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buru-rodas

Novidades Turbo: Golf 1.0, Tiguan e Golf Variant 1.4

A Volkswagen abre o leque de produtos visando ascender em vendas e no mercado, deixando a insólita 3ª posição. Três novas versões Flex: Golf 1.0; Tiguan 1.4 e Golf Variant 1.4, ambos advindos da sua boa fórmula TSi de motores pequenos, turbinados e com injeção direta de combustível. De maior relevo, o curitibano Golf 1.0, uma mescla de tecnologia alemã com acertos nacionais, obtendo 125 cv de potência e respeitáveis 20,4 kgf.m de torque. Não é bobo: atracado a transmissão manual de 6 marchas, acelera da imobilidade aos 100 km/h em 9,7 segundos e passa dos 190 km/h em velocidade final. Em economia, padrões oficiais, na estrada supera os 14 km/litro de gasolina. Será o mais vendido e, com ele a VW quer incrementar participação do Golf, substituindo o tíbio 1.6. Passo claro e corajoso, abrir o leque de produtos incorporando tecnologia para reduzir tamanho dos motores, potência, consumo. E, caso do Golf, motor 1.0 agrega vantagem adicional: muda de faixa do IPI, caindo de 11% para 7%. Reduzir preços é meta. Conteúdo à altura: sete aibags, incrementos na conectividade, freios a disco nas 4 rodas e eletrônica conjugada, controle de tração, direção elétrica. Confortos e exigências atuais como infodiversão, tela com 17 cm, espelhamento do celular, comandos de som no volante. Câmera de ré, não. Preço? A partir de R$ 74.990, mais barato uns R$ 3.100 relativamente ao modelo 1.6.

Golf 1.0 TSi Flex: VW quer crescer em vendas
Golf 1.0 TSi Flex: VW quer crescer em vendas

Sem razão >> Previa-se para o Tiguan 1.4 uma expressiva redução de preços por contração em conteúdo, acessórios, equipamentos e tração apenas nas rodas dianteiras, pois foi reduzido a veículo 4X2. Mantidos itens de segurança, 6 airbags; sistema de arrancada em subidas; controles de tração e estabilidade estofamento em tecido na versão mais simples. Sem redução nos impostos: veículos com motor 1.4 ou 2.0 pagam idênticos 11% de IPI… Preço final era estimado em R$ 110.000. Conta fácil. Na Alemanha, onde é produzido, o 1.4 TSi custa 70% da versão 2.0 TSi; entretanto, o pacote inicial custa R$ 126 mil. Variant Golf, com o mesmo conjunto mecânico do Tiguan, motor 1.4, 150 cv; 25,5 kgf.m de torque; transmissão automática de seis velocidades, ocupará, solitária, o mercado de station wagon (camionetes, peruas…) no país. A decisão do uso da transmissão automática dita Tiptronic em lugar da mecânica de dupla embreagem DSG com sete velocidades, tem base técnico mercadológica: a VW não quer clientes com dores de cabeça, como ocorre com usuários de Fords com a problemática transmissão PowerShift. Variant manter-se-á importada do México e o sucesso de vendas estará atrelado à trinca exclusividade; conteúdo; preço. No caso, versão básica a R$ 102 mil; intermediária R$ 107 mil; topo de linha R$ 117 mil e com teto solar, R$ 124 mil.

