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buru-rodas

Há 60 anos a Volkswagen começava no Brasil

 

Visto o espelho retrovisor da história, passadas seis décadas, a então pequena fábrica VW iniciou produzir o seu primeiro veículo, a Kombi, em São Bernardo do Campo (SP), então município dedicado a atividade agropastoril e construção de cerâmicas. Foi produto único até novembro de 1958, quando iniciou montar o VW 1200 sedan (o Fusquinha). Era o segundo passo da marca no país, agora de mãos dadas com o poderoso grupo econômico Monteiro Aranha, cujas providências e lobby convenceram a empresa a se instalar por aqui. A data assinala o fim da operação CDK (montada em peças vindas de fora), em instalação alugada à rua do Manifesto, bairro do Ipiranga, São Paulo, seu tíquete de ingresso para o projeto de motorização no país. O índice de nacionalização era baixo, contadas a mão de obra de montagem e algumas partes fornecidas pela nascente indústria de autopeças. Fazer a Kombi foi o projeto mais longevo do país. Sem concorrentes, na origem alemã, disputava clientes como a assemelhada Schnellaster Auto Union, não contratada pela Vemag, a credenciada local, para ser montada no Brasil. Sem provocação nunca sofreu atualização relativamente ao modelo alemão. Aqui produziram-se os tipos 1 e 2, e ao final de sua carreira trocou o motor VW 1600 cm³ de cilindros contrapostos por um mais moderno 1.4. Como referência, além da longevidade, da passividade do mercado em não exigir atualização, sua história, princípio e fim estão marcados pela política. Para iniciar, financiamento do antigo BNDE e braços abertos pelo governo JK foram os definidores. Para encerrar, agradando a base política no ABC paulista, o governo petista dilatou o prazo de exigência de airbags e freios ABS, e por isto sua Última Série de ´apenas´ 600 unidades foi levada a quase 1.500 carros. Ao não definir peremptoriamente o final na unidade 600, deixando rolar como conquista de pressão de funcionários, deprimiu o valor para vendas. Um comprador processou a fábrica e ganhou, pois sua unidade, com preço superior pelo rótulo da exclusividade em quantitativo fechado, desvalorizou-se. Passados 4 anos do encerrar, ainda há exemplares 0 Km no mercado.

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Uma Kombi especial com 470 cavalos >> De um milhão e meio de Kombis produzidas em 61 anos, em múltiplas aplicações (seis portas; oficina, gabinetes médico e dentário, escritório de advogado na implantação de Brasília, picape, carro de preso, micro ônibus, entrega de jornais…) há unidade bem peculiar. É de penúltima série e pertence ao tricampeão de Fórmula 1, Nélson Piquet. Para normal, não serve.

A Kombi do Piquet. Sob demanda vai a 470 cv!
A Kombi do Piquet. Sob demanda vai a 470 cv!

Piquet mandou mudar o interior, bancos, isolamento acústico e desenvolveu e montou a mecânica: poderosos freios a disco nas 4 rodas; suspensão revista; amortecedores a gás; rodas de Porsche; pneus radiais; motor Audi 20 válvulas, turbo, 420 cv; transmissão ZF de cinco velocidades. Segundo diz, na hora de deixar os “boys” para trás, remapeia o sistema de injeção e o turbo salta de 1,0 para 1,3 atmosferas de pressão. A potência vai a 470 cv, e chega a 200 km/h bem rapidinho.

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Os 50 anos do ´Patinho Feio´ >> O apelido é honesto: o protótipo nascido há 50 anos em Brasília sobre um VW 1200 capotado, em carroceria de chapa fina e moldada à mão, estruturada por eletro dutos é, digamos, descompromissado em linhas, estilo ou design, e mesmo repaginado manteve a essência. Chegou em segundo lugar na corrida de estreia, os 500 Km de Brasília, edição 1967, muitas voltas atrás do Alfa Romeo primeiro colocado. Mas a distância se perdeu ante o impacto da surpresa, e o improvisado veículo e seu feito ganharam a mídia, iniciando simpática carreira.

