Desde 2010

buru-rodas

Renault volta a ser Renault e vai de SUV

O título resume o aviso de Carlos Ghosn, brasileiro presidente da aliança Renault-Nissan, à qual juntará a Mitsubishi. Veio ao país e fez périplo familiar-executivo-institucional. Na prática, reverência à matriarca; inspeção nas adequações na fábrica Renault em São José dos Pinhais(PR) e ida ao Rio de Janeiro para ser saudado como patrocinador dos Jogos Olímpicos. Ghosn informou o foco da Renault: SUVs e SAV, com Duster; o coreano Koleos e dois lançamentos, o Captur e o Kwid, sucessor do Clio.

Carlos Ghosn ao lado do Renault Captur
Carlos Ghosn ao lado do Renault Captur

Quem é quem? >> “Com este novo planejamento de produto, esperamos conquistar uma parte significativa do crescente segmento de SUVs, com três modelos de nossa família de utilitários esportivos a serem fabricados aqui no Brasil. Nossa confiança neste mercado está novamente confirmada”, declarou em entrevista. Os SUVs, sempre mal chamados de Jipinhos, são a demanda da vez, em grande ascensão nas vendas, e complementarmente ao anúncio, Ghosn desvendou o segredo do Captur: de produção nunca confirmada, vendas em seguida ao Kwid, previsto para início de 2017, mesmo prazo para o Koleos, topo de linha dos utilitários esportivos Renault. Coreano, produto em nova versão, com novo traço de design Renault, é feito na fábrica de onde saíam os carros Samsung, como o Fluence. De maior porte, 4,60 m de comprimento, 2,70 m de distância entre os eixos, deverá ter motor 2.5 de 175 cv. O Captur é intermediário entre o Kwid e o Duster, entretanto, de projeto, construção e conteúdo nitidamente mais refinados. Quanto ao Kwid, já descrito pela Coluna, visa superar o Sandero como mais vendido, por sua conformação, pela colocação mercadológica como único SAV (utilitário esportivo sem opção de tração nas 4 rodas) no segmento, e pelo novo motor tricilíndrico, visando ser o mais potente no segmento. Em linguagem de balcão, é o fim do período de “Dacialização”, e a volta da marca Renault. Há anos a empresa, para se salvar da queda de vendas, optou produzir veículos de menor preço, no caso a linha Dacia. Começou com o Logan, derivou Sandero, Duster e Oroch. No encontro, Ghosn garantiu o fluxo de investimentos e disse inexistir novidades sobre gestão Nissan na Mitsubishi, de quem assumiu o controle ao adquirir 34% das ações. Aguarda auditoria interna e análise de órgãos governamentais sobre a aquisição e concentração.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::::

Sprinter acelera na frente >> Para manter a liderança no importante segmento de Vans, a Mercedes-Benz fez implementação estética, de conteúdo, meio de financiamento e de assistência técnica para o Sprinter. Mudanças na parte frontal: mantendo a identificação visual com a linha de automóveis, as novas luzes frontais de posicionamento ligam os faróis baixos. Em complementaridade à segurança, ligação faz acionar o farol de neblina do mesmo lado indicado pelo pisca. Não é nova linha, mas mudança estética e de composição, assinalando metade do ciclo do modelo, com cronograma de mudanças quase em prazos de automóveis. Para ampliar mercado e usos, dando especial atenção aos novos utilizadores de pequenos negócios (pet shop, cabeleireiro, food trucks…) e à utilização em cidades por conta da limitação de circulação de veículos grandes. Empresa fez uma miscela de habilidades e características, chegando a 60 versões.

