispensados de tais equipamentos atualizados. Mas não é o caso, pois a Aston Martin não é empresa pequena necessitando empurrão de concessões. Assim, quem o comprar, será para tê-lo como obra de arte tridimensional e estática, como aconteceu com os Jaguar D. O anúncio gerou inesperado impacto, e bem situados senhores criaram um problema: arguem a marca se é possível comprar o carro com mecânica e itens de segurança atuais, para circular; ou como kit, para providenciar domesticamente tal agregação.

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RODA-A-RODA

FUTURO – Nos EUA a Ford abandonou a produção de sedãs, concentrando-se em SUVs e picapes. Terá 9 novidades até 2023. Globalmente os produtos crescerão de 20 para 23, no foco por mercados rentáveis.

CURIOSIDADE – Detalhe interessante em época de globalização: a marca informou reduzir média de vida dos modelos de 5,7 anos para 3,3 anos na próxima década.

NOVO GOL – Herbert Diess, presidente mundial do grupo Volkswagen, esteve no Brasil na semana passada e aclarou dúvidas quanto ao futuro do Gol como carro de entrada, primeiro degrau de preços para a marca alemã.

PEQUENO – Pacote de informações: substituição em 2021 ou 2022, marcando novo ciclo de investimentos. Até 2020 a VW Brasil gastará parte dos R$ 7 bilhões alocados para as grandes mudanças de estrutura e produtos.

BOM – Será pequeno e barato. A grosso modo e conceitualmente, uma espécie de Renault Kwid da Volkswagen. Será criado a partir do conhecimento de design, construção e engenharia brasileiras, para atender mercados em desenvolvimento, iniciando pela América Latina.

O QUÊ Mercado em desenvolvimento? Os de piso áspero, desalinhado, esburacado. Se aplicável, o adjetivo, asfalto sáfaro. Temos invejável ´know-how´.

NÓS – Uma vez, na Califórnia (EUA), abasteci ao lado de um Fox, o nosso Voyage exportado aos EUA. O dono disse ser o melhor carro do mundo, com mais de um milhão de quilômetros sem maiores reparos. Acreditava que fosse carro alemão, pois não havia plaqueta dizendo ser brasileiro…

DE NOVO – Uma láurea técnica para o Brasil desenvolver produto mundial.

POLÍTICA – Agenda do poderoso executivo incluiu sindicalistas para encontro e promessas de empregabilidade. A VW alemã tem diretor representando os metalúrgicos, e a paz social é fundamental nestes processos.

NEGÓCIO – A VW está bem na fita, pois é importante garantir emprego na ex-Meca do automóvel. O movimento sindical, em nome de promover seus dirigentes, conseguiu expulsar a expansão das fábricas de automóveis instaladas no município para outros Estados, reduzindo os empregos. Os dirigentes, exceto um, preso, vão bem, obrigado. Os empregos, muito pelo contrário.

NOVO JIMNY – Suzuki japonesa está apresentando novo Jimny 4×4. Mantém o espírito de limpeza em linhas e equipamento; intocada a plataforma (incluindo distância entre-eixos), mas tornou-o mais alto, largo e comprido. Na prática, melhorou em qualidade e funcionalidade.

Sierra, o novo Jimny: mais leve, mais forte, mais ágil
Sierra, o novo Jimny: mais leve, mais forte, mais ágil

MUDANÇAS – São perceptíveis as maiores. Mantém a filosofia de peso contido. Para melhor caracterizar, chamou-o Sierra. Pesando apenas 1.070 kg, o novo motor 1.5 de 4 cilindros tem 101 cv e 13,5 kgf.m de torque. O conjunto melhorou as habilidades, incluindo velocidade média levemente aumentada. Transmissão manual de 5 velocidades ou automática com 4 marchas.

RESULTADOS – Motor mais leve, potente e econômico. Com gasolina pura faz mais ou menos 19 km/litro. O chassi está 50% mais resistente em torção e melhorou na qualidade da rolagem e nas sensações de condução. Projeto simples, porém de extremada competência.

MERCADO – Demanda elevada. Pedidos feitos hoje somente serão atendidos em janeiro. A Suzuki no Brasil informa tê-lo no meio do próximo ano, mas diz, curiosamente, que manterá o modelo atual em produção.

EDIÇÃO – Ford apresentou nos EUA uma série especial comemorativa de 50 anos do Mustang Cobra Jet, homenagem ao icônico modelo de 1968, campeão das corridas de arrancada. Serão 68 unidades com motor 5.2/V8 supercharger Whipple de potência não indicada, mas aposte nuns 700 cv. Nos EUA R$ 130 mil. Não virá ao Brasil.

BRINDE – McLaren convidou 100 pessoas, tipo ´top pib´ e proprietários de Porsches, Ferrari, Maseratis, para um brinde com vinho Chandon em sua loja paulistana. Foi o Welcome Toast by Chandon. Mostrou três modelos da marca: 570-S, 570-GT e o novo 540-C com valores respectivos de R$ 1,9 milhão; R$ 1,95 milhão e R$ 2,07 milhões.

McLaren 540C: o mais barato custa R$ 1,9 milhão!
McLaren 540C: o mais barato custa R$ 1,9 milhão!

NEGÓCIO – Representação no Brasil, declinada por Nélson Piquet, acabou sendo aceita pela Eurobike, concessionária Porsche e BMW. Empresa inglesa paralela ao time de Fórmula 1, fabrica artesanalmente e com tecnologia de ponta os superesportivos. Hoje 3.300 unidades/ano e quer chegar a 5.000 em 2023.