O famoso Patinho Feio
O famoso Patinho Feio

Tem característica ímpar. Colocou no cenário nacional o nome da Camber, pequena oficina brasiliense criada por quatro jovens amigos: Alex Ribeiro, Heládio Monteiro, Jean-Louis Fonseca e José Álvaro Vassalo. Dentre seus feitos é imbatida a relação entre produção de pilotos de Fórmula 1 X m2. Do pequeno espaço saíram Alex Ribeiro; Roberto Pupo Moreno, o Mirim; e Nelson Piquet, único a vencer com ele, e depois tricampeão. Ainda existente, o ´Patinho Feio´ estará em destaque na festa de cinquentenário para saudar seu aparecimento, na noite do dia 12, no Brasília Palace Hotel, na Capital Federal. Convites a 500 pessoas do universo automobilístico da época. Uma festa no tempo, com direito a recordações e livro para marcar o inusitado momento.

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O Honda Fit 3 e 1/2 >> Honda finaliza preparação das mudanças de meio de ciclo da terceira geração do Fit. Alterações contidas: para-choques, faróis agora em LEDs. Foco principal, aumentar o nível de equipamento da versão de topo. Em segurança, muita eletrônica e aplicação de sistemas existentes em veículos de faixa superior: estabilizador eletrônico, implemento ao sistema de freios, auxílio para partida em rampas, direção por motor elétrico sem escovas. Parte mecânica intocada, motor 1.5 de 4 cilindros, 16V, 115/116 cv, flex, transmissão por polias variáveis (CVT). Apresentação quase inovadora, por circuito virtual a 800 (!!!) jornalistas especializados, de surpreendente existência. Quanto ao contato físico com o produto, apresentações regionais. Como referência, apresentação virtual com tecnologia de época, dos anos ´80, a Fiat apresentou seu curioso produto Panorama por circuito interno da Embratel.

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RODA-A-RODA

JOGO DURO – Para participar do segmento de ônibus escolar com tração 4X4, transportando alunos em estradas difíceis, a Agrale criou versão sobre o seu jipe militar Marruá.

Marruá, ônibus 4x4: jogo duro
Marruá, ônibus 4×4: jogo duro

MAQUIAGEM – O modelo é apto à vencer duros caminhos e foi construído com ângulos de entrada e saída para a prática ´off road´. Oferece, também, o chamado “Dispositivo de Poltrona Móvel”. Uma das poltronas se desloca até o nível do piso, atendendo algum aluno com necessidades especiais.

MAIS – Na mesma trilha, faz versão para 10 adultos, criada para Bombeiros, mineradores, policiais ambientais, etc…

DIVIDINDO – Mais vendido dentre as picapes no Mercosul, Toyota prepara nova linha para apresentar em outubro. Poucas mudanças, muitas versões. Empresa trilhará o caminho ora adotado pela Ford, criando variáveis sobre cada produto para reduzir preços e aumentar vendas.

FÓRMULA – Não há mágica, mas a providência prática de olhar a prateleira de acessórios e equipamentos, escolhendo para embonecar versões mais simples, as de tração 4X2. Opção da transmissão automática também se ampliará.

IDEM – Ford Ranger 2018 lidera na receita: opção de motor diesel menor (2.2) e tração 4X2 mais equipada, com a referencial caixa automática de marchas. Também agregou como versão de linha a série especial ´Sportrac´ 2.2 automática e 4X4. A linha dispõe de três motores: 2.2 e 3.2 diesel; e 2.5 Flex.

ASSUNTO – Por décadas há movimento cíclico no Brasil para a adoção do óleo diesel como combustível em automóveis. Haverá mercado? Os motores do ciclo Diesel oferecem melhor rendimento térmico e, isto permite menor consumo.

QUESTÃO – Entretanto, custam muito mais relativamente aos de ciclo Otto, a gasolina ou Flex. O uso mais econômico permitiria pagar a diferença de custos?