Linha Sprinter, revista e melhorada
Linha Sprinter, revista e melhorada

Pode mesclar potência (motor é básico), rodado posterior simples ou duplo, variando em função das aplicações, número de assentos, revestimento, teto alto, portas corrediças em ambos os lados, etc… Há uma preocupação de segurança e o conteúdo é bastante expressivo, agregando, além de freios a disco nas quatro rodas, itens de auxílio eletrônico, tração e estabilidade e, dentre tais cuidados, realça o corretor de desvio de curso, o comportamento perceptível em zonas com vento ou em ultrapassagens ou cruzamento com veículos de maior massa. Na transmissão, em nome da economia e seguindo normatização norte-americana para picapes e comerciais, a partida apenas é acionada se o pedal da embreagem estiver pressionado. Transmissão é manual com seis velocidades e comando no painel. Novidade a se esperar é a automatização do câmbio, especial necessidade para uso em cidades. Internamente há cuidados de tendência automobilística em comandos, boa ergonomia. Espaços para colocar itens pessoais, como garrafa d´água, por exemplo. Na composição do veículo, três distâncias entre-eixos aplicáveis aos usos como Van de transporte de passageiros, plataforma ou furgão. Preços entre R$ 102 mil para chassis curto a R$ 190 mil para Van para 20 passageiros, e mudança na assistência técnica: revisões a cada 20 mil quilômetros com mão de obra gratuita.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::::

Toyota Hilux e SW4 agora flex >> Para abrir o leque de participação de sua marca no mercado de picapes e utilitários esportivos, a Toyota desenvolveu versão flex sobre motor 2.7, L4, 16 válvulas, únicas bicombustíveis com transmissão automática de 6 velocidades. Mais: criou versão especial do SW4, curta em equipamentos, cinco lugares, câmbio manual, tração 4X2, para frotistas. Motor é Dual VVTi, aos não íntimos, mecanismo variador da abertura das válvulas de admissão e escapamento. Segundo a Toyota, o VVTi com novos desenhos da câmara de combustão, redução de peso nos balancins e molas de válvulas, permitiu economia de 7% ante versão anterior. Flexibilização do motor gera 159 cv com gasolina e 163 cv com álcool. Torque comum 25 kgf.m. 

Quanto custa? >> Hilux Flex 2017 SR A/T 4X2 cabine dupla (R$ 111.700); SRV A/T 4X2 cabine dupla (R$ 120.800); SRV A/T 4X4 cabine dupla (R$ 131.200); SW4 Flex 2017 SR A/T de 5 assentos (R$ 159.600) e SR A/T de 7 assentos (R$ 164.900)

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::::

RODA-A-RODA

HORIZONTALIZAÇÃO – Daimler, controladora da marca Mercedes-Benz, anunciou fazer outra fábrica na Hungria, destinando US$ 1 bilhão à empreitada. Nova planta terá sistema flexível, adotado na brasileira de Iracemápolis, permitindo fazer carros com tração dianteira ou traseira.

ELÉTRICO – Produto transporta 26T, tem autonomia de 200 quilômetros e solução centenária: motores elétricos nas extremidades dos eixos de tração. Foco alternativo da empresa é a energia elétrica.

CAMINHO – Por sua marca Fuso, comemora 3ª geração do Canter E-cell, leve, autonomia menor, 100 quilômetros. Direcionamento para caminhões urbanos está no fato de 70% da população mundial estar nas cidades, demandando distribuição.

ACABOU – Ford Austrália encerrou, após 54 anos, produção da sua picape Falcon. Empresa cessará atividade industrial no país. GM e Toyota também, e suprirão o mercado com importados.

LOCAL – Chegaram à rede de revendedores os Land Rover Evoque montados em instalação da empresa em Itatiaia(RJ). Quatro versões de decoração e conteúdo, motorização L4, 2.0 turbo, 240 cv e transmissão automática ZF com nove velocidades. Baixa nacionalização e preço idêntico ao dos modelos importados.

NEGÓCIO – Bancos PSA e Santander, aliados na Europa no processo de salvamento da montadora, estendem ação ao mercado brasileiro. Financiarão vendas fábrica a concessionárias Peugeot, Citroën e DS; a clientes; e seguros.

PREFERÊNCIAS – Mania de estatística nos EUA chega a duas informações curiosas: os mais furtados são Honda Accord e Civic, da década passada. Mais multados, os proprietários de Lexus ES 300.

GRAÇA – Nova campanha publicitária da Citroën faz graça ao enfatizar economia, custo de manutenção de R$ 1/dia e apresentar pequena moto quando, na verdade, os atributos se referem ao novo C3 com motor 1.2 PureTech. Quer ver o filme? Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=r16R2-J8JWA

LIMBO – Viação Itapemirim e outras empresas sob o comando do espírito-santense Camilo Cola entraram com pedido de recuperação judicial em juízo de Vitória(ES). Ex-maior empresa mundial como frota, a Itapemirim perdeu o viço, vem encolhendo e enfrentando problemas.

