Desde 2010

buru-rodas

Mercedes-Benz C 300: o mais divertido da classe

O C 300 Sport é o novo modelo dentre os Mercedes produzidos em Iracemápolis (SP). Seu motor tem 2.000 cm³, 16 válvulas, múltipla injeção direta e turbocompressor. A equação produz 245 hp e impactantes 37 kgf.m de torque entre 1.200 e 4.000 rpm. Preso à nova transmissão automática (com carcaça em magnésio e 9 marchas), traz comportamento extremamente agradável a quem demanda reações: da imobilidade aos 100 km/h em 5,9 segundos, indo a 250 km/h de velocidade final. O 300 Sport é a (perdoem o clichê…) “cereja do bolo”, mas a conformação, estamina e os R$ 241.900 anotados em sua etiqueta, não o farão o mais vendido da linha “C”, mas parte importante do refinamento comercial da empresa alemã. A marca suprimiu a versão 200, restando o líder C 180 Avantgarde e Executive a R$ 171.900; C 250 por R$ 199.000. O conjunto quer ampliar sua participação no mercado, hoje com 47,5% das vendas no segmento.

08_j nasser 01

Maquiagem >> A caracterização Sport não se marca apenas pelo dinamismo, mas há identificação externa, com palpites da AMG, sua associada e especialista em performance: ele é 15 mm mais baixo; usa rodas de liga leve em aro 18 polegadas, volante com base reta e de ótima empunhadura. Externamente, acabamento preto nos retrovisores e frisos dos parachoques. Na mecânica, denso pacote de segurança, quatro regulagens de comportamento, e nas duas ´Sport´ o som do motor exaure pelos alto-falantes, coisa suave, integrando condutor e conduzido. Há refinamentos mecânicos, como registro da posição de descanso do virabrequim, identificando o pistão melhor posicionado para receber a primeira injeção de gasolina: o 300 não é flex. Outro detalhe: seu sistema de injeção de combustível tem cinco jatos, melhorando eficiência em consumo e disposição. Suspensões auxiliam comportamento: dianteira com quatro braços, traseira independente com cinco ancoragens. Na prática, aderência e conforto.

Apuro e performance interessante no C 300 Sport
Apuro e performance interessante no C 300 Sport

Caminho >> Integra o bom projeto da Mercedes-Benz, tirando o rótulo de caretice dos seus automóveis, e a linha se rejuvenesceu, baixando idade média dos compradores. Criou a ‘Classe A’ e permeou para faixa de clientela jovem antes não abordada. O 300 Sport é bom exemplo, marcado por refinamento da decoração e qualidade dos materiais, oferecendo boa recepção aos usuários. Ao motorista parece um casaco confortável.

08_j nasser 03

Na prática um Mercedes, sedã performático, reativo, confortável no atendimento às demandas do condutor. Acelerou, ele vai. Virou o volante, ele faz a curva com precisão. Pisou no freio, para de verdade! Transmite conforto e segurança, pela construção sólida mesclando aços e processos, além de redução de peso ante crescente uso de alumínio nas portas, capô e tampa do porta-malas. Luzes em LEDs, tela de 22 cm. Alavanca de marchas mínima, delgada e fixada na coluna de direção. Há borboletas no volante para trocas de marchas. Divertido automóvel.

08_j nasser 04

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

As dúvidas quanto ao futuro automotivo >> Qual será o próximo ciclo do automóvel? Motores à combustão interna alimentados com combustíveis não fósseis? Eletrificação paralela? Energia vinda de pequenos motores? Painéis captadores de luz do sol? Reações químicas para gerar hidrogênio como combustível? Muitas opções, vários caminhos, dúvidas comuns: é negócio de muito valor para ficar no atual limbo da insegurança. Dentre os presidentes de grandes corporações, o executivo Akio Toyoda, dirigindo a companhia familiar com nome quase assemelhado (Toyota), goza de respeito mundial não apenas por disputar a primeira posição entre os fabricantes, quanto por tê-la refrigerado com ares ocidentais. Pegou Mark Hogan, ex-vice presidente mundial da GM e levou-o a lugar na mesa diretora. Vale citar ter enfrentado e superado a questão dos recalls para os carros da empresa; fazer o automóvel elétrico mais vendido (o Prius) e o mais importante: é do ramo. Quer dizer que senta no automóvel, acelera, autoriza e paga. É atrevido piloto de rallyes, tipo consultor sênior em dúvidas de comportamento dos carros. Toyoda-san contou ao importante portal Automotive News estar desapontado com a incerteza dos caminhos hoje existentes entre as duas gerações tecnológicas no mercado: os fabricantes tradicionais e os outros à procura de emissões Zero e carros autônomos ou, como disse, “automóveis comoditizados”. E se declarou com forte sentimento de crise, sem saber qual o caminho a adotar para atender os clientes, juntando as dúvidas empresariais entre a compressão dos lucros e o aumento dos custos; a necessidade de reequipar as fábricas.

