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Novos bancos, mais conforto: Mercedes atende a pedidos

Novos assentos para os caminhões Mercedes Atego, Axor e Actros, justificam festa de apresentação com direito a test-drive e presença de Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da marca, atual referência no setor? Em outros tempos talvez houvesse oportunidade, mas num ano de mercado desabado, contração de vendas, ociosidade de 50% na capacidade industrial, seria gasto ocioso. Mas a questão é mais complexa. A conta para a decisão é maior. Começa com o fato de a Mercedes-Benz, como quase todas as demais produtoras de caminhões no país não ter participado da Fenatran em 2015, a Feira Nacional do Transporte, maior evento do setor. Próxima edição estará lá com novidades desenvolvidas para seus produtos estradeiros. Não quis adiá-las, correndo o risco de ver o pacote de novidades ser soterrado por muitas notícias de muitos fabricantes. Assim, somou as condições e promoveu a festa.

Troca de painel e volante funcional: novos bancos aumentam conforto do motorista nos caminhões Mercedes-Benz
Troca de painel e volante funcional: novos bancos aumentam conforto do motorista nos caminhões Mercedes-Benz

Fala e ouve >> A empresa vive fase de grande importância, preparando-se para a retomada de vendas. Adotou como postura ir ao campo, ao posto de serviços nas estradas, nas oficinas, revendedores, grandes frotistas, para saber de demanda, sugestões de características, mudanças, implementação. Batizou o programa de “As estradas falam, a Mercedes ouve”, para sintetizar as mudanças realizadas nos veículos. Integram o programa EConfort iniciado em 2014, para garantir melhores resultados, otimizar o trabalho, aumentar a velocidade média, reduzir consumo. Chegou à vez da cabine para o operador, com o desenvolvimento de bancos seguindo o biótipo do motorista brasileiro para garantir, conforto, maior bem estar e segurança. Banco de motorista de caminhão tem suspensão própria para filtrar irregularidades do piso. Junto, novidades como pacote multimídia, volante multifuncional, tacógrafo digital. Novidades mecânicas, troca dos freios a disco do cavalo mecânico por equipamentos a tambor. Aparente marcha a ré tecnológica foi aplicada, pois no Brasil os reboques não conseguem acompanhar desenvolvimento dos caminhões e, no caso, não empregam o sistema de discos. A volta e as condições inusitadas de poeira leve, o “talco” do Centro-Oeste, exigem o retorno da tecnologia em nome de melhor operacionalidade. Idem para o aumento de capacidade no tanque de diesel, no Actros, modelo de topo, disponível para 1.080 litros. Mercedes esclareceu fornecer sob demanda, e alguns de seus clientes assim demandam para garantir a qualidade do diesel abastecendo apenas em suas garagens. A evolução dos bancos, na prática um agrado aos motoristas, verdadeira interface entre o caminhão e o fabricante, se marca pelo encosto com perfil mais envolvente, apoios laterais permitem melhor acomodação das costas, ajuste lombar pneumático, permitindo acerto personalizado ao operador como um bom banco de automóvel O assento teve espuma aumentada em 1 cm, revestimento em plástico ou tecido, cinto de segurança integrado, e oferecem 12 regulagens, além de suspensão própria.

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Desafio na Volkswagen >> Marca detentora por décadas da liderança de vendas no Brasil, perdeu-a para a Fiat há 14 anos e, em 2016, caiu para nunca imaginado terceiro lugar. Questão complexa, a situação veio sendo contornada com negociação para o controle da diretoria de vendas no Brasil ser exercido pelo presidente local – e não pela direção comercial da matriz, como ocorria; com a indicação de um diretor com conhecimento continental – resolvido com a transferência de Jorge Portugal, da VW Argentina. Como presidente da Volkswagen no Brasil é o responsável pela marca na América Latina (29 países), a função do vice-presidente comercial foi dividida em dois cargos: um restrito ao mercado brasileiro e outro por toda a região extra Brasil. Para o comando, importaram o polonês Thomas Owsianski, com larga experiência, ex-presidente da Sköda, da VW na Rússia e também com atuação na China. Examinou a presença da marca em cada um dos mercados, para fomentar exportações a partir do Brasil e de outras unidades da VW mundial. Teoricamente o mercado periférico pode ser numericamente igual às vendas domésticas. Num tropeço não previsto, seu fornecedor de bancos e outras partes ameaçou greve e a VW resolveu peitar a ameaça, e ficou sem bancos e sem fazer carros… Consequência, trabalho para desenvolver fornecedores, testar todos os componentes, sugerir mudança até no ´layout´ industrial e outra mais: indenizar os revendedores subitamente sem produtos para vender. Com o despencar das vendas, tomou medida corajosa: sentou-se com Gustavo Schmidt, seu ex-gerente qualificado da área comercial e foi buscá-lo na Renault, onde era Vice-Presidente de marcas e vendas, com um portfólio exibindo grande crescimento de vendas sob o seu comando. Por valores e vantagens não vindos a público, Schmidt iniciou seu terceiro período na marca. 

