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buru-rodas

Fiat será ´xing ling´ ou alemã?

Notícia mais quente da semana é a especulação da venda do controle acionário da FCA (Fiat, Chrysler, Jeep, Alfa Romeo) à GAC (Guangzhou Automobile Group), sua sócia em empreendimento chinês de produção de Jeep Cherokee, Renegade e Compass. A GAC é estatal em associações com FCA, Honda e Toyota. Notícia do jornal italiano Il Giornale, repercutida no Brasil por Quatro Rodas e o portal Flatout. Menos alarde para conteúdo idêntico noticiado por Automotive News Europe. No caso, o interessado seria o Grupo Volkswagen, hoje capitaneando 12 marcas diferentes de veículos e com duas referências mundiais: foi a maior fabricante em 2016; uma de suas controladas, a Porsche, consegue o maior lucro unitário. Unidade de produção Fiat no Brasil desconhece o assunto, assim como indicada visitação de grupo de chineses para conhecer a operação em Minas, no jargão do ramo uma Due Diligence.

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Vender o controle ou a totalidade das ações com direito a votos é questão que se situa na fina linha a separar o ´Possível´ e o ´Provável´. A FCA não é administração Fiat ou Chrysler, empresas nascidas e crescidas sobre o mito do automóvel. Companhia sucessora é indicadora de tal pendão, fruto de corajoso atrevimento, e tem cabeça negocial, voltada a ganhos e cifrões, onde o automóvel deixou de ser mito. Com o brilhante e inquieto CEO ítalo-canadense Sergio Marchionne nos últimos meses de contrato; com o presidente da empresa e da holding, o herdeiro ítalo-norte-americano John Elkann, de perfil mais assentado, condições e capacidade de discussão existem, como também há uma indomada habilidade de gerar notícias, como a nunca formalizada, embora multidivulgada, proposta da FCA para comprar a General Motors.

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Corolla 2018: mudanças estão na cara >> Com a responsabilidade de manter-se superior à queda de vendas no mercado, a Toyota evoluiu seu produto mais caro no Brasil, o sedã Corolla. A empresa apostou na sensibilidade dos clientes, item nem sempre mensurável, pois maiores intervenções não são visíveis, mas apenas perceptíveis. Mudanças são identificadas visualmente. Puxa a lista a tardia incorporação do controle eletrônico de estabilidade, item de segurança presente em boa parte da frota e a caminho de se tornar obrigação legal. No pacote agregou sete airbags e o assistente para partida em rampa. Segundo item, trato na suspensão: mais firme, melhor ajustada, possivelmente mais segura, e com direção mais precisa, com assistência elétrica. Último, bom tratamento termoacústico. Externamente as mudanças estão no conjunto frontal: grade, luzes e para-choques. Está melhor conformado ante a série anterior, e instiga uma pergunta natural: com faróis transformados em item de decoração, crescendo no sentido dos para-lamas, em quanto tempo chegarão a base do para-brisa…? Atrás, lanternas com novo desenho e empregando lâmpadas em LED. Mecanicamente sem mudanças, mantidos os motores de 4 cilindros de 1.800 cm³ e 2.0. Potências inalteradas, 139/144 e 143/153 cv. Transmissões manual de seis marchas para a versão 1.8 e polias variáveis com sete marchas imaginárias comandáveis por alavancas no volante de direção, e regulagem Sport. Rodas em liga leve aro 16” nas versões GLi e 17” acima dessas.

Toyota Corolla: boas mudanças
Toyota Corolla: boas mudanças

Pra quê? >> Mudanças feitas de olho nos concorrentes Honda Civic e Chevrolet Cruze, cuja bandeira superior é a versão turbo, com mais performance e menos consumo. Isto regulou os preços, fez absorver alguns itens agregados para melhorar conteúdo, e recriar versão, como a XRS, com adereços como aerofólio traseiro de eficiência discutível e desconhecida esportividade. Topo da linha aplica o nome Altis, na matriz modelo superior. Conserva duas opções atrativas: 1.8 com câmbio manual a frotistas e taxistas e GLi CVT a portadores de necessidades especiais. Suspensão bem acertada e cuidado na filtragem do som garantem rolar de maior conforto, à altura do comprador.

