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buru-rodas

Roda-a-roda

REFERÊNCIA – Herbert Diess, presidente da marca Volkswagen, na apresentação dos resultados financeiros da subsidiária espanhola Seat, saiu-se com comparativo curioso: com a entrada no mercado chinês, quer vê-la como a Alfa Romeo, começando por elevar preços. Alfa hoje é comparável às versões “S” da linha Audi, os mais caros dos sedãs do VW Group.

? – Diess nominou as características da Alfa, e disse que o crescimento e margem econômica da Seat superam a marca italiana.

PRETENSÃO – Nenhuma outra marca tem tanta história e tradição no emblema como a Alfa, e a comparação parece graça sem graça. Há quem lembre, Luca De Meo, presidente da Seat, era o ´Menino de Ouro´ na então Fiat e de lá foi saído por Sergio Marchionne, capo de tutti capi é à época Nº 1 da marca. Comparação presunçosa parece provocação póstuma.

MAIS – Suzuki criou série especial do seu jipinho Jimny. Chama-a ´Desert´ e não é identificada por adesivos, rodas coloridas, bobagens afins, usuais características de fugazes edições.

Suzuki especial Desert: deveria ter outro nome…
Suzuki especial Desert: deveria ter outro nome…

BOM TRABALHO – Aumento em 68 mm da altura livre do solo, pneus maiores (215x75x15), chapas protetoras para a mecânica inferior (caixa de transferência, braços da suspensão, amortecedores…), além de equipamento com mais função visual e menos prática, o Snorkel.

O QUÊ – O leitor deve saber, uma trapizonga nascendo ao nível do teto, descendo e trepanando o cofre do motor, como se o motorista fosse circular submerso a 2 metros… Coisa para enganar mãe de moça, mas sem trocadilho, neste deserto de veículos sem habilidades extras e apenas penduricalhos em hatches metidos a SUVs, fará a maior presença.

ESTILO Pintado em Bege Jizan é dita como inspirada nas areias do deserto, mas Jizan é cidade à beira mar, próxima ao Yemen. Grade e faróis com acabamento cor grafite. Sua ótima capacidade off-road (para mim é a melhor equação na proposta) foi implementada. Serão apenas 100 unidades. Porém… visto o preço de R$ 86 mil, mereceria denominação japonesa: Takaro.

MAIS UM – GM apresentou versão automática de seu sedã Cobalt. Tracionada pelo motor 1.8 de 4 cilindros, completa-o com direção eletricamente assistida e multimídia MyLink. Foca clientes dentre os submetidos às agruras do trânsito brasileiro e PCD (pessoas com deficiência), contempladas com desconto no IPI.

CAMINHO – Poderia ter lançado antes, mas optou adotar a Teoria da Manada, aguardando outros fabricantes tomarem a iniciativa para, então, segui-los.

RETORNO – Fim das cotas de importação baixadas pela legislação do programa Inovar Auto acelera negócios dos importadores. Kia, maior deles, cresceu 46,3% relativamente ao primeiro semestre de 2017. Na prática licenciou 6.899 unidades, entre SUV Sportage e sedã Cerato. Média do mercado foi 14,1%.

Sportage, o mais vendido da Kia
Sportage, o mais vendido da Kia

TRAÇO – Agregação à Aliança Renault-Nissan dá impulso à divisão automobilística da Mitsubishi. Empresa cooptou Alessandro Dambrosio, ex-designer chefe da Alfa Romeo. Quer dar traço, vigor, identidade visual a uma das marcas mais mal identificadas no setor.

PRÉ – Dambrosio participou dos projetos Alfa 159, Giulietta, Mito. Após, na Volkswagen, chamado pelo seu ex-chefe Walter De Silva, trabalhou nos recentes Audi A4/A5; TT Sportback Concept e no SUV Bentley Bentaiga.

SITUAÇÃO – Designer-chefe é oportunidade de ouro a profissional do lápis deixar a marca de seu talento. Não são empregos efêmeros. Normalmente o escolhido cria as formas e personaliza os produtos por, pelo menos, duas gerações de veículos.

OPÇÃO – Aparentemente a parte nipônica da Aliança necessita socorro e apoio em estilo. Nissan foi buscá-los na Casa Pininfarina para acertar seu performático 370 Z e precisa fazer trabalho em todos os seus produtos, indistintamente ruins em estilo. Mitsubishi acertou-se com o italiano ex-Alfa.

CONFIANÇA – Longo e cheio de percalços em seu curso no âmbito dos ministérios da Indústria e Comércio, Planejamento e Fazenda, projeto Rota 2030 foi enviado ao Congresso para apreciação. Traça a regra de incentivos para a indústria de veículos e autopeças.

