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Ford e o carro do seu futuro

A Ford divulgou as especificações, preço e atrativos para o seu próximo produto, o KA FreeStyle, a ser comercializado no segundo semestre desse ano aqui no Brasil. Ele tem linhas e morfologia seguindo a tendência nacional de criar hatches com jeito de utilitário esportivo, graças a pequenos truques como maior altura livre do solo, barras no teto, publicidade apresentando-os como se fossem um pequeno Land Rover. Há, também, o auxílio da imprensa, chamando-os indevidamente de “Jipinhos…”. Esse automóvel se baseia na plataforma hoje aplicada ao Fiesta e ao próprio KA. O sucesso assinalado há alguns anos pelo EcoSport mostrou a competência da equipe nacional em produzir versões diferenciadas sobre mesma plataforma, a custos contidos e com aptidão para enfrentar o selvagem asfalto de nossas ruas. A considerá-lo versão enfeitada, houve amplas intervenções. A mecânica é positivo desenvolvimento com extensas alterações. Motor, antes importado e agora produzido no interior paulista, é tricilíndrico com 1.500 cm³, da moderna família para carros de países pobres. O inicial modelo brasileiro não utilizará turbo, entretanto, aspirado, oferece ótima potência específica, e apesar de pequena queda de força para a adaptação mais fina às condições nacionais, oferece respectivos 136 cv de potência máxima. Transmissões automática com seis velocidades e manual com 5 marchas. Para falar a linguagem do comprador, cada vez menos carro e mais conectividade, oferece tela com 16,5 cm e central multimídia. Itens para situá-lo acima de seus irmãos de linha incluem controle de estabilidade e tração, auxiliar de partida em rampa, sempre ocioso rack de teto, rodas de liga leve em 15”, e bancos com apliques em couro, tipo charme com economia construtiva. Houve dedicação no cálculo e nas modificações estruturais, incluindo reforços, aplicação de aços especiais, em alguns pontos em chapas mais espessas para dar mais rigidez torcional e resistência mecânica à carroceria. A suspensão também foi adequada à exigências superiores ao uso apenas em asfalto bom e liso. Para maior estabilidade e conforto de rolagem, as bitolas foram aumentadas em 30 mm, o eixo traseiro é 30% mais rígido e a barra estabilizadora mais espessa. Em nome da atualização estética, performance e consumo, apesar do aumento da altura em relação ao solo, na tentativa de identificá-lo visualmente como sendo réplica de utilitário esportivo, o coeficiente de resistência aerodinâmica reduziu-se ao Cx de 0,33. Carroceria mereceu tratamento térmico e de ruído para ser o mais silencioso da categoria.

KA FreeStyle marca o início da nova Ford
KA FreeStyle marca o início da nova Ford

Paralelo >> Para calçar atrativo de vendas, terá iniciativas homeopáticas: ao lançamento irá financiá-lo com taxa Zero% em 24 prestações. Antes, em pré-venda, bônus de R$ 2.000 valorizando carro usado, com oferta das três primeiras revisões, por si só uma economia de R$ 2.000. Preços? Pré-definidos para lançamento no segundo semestre: R$ 63.500 com transmissão manual e R$ 68.000 com câmbio automático. Divulgação antecipada é para provocar o mercado. Se você achou atrativo e de bom tamanho, é mais. Para a Ford Brasil é o caminho do futuro. O KA FreeStyle, em seu próximo retoque estético, projetado para o fim de 2019, será a síntese dos automóveis Ford na América do Sul. Recente decisão da matriz norte-americana da empresa definiu cortar prejuízos regionais, como o caso da América do Sul, minguando operações industriais. A empresa continuará a fazer e exportar motores e suas partes produzidas em Taubaté (SP), mas em termos de veículos leves, no próximo ano colocará o KA, Fiesta e EcoSport num funil e o resultado final será o KA FreeStyle então renomeado Active. Válidas as definições traçadas pelo presidente mundial da companhia ao início do ano, será o único veículo leve Ford produzido no Continente, pois além da síntese dos produtos brasileiros, o argentino Focus não será renovado. A definição, já contada por nossa Coluna em fevereiro/2018, inclui desmobilizar a enorme fábrica em São Bernardo do Campo (SP), encerrando também a fabricação de caminhões. A atividade industrial ocorrerá apenas em Camaçari (BA). A operação Troller, praticada no Ceará, tem vida garantida apenas até o final do contrato de incentivos regionais. Para manter a viabilidade econômica da rede de distribuidores com a redução de oferta, deve implementar a importação de produtos. Não se trata apenas de mais uma versão ao mercado brasileiro, como a Ford o apresenta, mas de produto mundial incluindo o Brasil como uma das bases de produção. A Ford quer tê-lo como carro de entrada em 125 países.