Quanto custam? >> Todos com direção elétrica, ar-condicionado, chave canivete com comando de alarme, computador de bordo, direção regulável, som com Bluetooth, vidros e retrovisores acionados eletricamente, volante multifuncional. As superiores agregam chave presencial, TV, GPS, câmera de ré e ar digital duas zonas. Confira os preços sugeridos (base SP, sem frete): 1.8 GLi manual (para frotistas) R$ 69.690; 1.8 GLi CVT R$ 69.990 (vendas especiais); 1.8 GLi Upper CVT (R$ 90.990); 2.0 XEi CVT (R$ 99.990); 2.0 XRS CVT (R$ 108.990) e 2.0 Altis CVT por R$ 114.990.

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Nissan Frontier, grandes mudanças >> Oitenta anos de história (embora pouco mais de duas décadas no Brasil) a Nissan lança a 12ª geração da sua picape Frontier. Já descrito e detalhado pela Coluna, em relevo pelo fato de vir a ser produzido na Argentina e base para três marcas (Nissan, Renault e Mercedes), característica principal do novo produto deve ser a resistência. Está construído sobre chassi formado por quatro longarinas em forma de “C”, embutidas duas a duas, ligadas por oito travessas. Combinação muito contribui para reduzir torções naturais do uso com peso admitido em torno de 1T e os impactos provenientes do emprego de eixo rígido traseiro tentativamente amenizados pelo uso de molas helicoidais, inusuais em picapes. Fabricante diz, chassis é 4 vezes mais resistente comparado com a geração anterior. Cabine e carroceria estampados em aço de elevada resistência e com menor peso. Motorização mudou em nome do downsizing, a redução de volume e peso. Agora são 2.300 cm³ com duplo turbo e poderosa injeção com 2.000 BAR de pressão, gerando 190 cv e bom torque de 45,9 kgf.m. Motor anterior produzia potência idêntica, mas era 2.5 e mais pesado. Há atualizações, como o emprego de dois turbos, bomba de óleo com comando elétrico, acionamento dos comandos de válvulas por corrente.

Frontier em 12ª geração: design não é o seu forte
Frontier em 12ª geração: design não é o seu forte

Outros diferenciais: os bancos, por exemplo, são do tipo ´Gravidade Zero´, inspirados em tecnologia da NASA para eliminar a fadiga. A agregação de eletrônica é intensa, com controles de tração e estabilidade, freios com ABS, controle eletrônico de frenagem EBD, assistente de frenagem BA, controle automático para descida HDC e de saída em inclinação. Avaro em airbags: apenas os dois exigidos por lei. Transmissão automática de sete velocidades com modo sequencial para trocas manuais, e relações adequadas ao trabalho, com as primeiras marchas mais reduzidas. Há, no painel e perto da porta dianteira esquerda, botão para limpar o filtro particulado do diesel. Deixou a dúvida: o motorista jogará os resíduos na via pública? Em conectividade e confortos eletrônicos houve preocupação em oferecer opções automobilísticas. Ponto deficiente é o estilo, espécie de marca da Nissan, excetuada apenas quando iniciou produzir no Brasil. Logo substituiu o modelo, mantendo linha caracterizada pela frente com duas barras inclinadas, vistas como um “V”. Iniciará importada do México apenas em versão de topo a R$ 166.700. Após, produção na Argentina.

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RODA-A-RODA

ABRASÃO – Garante a imprensa europeia um desgaste entre Ferdinand Piech, neto do professor Porsche, ex-CEO e presidente do Conselho da Volkswagen, com esta mesa por declarações sobre emissões de poluentes pelos motores VW 2.0 a diesel.

NEGÓCIO – Mesmas fontes afirmam a oferta de seus primos para assumir sua fatia na Porsche SE, holding familiar controladora de 12 marcas, incluindo Volkswagen. Ferdinand, 79, detém 14,7 % e a ele ofereceram US$ 1,1 bilhão. Parece pouco. Todas as marcas valeriam apenas pouco mais de US$ 6B?