Akio Toyoda, o dinâmico executivo da Toyota explica sua visão sobre o amanhã
Akio Toyoda, o dinâmico executivo da Toyota explica sua visão sobre o amanhã

O temor não mudou a postura de plantar sementes para vê-las florescer em 10 ou 20 anos, como o investimento na TNGA (Toyota New Global Platform), plataforma mundial ou ter assumido pessoalmente o projeto de carros elétricos e o processo de descobrir e seguir o caminho. Como diz, a Toyota faz carros elétricos e a Tesla também, mas o deles é alguma coisa próxima do iPhone. Descobrir qual o caminho e o produto é a angustiante questão. Nesta briga, quem apostar errado não apenas perderá o jogo: fechará as portas.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

RODA-A-RODA

DE VOLTA – Da Série 7, BMW fez evolução para a Série 8 e inicia, como em 1989, com modelo esportivo. Anunciou o conceito e versões cupê e conversível. Quer concorrer com equivalentes Mercedes S, entre 100 e 270 mil Euros.

Conceito BMW 8 cupê
Conceito BMW 8 cupê

NA PISTA – Pré-lançamento prepara versão M8. “M” de Motorsport, sua divisão de performance. Quer levá-la às 24 Horas de Le Mans e de Daytona, em janeiro de 2018.

LACUNA – Agência P Motors, de Campo Grande (MS), supre lacuna da Ford e importa versão King Ranch, topo de linha da picape F 250. Imponente, motor diesel V8, 6.7 litros, 450 cv, transmissão automática de 6 marchas.

Ford F 250 King Ranch. Safra boa por R$ 580 mil
Ford F 250 King Ranch. Safra boa por R$ 580 mil

COMO É? – Cabine dupla, tração 4×4, mimos como massagem nos bancos, teto solar inteiriço, abertura eletrônica da tampa traseira e retrovisores.

DADOS – Automóvel de ´agroboy´ rico ou de duplas sertanejas abastadas. Custa R$ 580 mil! Dois registros a respeito: garantia de 12 meses dada pelo importador. Na origem, 60 meses. Outro item, ante o peso, exige Carteira de Habilitação “C”.

NACIONAL – Primeiras unidades do Kicks produzidas em Resende (RJ) chegam aos revendedores ampliando leque de opções e cores. Versão S, básica, câmbio manual de 5 marchas por R$ 70.500. SL, a mais completa, valentes R$ 94.900…

JUSTIÇA – Problemática transmissão de dupla embreagem da Ford provocou escritório norte-americano Stern Law LLC a reunir sete mil proprietários e acionar a companhia. Querem ser indenizados pelo tempo perdido sem utilizar seus Fiestas e Focus fabricados entre 2011 e 2016, pelas idas à oficina, falta de solução dos concessionários, desprazer em conduzir e por perda de valor de revenda.

PAPO ANTIGO – No Brasil a empresa tentou solver o problema, sem êxito. Emitiu circulares permitindo atendimento fora de quilometragem, estendeu garantia inferior à oferecida nos EUA, que é de sete anos. Assunto demorado. Lá não buscam indenização global, mas personalizada, ante os problemas diferentes enfrentados por distintos clientes.

FUTURO – Porsche anunciou curioso investimento em Israel. Valor desconhecido em oito dígitos, finalidade não industrial. Diz que aplicará em fundos de investimentos e ´start ups´. País é recordista mundial neste empreendedorismo. Quer saber de inteligência artificial aplicada aos automóveis.

MERCADO – A curva ascendente das vendas no mercado doméstico continuou a progressão iniciada no mês passado. Agora, números mais consistentes. Pela Fenabrave (união dos revendedores): 190.131 automóveis e comerciais leves. Número 17,2% superior a maio de 2016, e quase 25% sobre o mês anterior. No global, as vendas dos cinco primeiros meses superaram as do ano passado em 1,5%.

SURPRESAS – Queda de vendas do Ônix, esperada depois de sua reprovação em testes de impacto, não aconteceu e ele continua como líder. Segundo lugar, Ford Ka superou o Hyundai HB 20. Promoções de vendas deram certo. Abaixo, Gol e Uno cresceram 49 e 97%, respectivamente.

