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buru-rodas

No topo das quatro argolas

A Audi centrou sua bandeira de rendimento e tecnologia em três veículos: R8 cupê; station wagon RS 6 Avant e hatch de 4 portas RS 7 Sportback. No R8, carro de corridas amansado, enorme motor V10 aspirado, injeção direta, entre eixos traseiro, 5.200 cilindradas, 610 cv, tração nas 4 rodas, transmissão S Tronic de 7 velocidades. Nos outros, motor V8/4.0 turbo, 605 cv, 70 kgf.m de torque, indo a 75 quando o acelerador é totalmente pressionado.

Audi R8: carro de corridas confortável
Audi R8: carro de corridas confortável

Experiência >> A marca alemã convidou alguns jornalistas a conduzi-los no circuito da Fazenda Capuava, Indaiatuba (SP). Tais Audis são o pico da tecnologia da marca, donos de impecável construção e dimensionamento. A capacidade performática supera as habilidades de seus condutores que, com certeza, nunca extrairão de tais máquinas todo o seu potencial em aceleração, estabilidade e freios. Todos exsudam construção responsável.

Lição >> Contido pela limitação de espaço, poupo os leitores de informações quanto à riqueza construtiva, equipamentos e acessórios, aconselhando leitura mais rica em detalhes, como exigem os produtos e os aficionados; entretanto, assumo a responsabilidade de traduzir impressões pessoais. Tive sorte de dirigir o R8 e o RS 7 Sportback com pista molhada e pequena chuva. Bom para perceber a excepcional aderência permitida pela tração em todas as rodas, opção mecânica para evitar patinar as rodas com tração exclusivamente na dianteira.

A distribuição de torque dá estabilidade superior. As suspensões e até cubos de rodas empregam alumínio em quantidade. Os freios com discos revestidos em cerâmica propiciam desaceleração brilhante e, nas demandas ao acelerador, é generoso. No hatch RS 7 e no station, o V8 de uso comum logo o exibe acima da marcha lenta e se mantém pleno até os 6.000 rpm. Os 70 kgf.m equivalem, a grosso modo, a seis motores 1.0 juntos! A injeção direta e um turbo para cada bancada de cilindros, dão a impressão de haver um ente mágico despejando com vigor um balde cheio de torque para impulsionar as rodas. As respostas ao acelerador são plenas, generosas, daí fazer de 0 a 100 km em 3,7 segundos e superar os 300 km/h.

Período >> Dos R8 optei pelo amarelo. Homenagem histórico-sentimental: tenho cinquentenário Lumimari Malzoni, o avô do Puma, utilizando mecânica Auto Union 1.0. A Audi era uma das marcas do conglomerado. O esportivo atual é carro de corridas suavizado, construção mesclando alumínio, metais com tratamento nobre, compósitos para resistência e leveza. Volumoso motor com 10 cilindros em “V” e ronco exclusivo na geração de 610 cv e 56 kgf.m de torque com pico aos 6.000 rpm, capaz de acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 3,2 segundos e cravar verdadeiros 330 km/h. É automóvel sério, privilegiando engenharia, desprezando o marketing. Feito artesanalmente. Permite encomendas combinando cor e tomadas de ar laterais do agrado do comprador na fábrica da Audi Sport, dedicada às melhorias de performance. Divide plataforma com o Lamborghini Gallardo. Aerodinâmico, pesa 1,55 T. Mostrava maior identidade com as sensações e reações absorvidas em tantos anos e quilometragem rodados pelo condutor, com aceleração forte, crescimento linear em torque e potência exauridos pelas rodas com 21”. Na mão, de reações adequadas à demanda. Saídas de curvas mais lentas ante o hatch e o imaginado station, pelo menor torque. Surpreendente? Mas é o retrato histórico do ciclo em vias de se encerrar. As regras antipoluição, pró-redução de consumo ditadas por burocratas e advogados colocaram os engenheiros na pesquisa por mais cavalos, menos sede, menos tamanho e menos peso. Deram nos motores compactos, leves, geradores de enorme cavalaria, generosos em fornecer torque até há pouco inimaginável. Assim, num comparativo entre um hatch e um esportivo, tão diversos entre si, ficou clara a exígua diferença de performance. Motivo? Basicamente o combinar injeção de combustível com turbos e intercoolers. Há uns anos o Claudio Demaria, engenheiro chefe da Fiat me surpreendeu enviando-me para experimentar um Alfa 159 V6/3.2. Pico da linha, agradabilíssimo, e deixou a mesma sensação de fim de tempo. Após, só motores menores e turbo alimentados. Caso do R8 daqui a previsíveis 4 anos.

Preços >> Padrão imobiliário. R8 (R$ 1.171 milhão); RS 6 Avant (R$ 670 mil) e RS 7 Sportback (R$ 729 mil).