ADITIVO – Sem maior atrativo para sua gasolina, ao contrário das concorrentes, Ipiranga aplicou aditivo capaz de reduzir atritos entre peças móveis, em tese permitindo maior durabilidade ao motor. Chama-a DT Clean.

OPÇÕES – Das aditivadas nova química a nivela à Grid Petrobras. V Power Nitro+ da Shell/Raízen promove limpeza, impede formação de depósitos resultantes da combustão, não oferece tal proteção.

MERCADO – Raízen, licenciada da marca Shell amplia presença no Triângulo Mineiro, aumentando a 20 milhões de litros a capacidade de tancagem no terminal de Uberlândia(MG). Também criou ponto para distribuir combustível aeronáutico no aeroporto local.

ÓBVIO – Supre omissão. Triângulo é dos maiores entroncamentos de transporte no país e concentra grandes distribuidoras de mercadorias.

LIMPEZA – Ford em campanha de peças e serviços com preços e atrativos promocionais busca trazer clientes de seminovos à rede revendedora, e de frota com até 10 anos. Esses, há tempos, clientes de oficinas particulares.

MAIS – Venda de peças originais a preços reduzidos também se aplica às oficinas. Iniciativa parece ligada à mudança na presidência da empresa, em nome de estancar prejuízos.

SALÃO – Mais de 30 montadoras e importadoras confirmaram presença no Salão do Automóvel. Atração certa, o GT-R 2017 da Nissan, à venda no país em outubro em preço calculado em R$ 1 milhão! Tracker revisto, Cruze hatch, Renaults Kwid, Captur, Koleos e outros atrativos.

Nissan GT-R, em outubro/2016 por R$ 1 milhão!
Nissan GT-R, em outubro/2016 por R$ 1 milhão!

PRÉ – GT-R foi pré apresentado nas festividades dos Jogos Olímpicos. Nova frente, nova grade, 582 cv pelo motor 3.8/V6, 24 válvulas, biturbo. Ganho de 20 cv graças a regulagens e temporização da ignição a cada cilindro.

MAIS? – Nova área, 90 mil m², pretende superar número de visitantes cristalizado em torno de 750 mil. Crê-se, oferecer conforto como espaço e ar-condicionado sirvam de atrativo maior.

DESPERDÍCIO – Professor Eduardo Hadad, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo teve trabalho lembrado durante reunião do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, no Ministério das Cidades.

NÚMEROS – Estudo diz que o Brasil perde R$ 15,2 bilhões/ano, quase 3% do PIB, com a morosidade do deslocamento casa/trabalho/casa por trabalhadores na capital paulista.

:::::::::: :::::::::: :::::::::: :::::::::: ::::::::::

Fidelizar para ampliar clientela, o plano Toyota >> Toyota e revendedores iniciaram projeto denominado “Ciclo Toyota”, um programa de fidelização, pelo qual o cliente interessado em Etios ou Corolla, adquire um destes modelos com entrada de até 30% do valor, financiando o restante por período entre 12 e 36 meses, deixando uma parcela com valor máximo de 50%.

Novo Toyota Etios Platinum
Novo Toyota Etios Platinum

No contrato, revendedores se comprometem a adquirir o veículo usado por até 85% do preço da Tabela Fipe para carros usados, e este valor quita a parcela final, com o troco servindo de entrada para o financiamento de modelo 0 quilômetro, fechando o “Ciclo Toyota”. Pode, também, manter a posse do veículo financiando a prestação em vencimento ou trocar por versão ou modelo mais caro. Projeto não é original, mas a variante se diferencia de tentativas realizadas por marcas de veículos de maior preço, e fabricante e distribuidores tem mais chances de implantar o mecanismo comercial. Há, ainda, diferencial positivo, o preço do Etios. Revisto em características, implementado em confortos, como a melhor vedação acústica, de apelo ampliado pela nova versão Platinum, marcada por decoração, possibilidade de revestimento em couro e plástico, rodas de liga leve em aro 15”. No Ciclo Toyota, para aplicação dos 85% da tabela Fipe, o veículo deve ser submetido a regras contratuais, como fazer todas as revisões na rede autorizada e ter rodado, no máximo, 15 mil quilômetros/ano. Interessado? Acesse: www.toyota.com.br  (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)