CORREÇÕES – No Legislativo, esperadas intervenções das fabricantes, montadoras e importadoras relativamente ao percentual de compensações nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aparentemente terá curso curto.

VATICÍNIO – Raciocínio está em declaração do Presidente Temer no congresso da Fenabrave (entidade dos revendedores de veículos) ocorrido na terça-feira passada. Lá, turbinado por surpreendentes aplausos, declarou que assinará a Lei à abertura do Salão do Automóvel, em novembro. Aparentemente combinou com os russos legisladores.

AR – Fábricas de automóveis buscam independer de energia elétrica cara, produzida por hidrelétricas ou termelétricas. No Brasil a Volkswagen tem duas represas gerando energia; Honda um parque de geradores eólicos. Toyota Argentina vai pelo mesmo caminho: acertou com a petroleira estatal YPF geração de energia elétrica produzida por geradores eólicos.

MIT 20 – De uma aposta no futuro, em município distante do centro produtor de auto peças, mas próximo ao mercado de seu produto (picapes 4X4), em 20 anos a Mitsubishi marcou sua história em Catalão (GO).

VAI – Nasceu com 14.000 m² de área coberta e, em 20 anos, chegou a quase 20 vezes mais. Registro insólito, no meio de Goiás, a empresa tem uma das três mais modernas instalações de pintura no Brasil.

GABARITO – Das muitas conquistas, os fatos de transformar picape em objeto-ícone de consumo; de ter sido pioneira no uso de turbocompressor; de dar morfologia às picapes com a combinação clássica de cabine dupla, tração nas 4 rodas e motor a diesel, foram relevantes no mercado.

SAÍDA – Para enfrentar o tabelamento dos fretes e a impossibilidade de negociar, a GM pensa em ter frota própria de caminhões tanto para recolher auto-peças quanto para transportar carros 0 Km. A greve dos caminhoneiros e a incapacidade do governo em peitar e resolver, ficando refém da categoria, dá em excrescências como esta.

RESPEITO – Governo inglês quer incrementar o uso de combustível E10 (gasolina com 10% de etanol). Mas em respeito ao 1,8 milhão de veículos pré 1970 existentes no país, e para os quais considera a mistura incompatível, manterá a gasolina pura disponível até 2020.

POR AQUI – Ao contrário da respeitosa elegância inglesa, aqui, reflexo da maneira impositiva dos governos militares e seus sucessores, somada à leniência brasileira, a gasolina vem misturada com tão elevada quanto desconhecida quantidade de álcool, e o governo nada pergunta sobre adequabilidade ou ocorrência de danos nos veículos novos ou antigos.

IMPRENSA – Jeremy Clarkson, polêmico jornalista, brilhante em comparações, hábil utilizador de adjetivos, em sua coluna mensal na revista 4 Rodas, carrega de elogios a caçamba da picape Toyota, mas critica a substituição de um comando mecânico por botões e eletrônica para acionar tração nas 4 rodas e reduzida.

TAMBÉM – Nossa coluna tem criticado os fabricantes por isto. Serviço duro não permite as dúvidas do uso de complicações elétricas e eletrônicas. Botãozinho não é coisa séria ou confiável, mas boiolo-feminina. UTILIDADE – Mesma revista porta um pequeno encarte patrocinado pela Fiat, o “Guia do Test-Drive Perfeito”, com aulas sobre como avaliar veículos. Didático, interessante, sem indicar seus carros, mas demonstrando claramente as novas qualidades dos novos Fiat.

ARAXÁ – Renault confirmou e avisa de seu patrocínio ao ´Brazil Classics Renault Show 2018´, mais conhecido como “Encontro de Araxá”, local mineiro aonde é realizado. Mais elegante dentre os pululantes e descoordenados eventos antigomobilísticos no Brasil, ocorrerá entre os dias 5 a 9 de setembro. O patrocínio faz parte das comemorações dos 120 anos da marca.

Brazil Classics Renault Show 2018: em setembro
Brazil Classics Renault Show 2018: em setembro

AUTOCLASICA – Sequência de qualidade, depois do mais elegante evento antigomobilístico brasileiro, será a vez dos argentinos com a ´Autoclasica´. É o maior dentre os da América Latina, ocorrendo entre 12 e 15 de outubro em San Isidro, cidade vizinha a Buenos Aires.

Cartaz da ótima Autoclasica na Argentina
Cartaz da ótima Autoclasica na Argentina

LÁ – Brasileiros não expõem, mas comparecem aos milhares. Entrada a 300 pesos, uns R$ 40,00. Para o dia 12, promoção: dois tíquetes por 350 pesos.

GENTE – Fernão Silveira, comunicólogo, deixou a Ford após um ano de serviço. Jornalistas do setor, incontidos em rótulos e carimbos, dizem-no “o fugaz…” OOOO (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria do jornalista Roberto Nasser)