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buru-rodas

Em setembro chega o Jeep Compass

Novo integrante da família Jeep, pouco superior em dimensões ao Renegade (terá uns 4,5m de comprimento), o Compass tem apresentação definida: em breves dias, uma pré-exibição à restrita relação de jornalistas especializados; logo após, treinamento nos revendedores e, em seguida, lançamento. FCA, holding controladora de Chrysler, Fiat e Jeep quer vendas em outubro, antes do Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Para sanar dúvidas curiosamente fomentadas por jornalistas especializados, essa Coluna repete o já aqui antecipado: designação do Projeto 551 será Compass e não Patriot ou outras opções, como vem-se comentando. No mesmo caminho de contradições, não será importado do México, mas produzido em Goiana(PE), na linha de fabricação do também Jeep Renegade e do Fiat Toro. Terá fabricação mundial e repõe idêntico modelo, segundo degrau na escala dos utilitários esportivos Jeep, em porte e preço logo acima do Renegade.

Compass, acima do Renegade, Cherokee local
Compass, acima do Renegade, Cherokee local

Apesar da similaridade com os colegas de linha, a diferença principal estará nos motores. Sai o 1.8 EtorQ feito nas beiradas de Curitiba e, em seu lugar, chega um 2.0, unidade antiga, proveniente de acordo feito entre Mitsubishi, Hyundai e Chrysler, por esta batizado de Tiger Shark. Bloco e cabeçote em alumínio, quatro cilindros, desloca 2 litros e tem 16 válvulas. Não aplicaram ao Compass o cabeçote Multi Air. Em seu lugar agregaram variadores de abertura para as válvulas de admissão. Com tal solução, a potência ficará garroteada em torno de 160 cv para o uso de gasolina e pouco mais com álcool puro. Torque de 19 a 20 kgf.m. Com transmissão manual de seis velocidades comporá o primeiro degrau na escada de produtos Jeep. Haverá, também, opção a diesel, 2.0 com esperado ganho em potência até agora não verificado, e transmissão automática de nove velocidades, assim como tração nas 4 rodas. Será a versão de topo. Mercado pobre como o é o nacional e adjacências ´americossulinas´, por sua conformação estética busca reconquistar o patamar de sonho de consumo como foi o Cherokee.

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Curiosidades em Pebble Beach >> Visto como o mais refinado encontro de veículos antigos do mundo, o “Pebble Beach Concours d’Élegance”, montado no campo de golfe na praia do mesmo nome, península de Monterey (Califórnia/EUA), mesclou diferentes situações. Manteve o interesse; reduziu horário de acesso público para permitir o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas; concedeu espaço a 228 automóveis provenientes de 16 países e de 30 Estados norte-americanos; liderou a dita “Semana Santa”, sete dias intensos de folguedos antigomobilísticos, leilões, eventos… e cumpriu a agenda social destinando US$ 1,75 milhão a 80 entidades pias da vizinhança. Expor em PB não é exercício de voluntariedade, mas objeto de convite, exigindo conhecimento e relacionamento, lobby bem sucedido, presença usual. Para se ter ideia, nem o melhor acervo antigomobilístico do Cone inferior do Continente, do argentino Daniel Sieleck, três vezes premiado no evento, conseguiu ser o “Best of Show”.

Lancia Astura, Best of Show no magnífico evento em Pebble Beach!
Lancia Astura, Best of Show no magnífico evento em Pebble Beach!

Surpresa >> Richard Mattei, do Arizona, levou tal prêmio ao ser convidado e expor o seu raro Lancia Astura Pinin Farina Cabriolet de 1936, e ser galardeado com o disputadíssimo título de melhor dentre os presentes. Surpreso, gaguejou com o absolutamente inusitado: ter ganho outros dois prêmios: o da classe na disputa pelo BOTS e o Gwenn Graham para o conversível mais elegante. O insólito da situação está no fato de ser sua primeira vez em PB. Disputa apertada ante concorrentes como Delahaye 165 de 1938 Cabriolet por Figoni & Falaschi e Stutz DV32 Conversível Victoria Le Baron. Pré-Guerra, o Lancia é do tempo da construção individualizada, cuidada, quase artesanal. Chassis rolante adquirido à pioneira e italiana marca, enviada a Pinin Farina – antes de justapor os nomes – para obter conversível, duas capotas. Na heráldica do Astura, Pininfarina (pós junção legal do nome) comprou-o para o museu da empresa, e o músico Eric Clapton, ex-dono, o fez famoso com definição: deu-me os maiores prazeres fora do palco e da cama.