Tiguan de 7 lugares: mexicano, vendido sem impostos, pode trazer bons negócios à VW do Brasil
Tiguan de 7 lugares: mexicano, vendido sem impostos, pode trazer bons negócios à VW do Brasil

Missão >> Há três semanas no cargo, já percorreu o país agregando a rede de revendedores: fez seis ´road shows ´no período; montou viagem para 80 deles para mostrar, na Alemanha, os futuros produtos da VW no Brasil, vender esperanças, insuflar expectativas; e em um dos dois jantares do dia 28, com os distribuidores e a imprensa, a esta explicou planos imediatos. Ante processo de recuperação lento, próximos passos além de motivar a rede de distribuição; de novidades para Up!, Gol, e lançamento do Polo, de imediato reduzirá lista de opções nos produtos, entre motorização e acessórios. Quer facilitar para clientes e para a rede, especialmente com estoque. Outro ponto: criar versões inspiradas na Pepper para todas as linhas. Novos produtos, racionalização, melhor entendimento. Um desafio e tanto.

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PSA voltará aos EUA com o DS? >> Qualquer fabricante de veículos sem vendas nos maiores mercados do mundo, China e EUA, arrisca o futuro. Isto instigou a italiana Fiat ao lance inesperado para assumir a norte-americana Chrysler. E por tal determinante se aguarda a tentativa de volta da PSA ao mercado dos EUA. De lá saiu como Peugeot, com a cabeça baixa há 26 anos.

Novo DS7 para a francesa PSA voltar aos Estados Unidos
Novo DS7 para a francesa PSA voltar aos Estados Unidos

O projeto de retorno parece lógico, para 10 anos, escapando do enorme investimento de formar rede de vendas e assistência, iniciando com sistema de compartilhamento de frota vendida a viajantes contumazes por via aérea. Tais pessoas teriam acesso a um Citroën e, ao viajar, deixariam os carros em estacionamento próprio. Durante a ausência os carros seriam locados a viajantes a custo de diária equivalente à metade de um automóvel de classe igual. Negócio inicia operar nos aeroportos de Los Angeles e San Francisco, Califórnia (EUA), através da TravelCar, agência europeia com 300 mil automóveis em sua lista de locações. Veículo com responsabilidade, o novo e luxuoso DS-7 Crossback, recém lançado no Salão de Genebra.

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RODA-A-RODA

XING LING – Marca alemã revivendo mito dos anos ´50, Borgward fez projeto de SUV, associou-se a chineses, apresentou o produto, iniciou vendê-lo no mercado chinês, o maior do mundo. O BX5 emprega motor de quatro cilindros, 2.0/16 válvulas, turbo, 180 cv. Tração integral, e superior esquema de conectividade.

MAIS – Vendas na Europa em 2019, resto do mundo a partir de 2020. Na América Latina, como a Coluna informou, iniciará pela Argentina, onde montou mil unidades do mítico modelo Isabella ao final dos anos ´50.

ABAIXO – Para oferecer custo abaixo de R$ 30 mil sino-paulista Chery iniciará vender em abril versão Smile do modelo QQ. Será a mais simples em relação às demais Look e Act. Novidade comum, terão motores capazes de consumir álcool e/ou gasolina.

Chery QQ: bicombustível e mais barato
Chery QQ: bicombustível e mais barato

 

ASCENSÃO – BMW trará ao Brasil apenas o topo da Série 5, versões M Sport. No caso, 530i e 540i. Respectivos R$ 314.950 e 399.950. Vendas em maio. Foca nas qualidades dinâmicas, a Série M é desenvolvimento interno pró-performance, tipo sedã Premium esportivo. 