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VW já testa o T-Cross >> Programado para lançá-lo no Salão do Automóvel de São Paulo em novembro próximo, a Volkswagen acelera a finalização do projeto do SAV T-Cross. A empresa continua o seu programa de testes. Na semana passada levou-o à parte norte do circuito de Nurburgring. Razão dos testes na Alemanha, integra experiências internacionais, pois o veículo tem a pretensão de ser global. Antes, durante o inverno boreal, havia sido testado na Escandinávia. O T-Cross será o segundo degrau em dimensões da grande ofensiva da Volkswagen de participar do segmento de SAVs e SUVs. Abaixo dele haverá o T-Roc e, logo acima está o Tharu, a ser produzido na Argentina.

VW T-Cross chega no fim do ano
VW T-Cross chega no fim do ano

O T-Cross é feito sobre a versão da plataforma MQB hoje empregada no Brasil para fazer Polo e Virtus e, apesar dos locais de testes, será limitado a versões com tração apenas na dianteira. Motorização básica: o polivalente tricilíndrico 1.0 turbo com potência aumentada à casa dos 130 cv, e transmissões automática e manual. A estrutura também permitirá as opções de motores 1.4 turbo de 4 cilindros, 1.6/4 cilindros/aspirado.

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Em julho, o Citroën C4 Cactus >> Citroën fez restrita apresentação de seu modelo C4 Cactus. Algarismo pode sugerir ser maior ante o C3, produzido em Porto Real (RJ), mas a plataforma é deste conhecido automóvel, também servindo a Peugeots 208 e 2008. Tomou como base o modelo espanhol, ora em meia vida, fazendo-lhe mudanças. De maior presença visual, a redução nas dimensões das almofadas aplicadas às portas, grande caracterizador do modelo. Sem dispor de utilitário esportivo entre seus produtos, a Citroën tanta aproximar o automóvel da imagem de SUV, sem sê-lo, e por isto ampliou a distância livre do solo, e aplicou barras de alumínio ao teto.

Citroën C4: cada vez menos Cactus
Citroën C4: cada vez menos Cactus

Por enquanto apenas uma motorização, frontal, transversal, o 1.6 de 4 cilindros com turboalimentador e 163 cv. Tração dianteira, transmissão automática. Numa segunda série, é previsível que use motor 1.6 aspirado com 115 cv. Dizem, as vendas ocorrerão em julho.

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Superficialidades no Ônix >> A GM atualizou o Chevrolet Ônix, ainda o mais vendido dentre os nacionais chamando-o modelia 2019. É o último trato antes da anunciada substituição, com projeto já em curso. Novas cores. Incorporação do ESP (o estabilizador eletrônico), cintos de segurança com três pontos e apoios de cabeça nos cinco lugares.

GM Ônix: reta final
GM Ônix: reta final

Detalhes exigidos pelos clientes, como volante de direção multifunção, mudança do grafismo no display digital, versões de topo LTZ e Active com revestimento em couro. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria do jornalista Roberto Nasser)