MAIS – Em picapes, a Fiat continua líder com Strada e Toro. Lista indica como mais vendidos os primeiros degraus de preço, mas na Toyota a regra não vale, o Corolla, mais caro, supera o Etios.

OS 10 MAIS – Confira aqui os dez carros mais vendidos no Brasil no mês de maio de 2017. 1º) Chevrolet Onix com 15.007 unidades; 2º) Ford KA (9.326); 3º) Hyundai HB20 (8.981); 4º) Renault Sandero (8.699); 5º) VW Gol (8.220); 6º) Chevrolet Prisma (6.811); 7º) Toyota Corolla (5.553); 8º) Fiat Uno (5.482); 9º) Fiat Mobi (5.294) e 10º lugar, Jeep Compass com 4.450 unidades comercializadas.

ELÉTRICOS – Aneel (agência de energia elétrica), fará Audiência Pública para debater o formato da atividade de recarga de veículos elétricos. Se há dúvidas no mundo a respeito do tipo de energia substitutiva aos motores de combustão interna, aparentemente o Governo Federal já escolheu o caminho.

PARÂMETRO – Objetivo é reduzir óbices, ajustar normas, facilitar aos investidores, entregar um pacote aos usuários. Nas discussões: instalações, estações, etc… Sugestões e trabalhos até 31 de julho pelo e-mail ap029_2017@aneel.gov.br ou ao SGAN Quadra 603 – Módulo I Térreo/Protocolo Geral, CEP 70.830-110, Brasília–DF.

CAPTURA – Após reprovar o Chevrolet Ônix em teste de impacto (carro abriu a porta traseira), o LatinNCAP submeteu o Renault Captur e o aprovou com quatro estrelas de proteção aos passageiros frontais e três a ocupantes do banco traseiro.

CAMINHO – Alejandro Furas, secretário-geral, carimbou: “O Captur mostra o potencial da indústria local para produzir e oferecer veículos mais seguros que ultrapassam os requisitos exigidos pelos governos e com bom desempenho mesmo com protocolos mais rígidos como os de hoje”.

POLÍTICA – O Globo informa: nos anexos aonde estão as referências fáticas lastreando depoimento do ex-ministro Antônio Palocci, o “italiano” dos controles de corrupção da empreiteira Odebrecht, há referências à CAOA Montadora. Lá o assunto já fez vítima: há meses Antônio Maciel Neto, presidente, pediu para sair.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

Foi-se Tom Tjaarda, pai de 84 automóveis! >> Um dos marcos da evolução estilística do automóvel foi-se aos 83 anos. Tom Tjaarda, autor do Fiat 124, Ferrari 330, Ford Maverick, De Tomaso Pantera e outras oito dezenas, passou, derrotado por um câncer. Era a segunda geração dos Tjaarda. Seu pai, holandês imigrante, fora contratado por Edsel Ford para dar personalidade à marca e produto a partir de 1941. Tom formou-se em arquitetura nos EUA, foi para a Turim (Itália) e logo estava entre os principais na Pininfarina, depois Ghia. Ford assumiu-a e levou-o a Detroit para chefiar seu departamento de estilo.

Criador e criatura: Tjaarda e o Fiat 124
Criador e criatura: Tjaarda e o Fiat 124

Dele o Ford Maverick, projeto barato para aproveitar estrutura do Mustang, por si só evolução do velho Falcon. Seu projeto mais marcante foi o Pantera. Construção na Itália pela polêmica De Tomaso, chassis por Dallara, primeiro carro esportivo com motor entre eixos traseiro, no caso atracado a transmissão manual transaxle ZF de 5 marchas aplicada pela Ford no mítico GT 40. Há quatro anos Tjaarda vendeu sua unidade por US$ 100 mil.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::

Polêmica: carros novos em museu de carruagens >> Museu dos Coches, em Lisboa (Portugal), melhor do mundo na especialidade, plantou dentre seu precioso acervo, unidades de carros elétricos, híbridos e de mobilidade inteligente na VExpo 2017. DGPC, ente oficial encarregado dos museus portugueses, enfatizou o fato de serem veículos não poluentes, exibindo a importância da mobilidade sustentada. Causou confusão puxada pela jornalista Paula Pinheiro, dizendo da vergonha sentida ao ver o melhor acervo do mundo cercado por dezena de carros novos. O museólogo Luís Raposo, presidente do Conselho Internacional de Museus, desagradou-se, protestando contra a mistura e venda de produtos comerciais junto à peças de museu. Extra fronteira, a 7.300 km de distância, curador do Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, lavrou sua opinião contra a mistura e transformar o mais relevante museu da especialidade em praça comercial. (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)