BMW M5: sedã premium esportivo
BMW M5: sedã premium esportivo

MAIS UM – Ford fez festa bonita e cara na apresentação de versão do KA hatch, motores 1.0 e 1.5 dita “Trail”. É o conhecido automóvel com suspensão elevada em 3 cm, por auxílio de rodas em liga leve e aro 15”, faixas decorativas e ocioso bagageiro sobre o teto. Empresa trata-o como ´versão aventureira…´ Diz ter o menor preço do segmento: R$ 47.690. 

CURIOSIDADE – Atenta à elevação do centro de gravidade, a Ford aplicou novos amortecedores com maior pressão, molas com mais carga, barras estabilizadoras mais espessas. E, apesar de ter um dos poucos campos e laboratórios de teste no Brasil, pagou para validar os resultados nos EUA.

TECNOLOGIA – Ford apresentará motor de três cilindros, 1.5, com novidade no Brasil para tal formulação, do emprego da tecnologia de eixo contra rotante. Auto explicável, peça girando em rotação contrária ao motor, para anular as vibrações de funcionamento, característica acendrada dos motores tricilíndricos.

…II – De esperar-se a curto prazo a substituição dos motores 1.2 Pure Tech em Peugeots 208 e Citroën C3, ante aquisição por sua holding PSA, da alemã Opel. Produzem ótimo 1.0 tricilíndrico empregando eixo contra rotante para anular vibrações. O motor 1.2 adotado pelos carros da PSA também é importado.

FUTURO – Governo Federal ouve empresários do automóvel para conformar nova legislação de incentivos. Não quer utilizar denominação Inovar-Auto, hoje em fim de vigor e condenada pela Organização Mundial do Comércio por protecionismo.

MARCHA A RÉ – Por ela, país atraiu marcas como Mercedes-Benz, Audi e Jaguar/Land Rover acenando com facilidades legais como o índice de nacionalização anterior à implantação da indústria no Brasil. Tipo o praticado em 1952.

OEM – Sigla identificadora dos equipamentos originais de fábrica de veículos, Michelin tornou-se fornecedora de Toyota e GM no Brasil com modelo Primacy 3.

QUEM – Na Toyota equipará o Corolla. Na GM, calçará os veículos Cobalt, Spin e Onix Activ. Picape S-10 e Trailblazer usarão LXT Force. Proprietários agradecem. Há tempos a GM equipou seus carros com pneus chineses, para os quais não havia reposição.

LUZ – Pioneira em iluminação automotiva, a alemã Osram tem novas lâmpadas Lampled. Temperatura de até 6.000k, capazes de reduzir consumo de energia em até 80%. Onze aplicações para lanternas: preços entre R$ 10 e R$ 100. Vendas no comércio tradicional e no Mercado Livre: http://loja.mercadolivre.com.br/osram Para os faróis, começará pelos de neblina, com lançamento, em abril.

ESPERANÇA – Vitória do alemão Sebastian Vettel com a Ferrari no GP da Austrália (1ª prova da temporada 2017), após ano e meio sem a equipe vencer uma prova, traz esperança de competitividade à categoria.

MUDANÇAS – A grande questão é: a vitória foi por rendimento dinâmico superior; melhor planejamento na parada nos boxes ou fato aleatório? Em temporadas passadas a Mercedes-Benz passeou graças a estrutura, projeto, acerto dos carros, e a imbatível tecnologia no uso do turbo. O desenvolvimento da Ferrari por si só supera os Mercedes? Só as outras provas dirão.

GENTE – Guy Rodriguez, argentino, executivo, mudança. VP de Vendas e Marketing Nissan América Latina. Base no México, comandando 35 mercados. Rodriguez foi diretor de vendas da Ford Brasil. Substitui José Román, convocado para liderar a marca Datsun no Japão. Nissan no Brasil é case para faculdades de administração: é a marca com maior rotatividade de produtos e diretivos. OOOO Marco Silva, brasileiro, financista, ascensão. Deixou diretoria financeira para assumir a presidência da Nissan. OOOO François Dossa, francês, ex-banqueiro, ex-presidente da empresa, mudança para função incerta e não sabida. OOOO Túlio Marco Silva, mineiro, especialista em T.I., alfista de carteirinha: mudança. Deixou o país. Foi-se a Portugal. Cansou da falta de perspectiva de aguardar o Brasil tornar-se forte e justo. Mau negócio para o país. Exporta talentos, sem receber pela perda… OOOO .(Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)