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Mudando a escrita >> Grosso modo pode-se considerar o novo Compass um risco no chão: ele muda a história, e oferecerá parâmetro mundial sobre a aceitabilidade da mais mítica das marcas norte-americanas, a Jeep, ter sido substituída pela Fiat. Na prática das latas, porcas e parafusos o novo Compass emprega plataforma de origem italiana, a Small Wide, com aplicação de grupos moto propulsor da Itália, diesel de 9 marchas e dos EUA, ciclo Otto, seis velocidades. Renegade usa a mesma base, mas é produto adicional, entrada de mercado. Nos EUA missão de relevo o aguarda para substituir os autênticos Jeep Compass e Patriot. Brasil é o mercado de entrada através de produção na moderna fábrica de Goiana(PE). Não fará feio. Ao contrário, boa formulação estética é realçada pelo uso da grade com sete barras verticais, a assinatura Jeep. E suas habilidades, o conjunto mecânico com tração nas 4 rodas e motor diesel, com certeza responderão pelas necessidades do usuário em passar por trechos de estradas ruins ou, como demandado nos mercados acima do Equador, em usar a tração nas quatro rodas para obter dirigibilidade nas ruas e estradas com neve e gelo. Entretanto, mercado interno como foco principal, potencialmente está fadado ao sucesso. Aparência, formulação, opções, motorização, porte, habitabilidade, e amplo leque de preços colocam-no em posição privilegiada.

Jeep Compass: lançamento pioneiro no Brasil
Jeep Compass: lançamento pioneiro no Brasil

Entre aproximados R$ 100 mil e R$ 150 mil, dependendo do interesse ou exigências, haverá um Compass para atender ao comprador. Na prática significa competir desde a base do mercado, com Hyundai, Kia, Suzuki Vitara, Volvo, GM Captiva, e quase toda a renca das demais marcas com veículos deste porte. Duas motorizações, diesel 2.0, 170 cv, transmissão automática 9 velocidades, tração nas 4 rodas e reduzida, pico da modelia. Demais, ciclo Otto flex, 2.0 dito Tigershark, 166 cv, tração dianteira, câmbio automático de 6 velocidades. Amplo leque, 50% de variação em valor. Abre com versão Sport, a R$ 99.990, fecha a R$ 149.990.

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Novidades com olhinhos puxados >> Neste comprimido período que antecede o Salão do Automóvel de São Paulo, fabricantes e importadores agem para ter novidades e conquistar espaço na mídia. Além de Volkswagen em linha TSi; FCA com o Compass; a Toyota criou versões para o Corolla e o Etios. Para um, manter liderança no segmento; ao outro, melhorar e contemporizar até próxima geração. Outra japonesa, a Nissan iniciou vender o GT-R, referência tecnológica e esportiva. Corolla na versão Dynamic está entre a topo de linha Altis e a XEI a R$ 98.500, marcada por luzes diurnas em LED, detalhes pintados em preto, revestimento interior em couro, tela 15 cm, multifunção, com câmera de ré. Motor aspirado, 2.0, 154 cv. Transmissão CVT.

Etios Ready >> Série especial contida em unidades, baseia-se na versão hatchback XS com motor L4 1.5 de 107 cv e transmissão automática de 4 marchas. Mudanças em para-choques, detalhes pintados, internamente o sistema multimídia. Chega agora em outubro por R$ 59.600. O Etios detém recordistas 65% de índice de fidelização e reduzido ´Custo de Propriedade´ (gastos em manutenção até 60 mil km) de R$ 2.400, um dos menores do mercado.

Bom de bolso? >> Sem pretensões de volume o esportivo GT-R sofreu aprimoramentos em desenho e conjunto mecânico: chassis menos flexível, suspensão e motor. Este, V6 3.8 24 válvulas, biturbo, dito Premium, 572 cv a 6.800 rpm e preciosismos como camisas por jato de plasma (em vez de fundidas), monitoramento de cada ignição, troca de calor por uso de titânio no sistema de exaustão, tecnologias de carros de corrida. Transmissão de seis marchas com acionamento diretamente no volante. Preço? R$ 900 mil. Por encomenda. Revendas interessadas serão perceptíveis pela mudança no visual.

Nissan GT-R: para os bons de bolso...
Nissan GT-R: para os bons de bolso…

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RODA-A-RODA

FROM RUSSIA – MIAS, o Salão de Moscou, bienal desde 1992, viu mudar a óptica de presenças. Antes, atrações eram carros estrangeiros querendo vender no mercado doméstico. Nesta edição, mudou: os Ladas chamaram atenção.

