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Toyota Yaris chega em junho

Em junho a Toyota fará a apresentação (e iniciará as vendas) do Yaris, seu novo produto posicionado em tamanho e preço entre o Etios e o Corolla. Na prática, ele é concorrente do também nipônico Honda Fit e seu sedã City e também disputará mercado com os Fiats Argo e Cronos, VW Polo e Virtus, além dos GM Ônix e Hyundai HB 20, líderes mirados, porém precocemente envelhecidos. O foco e a expansão neste segmento expõem a verdade: nosso mercado é formado por compradores de baixa renda automobilística.

Yaris: novo Toyota entre Etios e Corolla
Yaris: novo Toyota entre Etios e Corolla

A Toyota Brasil colocou fotos de partes do carro na internet (www.toyota.com.br), um conjunto recém reformulado, feito na Tailândia. Não haverá mudanças caracterizando o produto nacional. Mecânica prevista engloba um motor fabricado na nova fábrica em Porto Feliz (SP), aonde já produz versões 1.3 e 1.5 aplicados ao Etios. Assinala uma evolução com cilindrada expandida a 1.600 cm³ e potência projetada em 128 cv. Relativamente ao conjunto propulsor do Etios, mudança nas transmissões: manual com seis velocidades e automática evoluída; pois sai a de restritas quatro velocidades e entra a nova caixa CVT com polias variáveis, a nova queridinha da indústria. Tese da separação de carrocerias para dois lançamentos, foi rejeitada: a apresentação mostrará o hatch e o sedã. Preço? Médios R$ 75 mil. Na prática, versões de entrada com motor menor e transmissão manual a R$ 65 mil e versão de topo arranhando R$ 85 mil.

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Sem sedãs, mas com SUVs, CUVs e carros, elétricos: eis a nova Ford (e como fica a empresa aqui no Brasil?) >> Na grande briga pela sobrevivência, a matriz Ford cortou custos e operações, aumentando lucros em 7% no primeiro trimestre, e reduziu substancialmente sua dívida antes do prazo previsto. Chama a ação de “Programa Fitness”. Jim Hackett, presidente da companhia norte-americana, sem experiência no ramo, aclamado pelos bancos e acionistas, mostrou os planos para o futuro, habilitando-se a aplicá-los.

Ford Focus Active: possível substituto de KA, Fiesta e Focus
Ford Focus Active: possível substituto de KA, Fiesta e Focus

Muda >> A pregação de Hackett embute promessas amplas, muito amplas, até as operações deficitárias na América Latina. Avisa tomar ações apropriadas para conduzir o crescimento lucrativo e maximizar o retorno dos investimentos em longo prazo para melhorar os pontos onde os negócios têm baixa performance. E comunica: se o retorno não surgir no horizonte a empresa se mudará para mercados lucrativos.

Os pontos >> Focar em produtos e segmentos vencedores, significando dizer, no mercado dos EUA, cortar carros baratos e seus lucros curtos. Daí, 90% dos produtos serão bem rentáveis: a líder picape F-150, utilitários e veículos comerciais, sem investir, por exemplo, no mercado de sedãs, com demanda claramente declinante. Nos anos seguintes, o portfólio de automóveis focará apenas no Mustang e num ´chegante´ Focus Active, crossover/CUV a ser lançado no próximo ano. Na prática, significa acabar com os produtos à venda no país de base: Fiesta, Fusion, C-Max e Taurus. Terá compromisso com novos caminhos de propulsão e mobilidade, agregando tecnologia híbrida em produtos de altos lucros, como a picape F-150, o Mustang, Explorer, Escape e o esperado próximo lançamento de nicho, o Bronco. Em 2022 terá 16 veículos exclusivamente elétricos e continua articulando plataformas de mobilidade e negócios de carros autônomos.

Por aqui >> No caso sul americano (entenda-se Argentina, Brasil e a cômico-periclitante Venezuela), os resultados mundiais da atuação da companhia no primeiro trimestre exibem redução no prejuízo relativamente ao exercício passado: US$ 149 milhões (uns R$ 5 milhõs/dia) dos quais o Brasil, operação maior, tem buraco proporcional. A operação ´sul-américa´, antiga, está há 103 anos na Argentina e 102 no Brasil. Os negócios nesses dois locais dão sinais na prática do “Basta”: há cinco anos têm prejuízo. Os sinais e a decisão da matriz em cortar o problema foram expostos pela nossa Coluna de 23 de fevereiro de 2018, e aparentemente se adensaram com a recente assinatura entre a fabricante e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de pacto de garantia de empregos na grande e pioneira fábrica em São Bernardo do Campo (SP). O prazo sinaliza o não-investimento em novos produtos e o possível fechamento da unidade, resumindo a operação de construir automóveis apenas em Camaçari (BA). Aí teria apenas um modelo: o Focus Active com seu motor 1.5 tricilíndrico aspirado, que agora começou a ser produzido em Taubaté (SP) para abastecer os mercados interno e externo. Investimento exibe planejamento para construir motores e transmissões no Brasil para uso doméstico e exportações. Consequências industriais do não-investimento será a falta de novos carros; o fim da produção de caminhões; redução no rol dos produtos importados, sem renovação para o Focus na Argentina e o fim do Fusion no México. Consultada, a Ford Brasil resume informações gabaritando-as apenas para o mercado norte-americano (EUA, Canadá e México). Mas o discurso de Jim Hackett foi mundialmente claro: sanar dificuldades, observar os lucros. Caso contrário, adeus. Em resumo, ao comemorar 117 anos a empresa quer fugir do risco de naufrágio e renascer.

