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Surpresa boa: Citroën entrará no mercado de comerciais

 

Jornalistas presentes à apresentação do furgão médio Citroën Jumpy se surpreenderam. Estavam preparados para ouvir usual torrente de elogios, descrição da fórmula de imbatividade, explicações sobre a superioridade do produto. Coisas usuais. Afinal, tais colocações fazem parte das repetitivas apresentações de novos automóveis. Leitores dessa Coluna já conheciam o Jumpy, nela divulgado desde a decisão da PSA, a holding reunindo Peugeot-Citroën-Dongfeng em montá-lo e a seu espelho Peugeot Partner no Uruguai. Vê-lo foi interessante. Conduzi-lo, instigante, pois as sensações são automobilísticas. Fácil entender: é a plataforma do Peugeot 3008 esticada, reforçada e adequada ao novo trabalho. Curiosidade estava no pacote de providências já tomadas para a holding aumentar substancialmente sua participação no mercado de comerciais. PSA e Citroën apostam no torcer do parafuso da ecologia, restringindo circulação dos atuais VUC (veículos urbanos de carga), representados por Mercedes Sprinter, Renaults Master, Kias e Hyundais, pelos VUL (veículos urbanos leves). São menores, mais baixos, mais confortáveis, mais camionetes e menos caminhões.

Citroën Jumpy quer a liderança
Citroën Jumpy quer a liderança

Razões >> Pretensões elevadas no caso da Citroën, pois a Peugeot não exibiu o seu produto. Quer passar dos atuais 1,3% de participação nas vendas a 6% em 2018 e 12% (quase 10 vezes mais) até 2021. Comerciais leves têm previsão de representar 15% das vendas no país. Mescla das marcas Peugeot e Citroën terá produtos equivalentes: grandes Boxer e Jumper; médios Expert e Jumpy, pequenos Partner e Berlingo. Produtos fazem uma liga das nações: maiores importados da Itália são Iveco, empresa Fiat, mudada do Brasil; médios com material importado e montados no Uruguai; leves produzidos na Argentina. Como Peugeot, haverá uma picape média, assim como aqui antecipamos, projeto franco-chinês previsto para 2020. Na América Latina querem saltar de 200 mil unidades vendidas para 300 mil até 2021. Crescer 50%.

Citroën >> Marca francesa montou operação continental para distribuir produtos pela América Latina e no mercado interno acertou o Jumpy para as condições nacionais, controlando preço inicial para ser o menor do mercado; revisões com preço prévio; seguro de assistência; garantia de atendimento rápido e carro reserva. Importações iniciadas com furgão, diferenciado pelas largas portas traseiras abrindo a 180 graus; porta lateral corrediça; arte para bascular para cima o banco lateral e permitir colocar carga comprida como tábuas, escadas ou o que tiver até 4m. Transformadoras brasileiras já criaram ambulância, carro de transporte de presos, escolar, etc… Haverá versão para passageiros em seis meses. Iniciativa continental tem base europeia, onde as marcas vendem mais de 1/5 do mercado e garantem ótima saúde financeira: o lucro para fazer e vender os comerciais supera o de automóveis com preço assemelhado. Mecânica moderna. Monobloco, motor diesel de 4 cilindros e 8 válvulas, turbo, bloco e cabeçote em alumínio. Produz 115 cv e 30 kgf.m de torque, transmitindo movimento às rodas dianteiras. Diz a Citroën ser o mais econômico do mercado, fazendo 11,4 km/litro na estrada com autonomia para até 820 quilômetros. No preço inferior, no menor consumo, na prioridade nas oficinas, quer se vender a empresários de comércio e indústria. Não tem refinamentos construtivos para barrar os preços: iniciais R$ 79.990 e após lançamento R$ 83.990. Com ar-condicionado, faróis de neblina e o ModuWork (o basculamento do banco), R$ 87.990 logo evoluídos a R$ 91.990.

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Mercedes investirá R$ 2,4 bilhões em 5 anos: fundo do poço tem mola! >> O ditado do interior parece ter inspirado o alemão Phillip Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO da América Latina a convencer seus chefes na mesa diretora da matriz a realizar investimentos na operação brasileira. Aplicará R$ 2,4 bilhões para uma nova etapa de modernização de suas fábricas no país. Exceto a de Iracemápolis (SP), onde monta automóveis, a grande operação de São Bernardo do Campo (SP), onde faz caminhões e de Juiz de Fora (MG) onde produz cabines, merecerão investimentos para aumento de produtividade e incremento de operações automatizadas, incluindo o novo patamar operacional para indústrias, o revolucionário “Industria 4.0”. Irá se dedicar, também, a desenvolver novos veículos, tecnologia de serviços e conectividade. Houvesse apenas visão do presente, Schiemer teria comprado caixas de lenços. Atualmente os números da Mercedes são desanimadores: queda de vendas de 50%; ociosidade de 50%; excesso de mão de obra.

Schiemer: depois da crise, a recuperação
Schiemer: depois da crise, a recuperação

Na prática, tem o operacional entre gente e máquinas, mas foi instada a conter a produção para evitar fazer estoques. Cruzamento de números de fim da queda econômica, expansão das exportações, crença no crescimento do mercado interno deram a chave para preparar-se a atender as novas demandas dos clientes. O investimento se incorpora aos atuais R$ 730 milhões para modernizar as usinas de São Bernardo e, como lá se pronuncia, J’iz difora. Outros R$ 70 milhões estão direcionados a construir um campo de provas para caminhões e ônibus no antigo canavial integrando a área de Iracemápolis, para ser o maior e mais completo do Hemisfério Sul.