ADEUS – Seu último cargo na vida inteira envolvido em veículos, é ser membro do conselho da holding. É talento provado em cada uma das marcas por onde passou, e a saída não tem razões técnicas, apenas meramente emocionais. Aceitará ou irá manter-se ativo palpiteiro? Difícil imaginá-lo quieto.

ECOLOGIA – Donald Trump, presidente dos EUA, quer cumprir promessa de campanha, desconsiderar ecologia em nome de crescimento. Revisará para baixo os índices de consumo e emissões. Marcha à ré.

NACIONALISMO – Lá, sindicato dos metalúrgicos de automóveis deve iniciar campanha pela compra dos carros de produção local, tipo Buy American.

BYE BYE – Empresário Sérgio Habib (50 revendas entre JAC, Citroën e VW) devolveu a representação da Aston Martin. Vendeu três unidades em 2015 e duas no ano passado, números abaixo do custo operacional. Crise econômica.

CAMINHO – PSA encerrou fase inicial de investimentos de US$ 320 milhões no ajuste da fábrica de Palomar, Argentina, onde produz Peugeots e Citroëns. Festa com Carlos Tavares, CEO mundial e Carlos Gomes, responsável pela América Latina.

CONJUNTO – Projeto é ocupar espaços no Continente capaz de se expandir, ao contrário dos mercados acima do Equador. Operação é mudança grande pois a plataforma de múltiplo uso a ser utilizada para futuros produtos é a CMP, criada pela Dongfeng, chinesa e sócia da PSA.

MULTI – Permite fazer microcarros, compactos, sedãs e SAVs com motores endotérmicos ou elétricos, a países em desenvolvimento, de condições ásperas.

CORAÇÃO – Reinauguração por Mauricio Macri, presidente argentino. Conhece bem as instalações. Ali funcionava a Sevel, de sua família, onde montava Peugeots, Fiats e Chevrolets. Presidiu-a até 1995.

QUESTÃO – Nos desencontros entre o bom trabalho da Polícia Federal na Operação Carne Fraca, a trapalhada na divulgação de impensados e geométricos resultados, e as reclamações contra a entidade, para atingir reflexamente as ações contra Mensalão e Lava Jato, há dois pontos não considerados pelo Governo em suas avaliações.

AQUI – Notícia disparou por conta da descrença popular, a sensação notória de falta de autoridade no país, permitindo a toda ocorrência, mais estapafúrdia, mereça crédito. No cenário há onipresente lama nos legislativos e muitos respingos no judiciário.

MAIS – Outro ponto desconsiderado é a politização da administração, com nomeação de condutores laureados por interesse partidário, com atos ou omissões inseparáveis dos interesses externos e espúrios.

SOLUÇÃO – Enquanto a administração pública não tiver como base o conhecimento, formação acadêmica e meritocracia, as falhas, os erros, as imprevidências, os escândalos serão manchetes diárias. E o país perderá diuturnamente.

FUTURO – Colocando a PSA no caminho do crescimento e lucros, Carlos Tavares, CEO, foca na América Latina para expandir negócios. Como informou a Coluna passada, ajustou-se com o Uruguai, seu representante e a montadora Nordex.

PRODUTO – De lá, de partes importadas e do Mercosul montará multiusos Peugeot Expert e Citroën Jumpy, concorrendo com Mercedes Vito para distribuir no continente.

MAIS – Entrevista escorregadia, não indicou produtos a serem feitos em Palomar, como por exemplo, transferir os sucessores dos atuais Peugeot 208 e Citroën C3 do Brasil para a Argentina. Mas confirmou picape para 1T ora desenvolvida com Dongfeng e Toyota, visando Ásia, África e América Latina.

CONFORTO – Fiat implementará desenho de conforto urbano para o Mobi: aplicou mecanismo Dualogic, automatizador da caixa de marchas. Novo adjutório ajudou-o a ser o mais econômico do país, superando até o VW Up! TSi neste quesito. Opcional de preço indefinido. Vendas no fim de abril.