MUDA – Empresa, ex-estatal e hoje controlada por Renault e Nissan, chegou a patamar de independência após cortar 20 mil empregos e métodos estatais em administração e construção veicular. Tem novo foco: mercado externo.

QUEM – Novo crossover, Xcode (nem automóvel nem SAV, 20 cm de altura livre), possivelmente montado na plataforma BZero do Logan e Duster, jogo duro, adequada às agruras russas.

MAIS – Completará a geração recente, a dos sedãs Vesta, com versão a SW Cross. Vende curiosa arrumação do Fluence, aqui ideal para o Uber: sedã com quatro lugares, duas poltronas no espaço traseiro.

COMO – Abriu o Salão com prêmio de “Off-road of the Year” ao Niva em seu 40º ano. Talvez o produto melhor desenvolvido: motor Fiat, pesado, resistente, injeção simples, modestos 90 cv. E melhor relação entre custos e resultados: 14º mais vendido no mercado russo; usado de maior liquidez com inacreditáveis 85% do valor no terceiro ano de uso.

OCASIÃO – Ajustado pela GM e Renault, teria sido o mais adequado produto ao Brasil de verdade, fora das estradas lisas cercando capitais e grandes cidades.

PARIS – Dos mais tradicionais salões de automóvel no mundo, o “Paris Motor Show” (outubro, de 1 a 16), ausências serão mais notadas. Lamborghini, Bentley, Ford, Volvo e Aston Martin não participarão por economia.

E…? – VW tem gasto muito dinheiro para fechar o caso das emissões de diesel burlando a lei,

e agora aposta no caminho oposto: seu elétrico EV com autonomia de quase 600 km, superior ao atual queridinho Tesla e ao Chevrolet Volt. A Volkswagen quer ter 30 novos produtos elétricos até 2025.

PODE SER – Político hábil, vida limpa, o pernambucano Marco Maciel exerceu a Presidência da República algumas vezes, substituindo o titular Fernando Henrique. Frasista, é dele a máxima: “Tudo pode acontecer, inclusive nada…”

SERÁ? – Caso dos murmúrios sobre negócio entre chinesa Chery e polêmica CAOA Montadora, dita a Hyundai do B, do criador Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Dr.CAOA, e Antônio Maciel Neto, ex-Ford, feito sócio para assumir a presidência da empresa.

O QUÊ? – Chery tem dois anos de implantação e contas descombinadas. Usina completa, não decola por causas externas, em especial atritos com sindicalistas de São José dos Campos, autores do minguar da GM no Vale do Paraíba.

FÓRMULA – Não é compra ou participação acionária, mas acordo para produzir novo carro à CAOA. Nossa coluna noticiou isto há meses, mas o negócio pouco evoluiu.

QUESTÃO – Delonga é razoável ante soma da falta de experiência negocial de comunistas em temas capitalistas, com andar cauteloso nos ajustes com o grupo CAOA, e pós más notícias da República de Curitiba sobre seus líderes. Qual o produto? Eis a questão. A CAOA monta utilitários Hyundai em Goiás. Outra marca? Será o início da sempre especulada ruptura com os coreanos?

OUTRA – Sérgio Habib, presidente da operação local da chinesa JAC Motors, foi ao governo federal conversar: contrair plano de produzir 100 mil unidades/ano do automóvel J2, para 20 mil do utilitário J5 em superficial montagem. Industrial e comercialmente em processo simples.

PORÉM…– Questão superior será antes, acertar a dívida gerada por inscrever-se no Inovar-Auto e utilizar incentivos, não instalar fábrica.

INÍCIO – Renault começou a produzir a primeira série de motores de 3 cilindros 1.0. Irão para o Kwid, também já em pré-produção.

RUIM – Ocupará faixa de entrada da marca; não terá o preço do Clio, o menor dos Renault. É novidade; tem margem para aproveitá-la quando mais equipado. A 2ª série com novo motor 1.6, deverá ser mais rentável ao fabricante.

Kwid, o SAV compacto da Renault
Kwid, o SAV compacto da Renault

JOVEM – SulAmerica conformou seguros e conseguiu 31% de adesões de clientes mais jovens, entre 26 e 35 anos, com veículos com valor até R$ 40 mil.