CANTO – Jaguar contratou a cantora Dua Lipa para lançar SUVs da linha Pace: E-Pace; F-Pace e I-Pace. Show em Amsterdã no dia 3 de setembro às 18h.

TAPA – Nissan frustrou consumidores sendo econômica na caracterização dos March e Versa ano/modelo 2019. As linhas pouco atrativas estão envelhecidas e a novidade se encerra em detalhe interno, a central multimídia Multi-App com CarPlay e Androit Auto. Muito pouco.

PRA CIMA – O mercado mundial de automóveis passou ao largo de crises latentes ou prometidas, tendo 3,6% mais vendas relativamente ao ano passado.

MUDANÇA – Não ocidentais tomam lugar: China, Japão, Índia passaram os mercados tradicionais. China pulou 4%: 12.234.244 unidades e abre vantagem sobre o ex-maior mundial, os EUA. Este, para alcançar o novo líder precisa crescer uns 50%. Japão, terceiro lugar, encolheu 2%, vendendo 2.691.064 veículos.

AQUI – Nos dados organizados pela Jato, consultoria mundial, o Brasil cresceu 14% com 1.128.048. Governo (sic) Dilma foi âncora e marcha a ré econômica.

CENÁRIO – Novo panorama: a Índia ascendeu 16%, vendeu 1.982.442 unidades, ficando em 4º lugar à frente de países tradicionais como Alemanha, Inglaterra, França e Itália.

PRODUTO – SUVs e que-tais continuam o segmento de maior ascensão. São pouco consumidos apenas no Japão. As 15 milhões de unidades vendidas (14% acima do exercício passado) representam argumento para seguir o caminho.

CENTENÁRIO – Ágil empresa gaúcha se espraia pelo mundo ao comemorar 100 anos. É a Iochpe (nome familiar Maxion), agregado quando assumiu produzir os tratores Massey-Ferguson. Hoje envolvida com a fabricação de 60 milhões de rodas de veículos em 31 fábricas em 14 países. Aqui tem quatro unidades, e a mais recente, em Limeira (SP) inicia produzindo 800 mil unidades/ano.

Marcos Oliveira, CEO da Iochpe: crescimento no exterior
Marcos Oliveira, CEO da Iochpe: crescimento no exterior

NO MUNDO – Grande salto de crescimento foi dado em 7 anos. Em 2010 a empresa faturava líquidos R$ 2,2 bilhões, destes 18% provenientes de vendas externas. Em 2017 faturou R$ 7,5 bilhões, sendo 75,5% do exterior. Processo se dá adquirindo empresas nos mercados focados. Presidente e CEO Marcos Oliveira não é da família, mas engenheiro ex-Philco e o último presidente da Ford a apresentar lucros.

TECNICIDADES – Experiência da Pirelli como fornecedora de pneus ao Campeonato Mundial de SuperBike, permeou para as motos de rua. Acaba de misturar compostos, três na dianteira e dois para a traseira, para atender a diferentes demandas: estabilidade, durabilidade, aderência em piso seco ou molhado e desempenho esportivo.

DIABLO ROSSO CORSA II – É o nome. E o numeral indica evolução da primeira série, lançada há oito anos. No período o intenso desenvolvimento da eletrônica permitiu enormes ganhos de torque, potência, e o Diablo II atende a tais ganhos. Seu slogan é bem descritivo: “Aceite inclinações mais agressivas”. Peculiaridade explica ter uma medida dianteira e seis traseiras.

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Novos Mercedes-AMG: utilitários muito esportivos >> Você gosta de utilitários esportivos ou de cupês? Dirige com brio; aprecia tecnologia desenvolvida para garantir segurança e esportividade; e o seu porquinho da poupança está repleto? A Mercedes-Benz pode estar te procurando. A marca alemã homologou dois novos produtos de sua associada, a AMG, especialista em alta performance. São o AMG GLC 63 4Matic+ e o Coupé, únicos de porte médio com motor V8/4.0 biturbo. Potências variam de acordo com a versão. No SUV o motor entrega 476 cv. No Coupé são 510 hp. Aceleração impactante: o SUV acelera de 0 a 100 Km/h em 4 segundos e o Coupé em dois décimos a menos. Mecanicamente são quase iguais com tração nas 4 rodas, nove marchas automáticas, embreagem por disco submerso; trocas extremamente rápidas, suspensão por molas pneumáticas. O eixo traseiro é privilegiado com o recebimento de torque, mas a Mercedes aplicou um epicurismo mecânico no Coupé: o deslizamento do diferencial comandado eletronicamente. Desenvolvimento com responsabilidade para ser compatível com rendimento e segurança. Externamente marcam-se pela grade frontal AMG Panamerica, apresentada no modelo GT.

Mercedes-AMG: performance assustadoramente agradável
Mercedes-AMG: performance assustadoramente agradável

Há outros refinamentos proporcionais à transformação do modelo Mercedes em AMG, como a capacidade de regular o som da exaustão do motor; revestimento em material assemelhado a couro; quatro regulagens para a suspensão, motor e câmbio (de Comfort a Race, quando se otimizam todas as capacidades dos conjuntos) e rodas em liga leve com 21 polegadas. Preços: Mercedes-AMG GLC 63 4Matic+ (R$ 513 mil) e o Coupé (R$ 588 mil). OOOO (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria do jornalista Roberto Nasser)