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Macron toma posse e apresenta o DS7 Crossback >> Emmanuel Macron, novo presidente da França, fez desfile da posse no ainda não lançado DS7 Crossback azul, nova marca de luxo da PSA. Derivado de Citroëns, o DS, agora independente, amplia escolha para servir ao governo. Automóveis presidenciais são da preferência do eleito, e a marca retorna à missão presidencial. Boa ação de lobby, pré-lançou o carro ao mundo. Escolhas não discrepam entre os presidentes franceses. Há cinquenta anos o general Charles De Gaulle utilizava dois Simca Présidence de 4 portas, tornados conversíveis pelos carrozziere Chapron. Logo a Simca foi comprada pela Chrysler, perdendo a nacionalidade e cliente, pois De Gaulle, nacionalista, mandou substituir os Simcas por Citroëns DS, igualmente convertidos em cabriolets. Em sequência variedade da marca com referência maior aos SM Maserati; XM limousine e Peugeot 604; um curioso norte-americano Rambler, dos tempos de associação entre Renault e American Motors. Dos mais recentes, Renaults Laguna, Safrane, Jacques Chirac usou Citroën CX; François Hollande, deixando o Eliseu andava em carro da marca e Macron inaugurou o DS.

Macron no luxuoso (e ainda não lançado) DS 7
Macron no luxuoso (e ainda não lançado) DS 7

Efeito demonstração das pretensões de exibir mundialmente a filosofia DS representar o luxo e o avanço tecnológico franceses. Neste campo porta o sistema DS Active Scan Suspension, baseado no assemelhado nos Mercedes Classe S: imagens de câmara frontal lendo o piso, alteram os amortecedores para enfrentar imperfeições, mantendo ao máximo o conforto de rolagem. Há críticas pela escolha. Financeiras pela aquisição de automóvel não blindado por 40 mil Euros. Patrióticas, pelos não concordes ante o fato de o estado francês ser sócio em 15% da Renault, e assim, mandatoriamente, deveria adquirir carro da marca, e não produto PSA, com chineses em seu capital.

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RODA-A-RODA

MACRI – Presidente argentino Mauricio Macri faz périplo de cooptação de investimentos na Ásia. Encontrou-se com CEO da Nissan Motor Co, Hiroto Saikawa, para agradecer investimentos na chegada da marca à Argentina.

PRODUTO – Implantará linha de montagem dentro da fábrica hoje Renault, em Córdoba e fará picapes Nissan, Renault e Mercedes. Produção ao fim de 2018. O modelo Nissan é o Frontier hoje importado do México.

MAIS – No circuito visitou Takeshi Uchiyamada, chairman da Toyota. Colega de Mercosul, a empresa ampliou instalações, contratou 300 pessoas e incrementará produção em 30%, após divisão comercial na América Latina. Exportará 70% da produção estimada em 130 mil picapes Hilux e SUV SW4.

EXPANSÃO – Sob direção de Steve St Angelo implantou e administra projeto de expansão de mercado na América Latina.

BASE – PSA decidiu sediar a marca DS a partir do mercado argentino. Lá concentrará gestão, controle, e intenta fazer efeito demonstração da marca como elegância e tecnologia francesas. Mercado brasileiro, maior, ficou a reboque…

SALÓN – À vista da proximidade de datas entre lançamento ao mercado brasileiro e possibilidade de mostrá-lo aos clientes portenhos, Ford fará apresentação pública do EcoSport no Salón del Automóvil, em Buenos Aires, 10 a 20 de junho. Estará no mercado com motorizações 2.0 e 1.5 (com 3 cilindros) em agosto.

MAIS – GM aproveitará ocasião para apresentar o mexicano Equinox, substituto do Captiva, e Fiat o Argo e seu equivalente europeu, o Tipo. Terá ambos no mercado argentino.

DÉCIMA – BMW incorporou 10º produto à linha de produção em Manaus: G 310R, o menor modelo, monocilíndrico, refrigeração líquida, 310 cm³ e 34,4 cv de potência. Curiosidade é ser feita na Índia, mercado menos exigente, e exportada em peças para montagem em Manaus.

G 310 R, a nova compacta da BMW agora é montada em Manaus (AM)
G 310 R, a nova compacta da BMW agora é montada em Manaus (AM)

PREÇO – Preço desconhecido, mas importar de país com produtos baratos instiga o raciocínio de, apesar do rótulo Premium, possa competir com Honda Twister e Yamaha Fazer, ambas de 250 cm³ e freios ABS. Base em torno de R$ 15,5 mil.

LEI – Contran (Conselho Nacional de Trânsito), baixou a ´Resolução 667´ sobre iluminação de veículos. Encerra a aventura de colocar lâmpadas inadequadas, como as de LED em faróis comuns, e acaba com o uso de luzes azuis, exceto para sinalização. Bota ordem na casa.

CHEGANDO – Em poucos dias as concessionárias Nissan receberão o modelo Kicks nacional. Queda de vendas mudou planos, desde adiar a produção e fazer versões com menor conteúdo incluindo câmbio manual para reduzir os preços.

BAIXA – Na correção de curso pela perda de interesse do mercado, focará compradores com necessidades especiais e táxis.

MOTOR – Curiosidade é não empregar o atualizado motor Renault 1.6 SCE, de maior potência e torque. Não há justificativa nem escala para associadas como Renault e Nissan tenham, cada uma, um motor diferente. Subitamente o mercado pulula de SUVs e SAVs neste segmento.