BMW 328 1937: hipoteca para comprar, trabalho de casa
BMW 328 1937: hipoteca para comprar, trabalho de casa

Mais >> Exige registro o 1º prêmio no BMW Centennial, nos festejos dos 100 anos da BMW. Lothar Scheuttler, de Maryland, aceitou convite, e levou exemplar de 328, ano 1937, hoje um Clássico mundial interessante, mas não interessantíssimo. Mas a maior curiosidade está na história entre dono e objeto. Executivo aposentado, no grande vale da crise americana, para comprá-lo, Oscar foi radical: hipotecou sua casa. Recebeu-o desmontado, em caixotes. E se aplicou vigorosa e pessoalmente a 80% dos trabalhos de restauração, incluindo todo o complexo madeirame de estrutura da carroceria e à curvatura dos graciosos para-lamas, valendo-se de ferramentas limitadas na garagem da casa ´hipotecada´. Tomou seis anos nesta messe, invertendo a tradição em PB, onde no usual, proprietários abonados escrevem imponentes valores em cártulas de cheques e pagar entre 4.000 e 5.000 horas/homem de trabalho para restauração norte-americana apta a chamar atenção de frequentadores e fotógrafos nas grandes mostras antigomobilístas, primeiro passo ao olimpo do Best of Show na prainha. Leilões, alguns, bem focados em tipos de veículos e compradores, mostraram novos patamares para carros esportivos.

Cobra ex-Shelby: muitos recordes, incluindo o preço
Cobra ex-Shelby: muitos recordes, incluindo o preço

No leilão da RM Jaguar D Type, 1955, marcou pouco críveis US$ 21.780.000, e Shelby Cobra mudou de mãos por US$ 13.700.000, maior valor já pago por um automóvel feito nos EUA. Merece explicação. É de 1962, quando o delgado inglês AC recebeu o motor Ford V8 289, virando mito. E era a unidade pertencente a Mr. Cobra, o próprio Carroll Shelby, o autor da façanha e da marca que viveu muito mesmo após transplante de coração. Teve-o durante toda a vida (1923-2012). Comprador terá invejável combinação: uma obra de arte em três dimensões capaz de mobilidade, e DNA de história.

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Tira, põe e ajusta: o negócio do sedã Citroën >> C4 Lounge, o bom sedã da Citroën feito na Argentina, passou por revisão para reanimar o mercado. Reconhecido por harmônica relação entre conteúdo e preço, aparece com supressão da versão 2.0 Flex e agregação de itens de ´infodiversão´, como programas de computador, tela de 18 cm por toque e capacidade de espelhamento. Implementou a qualidade do som e, aumentando conteúdo, as três versões receberam equipamentos eletrônicos pró-segurança, como o ESP (programa de estabilidade)e trava para arrancar em subidas. Parte externa exige atenção para perceber a mudança de cor no pisca no bloco dos faróis. Há alterações mecânica e mercadológica.

Citroën C4 Lounge: mais conteúdo, mais economia, preço contido
Citroën C4 Lounge: mais conteúdo, mais economia, preço contido

Empresa foca no atendimento das metas de consumo acordadas com o Governo Federal pelo programa Inovar-Auto, e assim adotou como motor o bom projeto BMW/PSA, 1.6 turbo, com potência de 173 cv, álcool e 166 cv com gasolina. Disposto em torque, aproximados 15 kgf.m desde os 1.400 giros, consegue resultados agradáveis. Desde as reações ao acelerador, por exemplo de 0 aos 100 km/h arranca em 9,2 segundos e alcança velocidade máxima de 215 km/h. Para ter Etiqueta A, degrau mais elevado no programa de economia, a empresa aplicou caixa de transmissão manual com 6 velocidades, destas, três multiplicadas: a 6ª é 0,68:1 e o diferencial 4,05:1, permitindo aproveitar o torque produzido pela adição do turbo para girar menos. Há epicurismo mecânico, como o óleo mais fluido na caixa de marchas para reduzir atrito e gasto de energia para vencê-lo e um sensor de voltagem: quando a bateria está totalmente carregada, o alternador se desliga, reduzindo consumo em 1%! Preços nascem em R$ 69.990 para versão com caixa manual de 6 marchas na decoração “Origine”. Tendance e Exclusive, acima, mais caras. Garantia de 3 anos, mão de obra para manutenção comprometida: R$ 1/dia.

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RODA-A-RODA

SUCESSO – Ford dobrará para quatro anos a produção do novo GT. Previa entregar 500 unidades, mas encomendas confirmadas chegaram a 7.000. Características como carroceria e rodas em fibra de carbono limitam a produção quase artesanal, caso idêntico do Alfa Romeo 4C.

ERRO – Calcular vendas em 500 unidades, ter 7.000 encomendas, ser forçada a dobrar o projeto industrial, é erro. Rentável, porém monumental engano.