OBJETIVIDADE – Em vez de pesquisas estrangeiras ou nacionais para saber as preferências de clientes a tintas, cores e nuances, AkzoNobel, da Sikkens e Wanda, se pegaram com o costumizador paulistano Fernando Batistinha.

DO RAMO – Preparador de automóveis, midiático, criou cinco cores inéditas e exclusivas ao Brasil, baseadas em nossas pedras preciosas brasileiras: Turqueza Acqua, Amarelo Aragonita, Verde Jade, Café Ágata e Quartzo Gray Fosco.

APROVEITAMENTO – Engenheiros da Ford criaram processo de gerar água potável no interior do veículo a partir da condensação do ar-condicionado. Média de quase 2 litros/hora. Economiza água e plástico para garrafas. O projeto incentivado pela empresa, prevê mais de seis mil invenções em 2016, afastando o automóvel da imagem de inimigo público Nº 1.

DE VOLTA – Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May, ex-programa Top Gear, nova atração: The Grand Tour. Cada edição em país diferente. Previsão para novembro, dia 18.

VIVO – Embrapa Agroenergia pesquisa trocar reagente químico por lipases, enzima aceleradora de reação entre álcool e óleo, gerando o biodiesel. Processo mais limpo, racional, orgânico, mais produtivo por reduzir etapas industriais. Podem ser reutilizados. Embrapa é dos orgulhos tecnológicos do país.

ANTIGOS – Sobre retirada de exemplar do Mercedes-Benz C111 do Museu Fangio, em Balcarce, Argentina, fábrica informou ter sido cessão por prazo certo. Vencido, reunir-se-á às outras 14 unidades no Holy Halls, museu da empresa, em Stuttgart, Alemanha.

GENTE – Wilson Marques Ferreira, 73 anos, empresário e ex-piloto de automóveis, passou. Nos gloriosos anos ´60 dirigiu os ótimos automóveis GT Malzoni, KG Porsche, Fitti Vê, Alfas Giulia e Zagato. Deste, talvez o mais charmoso, tem a estorinha contada aqui. Acesse http://www.autoentusiastas.com.br/2015/11/de-alfa-zagato-volante-formula-1-e-o-futuro-dr-gulu/

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A heráldica do Compass >> É um veículo de uso familiar, recebe cinco pessoas e enorme quantidade de bagagem, supera dificuldades, anda bem, gasta pouco com motor de 4 cilindros e tração em duas rodas, vem com grade indicando o DNA da marca identificada com valentia e resistência. A descrição soa familiar ao Compass, utilitário esportivo do segmento C, lançado com a marca Jeep nesta semana? A referência mecânica faz a mesma indicação? É para parecer. O texto se refere a um de seus antecedentes, o Jeep Station Wagon, mais conhecido no Brasil como Rural, onde foi produzido entre 1958 e 1977.

Jeep Station Wagon, a Rural, carro que criou o Utilitário Esportivo
Jeep Station Wagon, a Rural, carro que criou o Utilitário Esportivo

Carro mítico, o primeiro utilitário esportivo da história do automóvel. Aproveitava a aura de valentia e indestrutibilidade do Jeep, tido e havido como uma das ferramentas para a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial, e o trazia para o uso urbano, familiar, feminino, um dos desdobramentos de consumo advindo dos resultados do conflito bélico. Fórmula bem aviada: motor de 4 cilindros, 2.2 litros, 60 hp, tração simples no eixo traseiro, criou caminho próprio de tantos desdobramentos. Hoje, em família paralela de Renegade, Compass, Cherokee, é um dos apoios sólidos da FCA (Fiat Chrysler Automobile), controladora da marca Jeep. No passado, foi-se a variados países, sendo base de produtos autônomos como os suv Mitsubishi e Mahindra, todos nascidos do Jeep Station Wagon, a Rural. É a bisavó do bem formulado e novo Compass. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser. Fotos: divulgação)