EXPANSÃO – Agrale submete o modelo AM41 Marruá às Forças Armadas Argentinas. É caminhãozinho 4X4 com tecnologia do jipe homônimo. Pesa 2,5 T e tem idêntica capacidade de reboque, motor diesel MWM 4.8, 165 cv de potência e 60 kgf.m de torque. Os ônibus Agrale lideram transporte coletivo em Buenos Aires.

MODA – Para marcar ganhos operacionais de seu Focus elétrico (indisponível no Brasil), a Ford criou cor metálica, o Verde Ultrajante. O Pantone Color Institute, referência na especialidade, escolheu-a Cor do Ano 2017. Carros ecológicos buscam identificar-se com o verde.

Focus pintado na cor ´Verde Ultrajante´
Focus pintado na cor ´Verde Ultrajante´

TECNOLOGIA – Projeto da Companhia Brasileira de Alumínio concorrente do Prêmio Rei 2017 de excelência no setor automotivo. É sobre uso de alumínio de alta resistência como absorvedor de impactos, um passo à frente em tendência no setor. A CBA é nacional, empresa Votorantim.

EXPEDIÇÃO – Mercedes-Benz e Goodyear apoiam viagem de seis jornalistas de São Paulo a New York. Vão em GLA Advance made in Iracemápolis (SP), calçados com pneus Goodyear EfficientGrip SUV. Coletarão material para série com 40 capítulos sobre os 14 países nos 23.000 km a percorrer. Quer acompanhar o dia-a-dia? Facebook, Instagram, You Tube (@expedspny)

GENTE FINA – Comando de Policiamento de Trânsito em São Paulo apreendeu Hyundai Tucson com quase R$ 5 milhões em débitos por infrações de trânsito e impostos, maioria por excesso de velocidade e uso de faixa exclusiva de ônibus.

GENTE – Karim Habib, líbano-canadense, designer, promoção. Deixou a BMW e assumiu como novo chefe no setor na Infiniti, marca de luxo da Nissan. Mudança é consequente à aposentadoria de Shiro Nakamura, dito o Rei do Crossover e a autor dos traços do Kiks. Causará ciúmes. Será o único da equipe capaz em falar em árabe com o presidente da empresa, o líbano-brasileiro Carlos Ghosn. OOOO

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Boa safra, bom para o Mercedes Actros >> Com a previsão de colheita de recordes 219 milhões toneladas de grãos, o agronegócio lidera o reviver econômico do Brasil, e motiva a aquisição de veículos para trabalho. Uma das maiores empresas do setor, operando no Centro-Oeste, o Grupo Cereal festeja a escolha pelos Mercedes-Benz Actros com a aquisição de 15 unidades há quase um ano. Evaristo Baraúna, fundador e conselheiro, tem resumo entusiasmado: “O motor do Actros fez nossa empresa crescer”. O empresário se refere ao conjunto mecânico ajustado pela Mercedes a partir das sugestões de usuários, liderado pelo propulsor produzindo 510 cavalos de potência. Realizou uma série de alterações nos veículos, permitindo uso em locais com e sem estradas, mantendo velocidades médias elevadas. A Mercedes aproveitou os bons resultados criando a frase “As estradas falam, a Mercedes ouve”. Enfatiza Baraúna ser crescente a aprovação do Actros no Centro-Oeste pela força, produtividade, robustez e resistência nas operações mix-road, com os caminhões operando em estradas pavimentadas ou não. E agrega a informação de, em quase um ano de operação a frota fez apenas manutenção preventiva.

Mercedes Actros: produtivo e com baixa manutenção
Mercedes Actros: produtivo e com baixa manutenção

O Grupo Cereal tem frota de 65 veículos, entre graneleiros e tanque para transporte de óleo de soja gomado e silos de ração, percorrendo distância média de 200 quilômetros de estradas sem pavimento entre as fazendas de produção e os dez armazéns da empresa. Daí, transporte de longa distância aos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP). (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)