E…? – Ford não informou se os intelectuais do marketing do produto foram promovidos para baixo, e se os formuladores do conteúdo do GT para cima.

ANTIGO – Carro será colecionável e a caminho do rótulo de Clássico por seu projeto, características e construção.

PRA FORA – Buscando manter longe o fantasma do encolhimento de vendas e de produção, a Hyundai abriu outro mercado latino-americano: passa a enviar o HB20 ao Uruguai: 300 unidades em 2016 e 600 no próximo ano.

ATUALIDADE – Se gostas da inevitabilidade do desenvolvimento tecnológico, acompanhe a última novidade em Pittsburg (EUA). Uber e Volvo assinaram acordo para garantir corridas ponto a ponto – em Volvo XC 90 autônomo – com presença legal de motorista sentado em frente ao volante. Empresa quer ter frota de 100 até final do ano.

Uber em Pittsburg irá em Volvo autônomo
Uber em Pittsburg irá em Volvo autônomo

PROBLEMA – Volkswagen alemã reduziu horas de trabalho; dispensou colaboradores. Razão, início de problemas. Fornecedor de partes de câmbio e bancos atrasou/suspendeu entrega dos componentes. Empresa é a Prevent, da Bósnia, e já praticou isto no Brasil, forçando VW e Fiat e deter produção de veículos. VW foi para a Justiça aqui e lá.

FASE – Não é caso pontual, mas descoberta de fragilidade do sistema mundialmente adotado pelas montadoras, o ´Just-in-Time´, criado pela Toyota. Por ele eliminam-se estoques e auto-peças chegam diretamente às linhas de produção pelos fornecedores. Sistema exige criar variável para evitar hipotético fornecedor da trava da rebimbela da parafuseta deter fábricas inteiras.

ORGANIZAÇÃO – Em 2015 a Toyota resolveu concentrar despesas e ações, centralizando operações em sua pioneira sede, na antiga Estrada do Piraporinha, São Bernardo do Campo(SP), onde fabricou o jipe Bandeirante.

DE NOVO – No último dia 22 inaugurou no espaço o Centro de Pesquisa Aplicada, para levar aos produtos resultados de estudos, desenvolvimento de partes e design aos veículos produzidos no Brasil. Restante do espaço produz partes para Brasil, Mercosul e EUA; tem parte da Mata Atlântica e terá centro de memória.

EVIDÊNCIA – Em 2013, média administração local torceu o nariz quando o norte-americano Steve St Angelo foi transferido dos EUA para o Brasil, América Latina e Caribe.

AÇÕES – Logo mostrou a que veio e o tamanho de Q.I.: centralizou a empresa em mesmo endereço; melhorou a qualidade; implementou complementariedade de partes entre Brasil e Argentina; encostou uns protestantes; colocou outros no corredor; deu gás na área de comunicação social; corrigiu tropeços no Etios.

RESULTADOS – Apesar da crise no Brasil, mercado líder, reflexos na Argentina, quase dobrou a participação da marca em sua ampla área, de 5,3% para 10%.

MAIS – Está na frente regional do “5 Continents Drive” iniciativa com produtos e engenheiros Toyota rodando com frota regional. Das conclusões, adequações às exigências de rodagem nestes mercados. No caso da América Latina e do Sul, incluiu o híbrido Prius, em estudos para montagem no Brasil.

EXPANSÃO – General Motors amplia a presença na África. Lidera o mercado de caminhões no Kenya e anunciou negócios na capital, Nairobi. Fórmula transversal, reatou ligações com a japonesa Isuzu, dona da operação industrial. Investirá para dobrar capacidade produtiva de 22 unidades/dia.

DE LADO – Como passar por desníveis, quebra-molas irregulares, sem danificar a suspensão e o monobloco de seu veículo? Juliano Caretta, da Monroe Amortecedores recomenda não passar em diagonal, mas em linha reta.

PIQUET – Inconformado com o baixo rendimento de sua berlinette Alpine A 108, aqui produzida pela Willys, o tricampeão Nélson Piquet resolveu incrementá-la: fabricou novo chassis e aplicará mecânica forte.

GENTE – Mudança na PSA. Jean Mouro e Rachid Marzuk no Comitê de Direção do Grupo PSA. Mouro responderá por Monozukuri (desenvolvimento, estilo, produção, logística e compras), ou seja, pela cadeia que vai das peças à saída pelo portão. Rachid Marzuk daí em diante: operações comerciais para novos e usados. Igor Dumas, promovido: direção de operações comerciais da região panamericana. Todos se reportam ao luso Carlos Gomes, presidente Brasil e América Latina, membro do Comitê Executivo do Grupo. Mudanças indicam a importância mercadológica dada ao Caribe, Américas Latina e do Sul. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)