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RODA-A-RODA

ESPAÇO – Volkswagen iniciou homeopática divulgação de seu próximo sedã, o Virtus. Sobre plataforma multidimensionável, bons traços, terá vendas iniciadas em janeiro, com apresentação à imprensa nos próximos dias.

Sedã compacto VW Virtus: chegando em janeiro próximo
Sedã compacto VW Virtus: chegando em janeiro próximo

MERCADO – Mercado brasileiro dá sinais de recuperação: 24% de aumento relativamente a setembro de 2016. Motivos: melhora conjuntural da economia, queda de juros. JAC deu salto pontual. Dobrou vendas em setembro com novas comercializações do SUV T40.

FUSÃO – Patrocinadora da carioca escola de samba Unidos de Vila Isabel, a Renault-Nissan-Mitsubishi levou o carnavalesco Paulo Barros a conhecer a área de design avançado da Renault, com direito a papo com o holandês Laurens Van Den Acker, seu designer maior.

FUTURO – Foi no Technocentre, o centro de pesquisa e desenvolvimento da marca, perto de Paris. Ideia foi ajudar o carioca a moldar o desfile de Carnaval neste ano sob o tema ´Corra que o futuro vem aí´.

HERANÇA – Poucas motocicletas são tão referencias quanto às quase cinquentenárias Honda quadricilíndricas. Com base na CB 750 surgida em 1969 e derivações, retocou geração atual da CB e CBR 650F. Numeral indica cilindrada.

GANHOS – Potência ganhou 1,5 cv, passando a 88,5 cv, câmbio de seis velocidades encurtou a 2ª, 3ª e 4ª marchas, privilegiando aceleração nas arrancadas e enfatizando característica auditiva: marcante som dos quatro cilindros DOHC.

Quase cinquentonas, porém, inteiraças!
Quase cinquentonas, porém, inteiraças!

QUANTO? – Duas versões: CB 650 F (R$ 33.900) e CBR 650 F (E$ 35.500); base São Paulo em frete ou seguro. Diferença decorativa, com a versão R com carenagem sugerindo motos de corrida. Cores vermelho e azul metálicos.

ENFIM – Ipiranga tem nova gasolina, a Octapro. Mantém a oxigenação pela adição de álcool, e série de aditivos para elevar a octanagem a 96 e outros para ajudar a limpar os resíduos e a porcariada física provocada pela queima da mistura ar/gasolina/álcool. Agora as maiores distribuidoras já têm a gasolina adequada aos veículos com elevadas taxas de compressão.

DIRECIONADA – Não é para o motorista cuidadoso, mas a donos de automóveis com elevada taxa de compressão de 10:1, por exemplo e, especial uso de turbocompressor. Motores com reduzida taxa de compressão não aproveitarão sua capacidade antidetonante. Octapro suprimiu a produção da Premium.

LEI – Subcomissão de Regulamentação do ´Recall´, da Câmara dos Deputados, redige Projeto de Lei para unificar chamadas de recall, as responsabilidades dos fabricantes de veículos, e as omissões legais.

QUEM? – Deputada Christiane Yared (PR-PR) autora do requerimento, tem 29 propostas de legislação de trânsito, lidera o esforço. Desde 2015 4,5 milhões de veículos foram chamados à correções e em 2016, dentre os 130 havidos para produtos industrializados, 105 (ou 3/4) eram de veículos. Sugestões? Mande um eMail para ela: dep.christianedesouzayared@camara.leg.br

CARONA – Deputado Alexandre Valle (PR-RJ) propôs suspender a comercialização de veículos com recall anunciado. Entende ser a maneira de evitar a consequência das falhas motivadoras do recall.

CHEIRO – Mercedes-Benz Parfums trouxe ao Brasil versão de sua água de colônia, marcada por cítricos toranja, tangerina e laranja brasileira, mais pimenta rosa, gengibre, madeiras louras, vetiver e almíscar. Eau de Toilette vaporizador de 120 ml custa R$ 363. Coerente.

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Polo Jeep festeja 30 meses de produção, liderança e exportação >> Trinta meses após ter transformado um canavial em fábrica de veículos, o Polo Automotivo Jeep festeja produção de 300 mil veículos, destes, 40 mil exportados desde Goiana (PE), para a América Latina. Fábrica introduziu o topo dos sistemas de administração e produção, o World Class Manufacturing (WCM), uma das especialidades de Stefan Ketter, presidente da FCA no Brasil e América Latina. A operação festeja a implantação em local de mão de obra despreparada; colocar três produtos na linha de produção (picape Fiat Toro, Jeep Renegade e Compass); conseguir liderança setorial com a Toro e alternância por intermédio dos produtos Jeep. Um recorde industrial. Chamá-lo de ´Polo´ indica o fato de reunir, além do negócio FCA, 16 fornecedores de auto-peças em torno da operação industrial para obter rapidez e produtividade, melhor indicativo do sucesso do projeto.

Do meio do canavial para mercados interno e externo
Do meio do canavial para mercados interno e externo

O Polo não é apenas uma fábrica no meio do nada no nordeste de Pernambuco, mais próximo a João Pessoa, na Paraíba, do que da capital pernambucana. Pela localização é uma usina para fornecimento mundial, iniciando com a América Latina para suprir o mercado mexicano, recém lançando o Compass na Argentina, maior mercado de exportações no Continente. Os negócios para venda a outros países coloca os veículos construídos em Goiana como os três produtos com maior volume de exportação pelo porto de Suape no primeiro semestre deste ano. (Os artigos e matérias assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)