FORA – Ante cobrança de acionistas por pagamento de dividendos, a GM cancelou investimentos para produção na Índia; suspenderá vendas no mercado interno; produzirá para exportações e venderá a tradicional operação na África do Sul.

COMO – No êxodo africano passará adiante 57,7% de joint venture no Quênia; negocia com Isuzu para assumir a presença na África, incluindo a compra de fábrica na África do Sul; e quer vender seus 30% no capital da japonesa Isuzu.

ONDE? – Focará em investimentos nos EUA para produção de picapes e SUVS; aplicará nas pesquisas de veículos autônomos; verá mercados mais rentáveis.

DIFERENTE – Na Ford, cobrança idêntica deu resultado diferente: aposentaram precocemente Mark Fields, 56, presidente, ex-menino de ouro. Substituto Jim Hackett, 62, na Ford há apenas um ano, vindo de fábrica de móveis e de trabalho social: diretor atlético da Universidade de Michigan.

VISÃO – Família Ford, controladora do negócio, gosta de novidades. Antecessor de Fields, Alan Mulally veio da Boeing. Desconhecia automóveis, salvou a marca.

TENSÃO – Hackett tem fama de excepcionalmente dedicado, e no emprego anterior, a Steelcase, cortou pela metade as fábricas e operários. Dizem-no homem de ações e soluções. Junto com Fields a mudança transformou Ray Day, diretor de comunicações, em consultor até sua aposentadoria.

AQUI – Mudanças ocorrerão pós-acomodação com nova diretoria. Day atropelava as decisões locais, criou e indicou novo diretor corporativo, encarregado de convívio com formadores de opinião não conhecedores de automóveis.

ESPERANÇA – Com inauguração da revenda Ingá, em Içara, sul catarinense, às margens da movimentada BR 101, Mercedes-Benz quer aumentar em 20% a sua presença no Estado. Começou bem, entregando primeira venda de 15 caminhões.

APLICAÇÃO – Após disparada de preço dos veículos colecionáveis no mercado dos EUA, resultados chegaram à Europa. O Índice de Investimentos de Luxo Knight Frank, especializado em ativos de valor valorizou 457%. Imóveis, apenas 20%.

VISÃO – Andrew Shirley, consultor da empresa, ante visão distorcida de ganhos com ferros velhos, aconselha o seguinte: 1º) Nem todo modelo antigo terá a mesma valorização; 2º) Há custos significativos de armazenagem, proteção e seguros; 3º) Compre o que gostará de possuir e veja o ganho de valor como um bônus.

GENTE – Sir Roger Moore, ator inglês, embaixador da Unicef, 89 anos, partiu. Fez 7 filmes como o agente James Bond, o 007. Num deles, “007 contra o foguete da morte”, passagem no Brasil, onde perseguido pela morena Manuela (a atriz Emily Bolton), conduziu um então na moda MP Lafer. Deu humor inglês aos filmes.

Roger Moore, um dos mais emblemáticos intérpretes do agente James Bond, e o MP Lafer na orla carioca do fim dos anos ´70
Roger Moore, um dos mais emblemáticos intérpretes do agente James Bond, e o MP Lafer na orla carioca do fim dos anos ´70

OOOO Jorge Pontual, argentino, ex VP de Vendas da VW no Brasil e com larga experiência no setor, mudança. OOOO Gerente Geral da japonesa Isuzu em sua volta à Argentina. OOOO Luiz Pedrucci, paulistano, engenheiro, 44, promoção. OOOO Era presidente da Renault Colombia e assumirá operação brasileira. OOOO Fabrice Cambolive transferido para a Europa. OOOO Pedrucci será o primeiro brasileiro a liderar a empresa no Brasil. OOOO

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O estilo Mercedes na rede >> Dona de um símbolo (a famosa estrela de três pontas) e nome de amplo conhecimento mundial, produtora de automóveis mesclando performance, luxo e qualidade, a Mercedes-Benz estende seus negócios no Brasil à área de artigos com a sua marca. Além de balcões na pequena rede de concessionários de automóveis, oferece contatos à Internet para vender a Mercedes-Benz Collection. Os itens colecionáveis passam a ser alcançados em sua loja virtual no site oficial da Mercedes. Clientes e aficionados da marca e de sua divisão esportiva AMG, podem identificar e adquirir os artigos cuja linha de criação é para uso constante refletindo o estilo de vida de um público interessado em tendências e design.

Cliente da boutique Mercedes-Benz, atento em tendências e design
Cliente da boutique Mercedes-Benz, atento em tendências e design

A criação da loja virtual indica projeto de expansão da atividade de automóveis Mercedes no país, bem lastreada com a fábrica em Iracemápolis (SP). Até o momento a variedade exposta no catálogo de produtos supera 600 itens disponíveis, criados especialmente para a marca, indo de miniaturas dos grandes ícones Mercedes-Benz e AMG peças de vestuário, acessórios, canetas, chaveiros, relógios, etc… (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)