EXEMPLO – Mercado vizinho, muito assemelhado ao nosso, responde: vendas de veículos leves a diesel caíram 80% em uma década.

PORQUÊ – Questões várias: qualidade do diesel ante os novos motores; fator Brasil, onde seu uso é proibido em veículos leves. Sendo maior cliente dos carros argentinos, os projetos locais deixaram de desenvolver tal opção.

AO CONTRÁRIO – Se o Brasil permitir uso de diesel nos leves, a Argentina voltará a oferecer a opção. Hoje, lá, apenas Citroën e Peugeots.

TACADA – Em época de retração no mercado dos veículos comerciais, Volkswagen vendeu 417 caminhões para Ambev renovar frota de entregadores de bebidas. Maior venda do ano, modelos Delivery 13.160 e Worker 17.190 e 23.230. Compra é medida de confiança na retomada da economia.

CAMINHO – Aliança Renault-Nissan e Dongfeng Motor Group criaram uma terceira empresa: eGT New Energy Automotive Co, Ltd. Soma competências para fornecer veículos elétricos ao maior mercado do mundo, o chinês. Aliança, com conhecimento veicular; Dongfeng com o saber fazer carros a baixo custo.

ABERTURA – Primeiro modelo sobre plataforma de utilitário esportivo Renault-Nissan focando interconectividade inteligente. Junção das empresas em torno do mesmo objetivo é tratada como Triângulo de Ouro. Mercado chinês para elétrico prevê 330 mil unidades em 2017.

CATARATA – Brasil, leia-se os formuladores de políticas públicas, mormente o Ministério do Desenvolvimento, não enxerga a enorme mudança do mercado, onde o carro elétrico puxa a preferência mundial. Não olha o futuro.

REINCIDÊNCIA – Já perdemos o bonde da história com o álcool combustível. Desenvolvemos tecnologia para ganho de produtividade litros x hectares plantados, mas não reduzimos o consumo dos motores a álcool.

FUTURO – Gol anuncia aceleração na troca de aeronaves: 13 Boeing 737Max para 186 passageiros e dois 737 800 Next Generation. Diz, os Max, por aerodinâmica e novos motores, são 20% mais econômicos ante os 737 NG.

MERCADO – Iniciarão chegar no segundo semestre de 2018, mantido plano de fechar o ano com frota de 123 unidades.

PERFORMANCE – Quer melhorar o rendimento do seu carro? Importadora FW sugere aplicar o Sprint Booster e filtros de ar K&N. Primeiro reduz o tempo de resposta entre a demanda via acelerador e a resposta do motor. Possui função acessória Valet, limite de rendimento para evitar entusiasmo de manobristas.

ECONOMIA – Filtros K&N reduzem resistência á admissão de ar ao motor, permitindo ganhos em rendimento e consumo.

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Compass em edição especial >> Fato auxiliar para manter a liderança no segmento, após vender 35 mil unidades em oito meses de mercado, a FCA definiu nova versão sobre a de entrada do Jeep Compass. Combina o bom motor Tigershark 2.0 de 4 cilindros em linha, com a transmissão automática Jeep Active Drive, com nove velocidades e tração nas 4 rodas. Torna-o detentor da inédita posição dentro da linha Jeep, de oferecer tração total com motor flex. Também oferece o sistema Stop/Start, desligando o motor nas paradas, e bomba de combustível e alternador funcionando sob demanda.

Jeep Compass: série especial Sport com tração total
Jeep Compass: série especial Sport com tração total

Aspecto de ir ao encontro do cliente para entender suas exigências também foi contemplado pelo uso de tela plana e 17,5 cm, sensível a toque, compatível com sistemas Android Auto e Apple Car Play. Outros itens, equipamentos de série, como o ar-condicionado digital de duas zonas, controle de estabilidade ESP, controle anti-capotamento, câmera de ré, freios a disco nas 4 rodas, freio elétrico para estacionamento, auxiliar de partida em subida. Seu valor de venda sugerido é R$ 117.900. (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)