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RODA A RODA

CHEGUEI – Para marcar mudança de motores, sai o Ford 2.0 Ecoboost e entra o Ingenium, projeto próprio, também 2.0 COM iniciais 300 cv. A Jaguar fez duas edições especiais do sedã XE, sua entrada na morfologia.

JAGUAR – São o 300 Sport e seu desenvolvimento Landmark Edition. Pontos comuns, tela de 25 cm, 0 a 100 km/h em 5,7s. Versão Landmark tem parachoques diferente, amortecedores com maior pressão e rodas em liga leve com aro 18”.

DEPOIS – Não se sabe quantas unidades serão importadas ou a duração das séries, tipo First Edition. Mas, acabando, o XE continuará com o novo motor Ingenium.

CARACTERÍSTICA – Mercados diferem entre si pela adequabilidade dos produtos e características dos clientes. Na China, maior do mundo, a exigência é espaço interno. Praticamente, desde o tempo de produzir o nosso Santana esticado 12 cm entre-eixos para atender compradores, há que aumentar os seus veículos.

CAMINHO – Audi mostra isto no Salão de Pequim, ora em realização. Fez o primeiro SUV Limo, esticando a plataforma de um utilitário esportivo Q5.

JAC T80 – Redesignado como T80 o SAV grande S7. O importador JAC no Brasil irá trazê-lo ao país. Sérgio Habib, titular do negócio, quer formar a maior linha de utilitários esportivos no país e dobrar vendas a 8.000 unidades.

COMO É – Sete lugares em 4,8 m de comprimento, maior no segmento; câmbio automático com dupla embreagem, motor pequeno: 4 cilindros, 2.0 turbo com cerca de 200 cv e mais de 30 kgf.m de torque.

TRAVA – GM Argentina suspendeu a produção do Cruze hatch e sedã, tipo freada para arrumação. Voltará operar no dia 7 de maio. Trava para vender o estoque antigo. No outro lado do mundo, na Coreia, empresa atravessa problemas e prejuízos.

MÉTODO – No tocar a produção, apesar de o produto ter origem coreana, prevalecem os métodos de administração norte-americana. Japoneses nunca teriam tal problema, pois não formam estoques, nem fazem liquidação ou grandes descontos desvalorizando o produto. Sua fabricação atende aos quantitativos de pré-venda e encomenda dos revendedores.

DÚVIDA – GM fez grande promoção de vendas para limpar os pátios, mas ainda assim restou estoque grande, exigindo fechar a boca do forno, pois os balcões estão cheios.

MERCADO – Seat, a marca espanhola da Volkswagen, interessada em ampliar negócios – e se justificar diante dos maus resultados –, declarou no ano passado o interesse em retornar à América do Sul.

VOLTA – Esteve no Brasil ao início das importações e depois foi embora. Idem na Argentina, com montagem parcial. No entusiasmo considerou produzir no Mercosul nas instalações industriais da associada Volkswagen, com motores brasileiros, por exemplo.

MÉTODO – Para abordar o Mercosul, iniciou pelo pequeno mercado uruguaio, mas por abordagem ofensiva mandou veículos de estoque, fora de produção, no caso os Ibiza geração 4, acompanhados de Toledo (lançado em 2012) e León, atualizado em 2016. O abaixo do Equador continua colônia…

SUL AMERICANISMO – No Uruguai a obrigatoriedade de veículos conterem ancoragem ISO para cadeiras de crianças, vigorando a partir deste mês, foi adiada para 2019. Medida havia sido acordada dentro das regras do Mercosul, mas questões paralelas e não técnicas decidiram pela postergação.

PORQUÊ? – Mercado limitado, conta com unidades de estoque remanescente, querendo aproveitar a não obrigatoriedade até o último momento. Daí, por pressão dos importadores e distribuidores, o governo uruguaio postergou a vigência, protegendo comerciantes e desprotegendo os pequenos passageiros.

LEQUE – Iniciando retomada de negócios, preparando-se para novos concorrentes em sua faixa de atuação (Nissan, Renault e Mercedes), Mitsubishi atualizou SUA picape, criou novas versões com novos equipamentos e acessórios.

Mitsubishi L200 Triton: trato externo e padronização mecânica
Mitsubishi L200 Triton: trato externo e padronização mecânica

O QUÊ? – Empresa padronizou o produto com exclusivo motor 2.4 de 4 cilindros em alumínio, a diesel, 190 cv e 43,9 kgf.m de torque, tração nas 4 rodas. Transmissão automática ou manual. A todas chama “Sport” e os tipos são GL, GLX, GLS, HPE, HPE-S. Preços vão de R$ 121.000 a R$ 175.000.

TENDÊNCIA – Marron e Bronze, cores terrosas, serão de aparente demanda no mercado. Ford aposta nisto, aplicando um certo ´Marron Trancoso Metálico´ à versão Storm do EcoSport e a protótipo do Ka FreeStyle, dito “CUV” da marca.

EcoSport marrom metálico com pó de pérolas na pintura
EcoSport marrom metálico com pó de pérolas na pintura

OLHAR – Adília Afonso, olhar supervisor de design da empresa na América do Sul, ex-especialista em interiores, justifica mescla de associações dos tons à natureza, seriedade, maturidade, segurança e prosperidade material. E mandou o fornecedor aplicar punhado extra de partículas de pérolas para iluminar.

EXPANSÃO – Jaguar Land Rover transformou filial brasileira em matriz para ações na América Latina. A partir de São Paulo coordena mercados do México e toda a América do Sul. À frente, Frédéric Droin, presidente da operação Brasil.

FESTA – Ford comemorou 50 anos da produção do primeiro motor na fábrica de Taubaté (SP), inaugurando a fabricação do novo 1.5 Ti-VCT, tricilíndrico, 130/137 cv e nova transmissão manual.

PASSADO – Tal fábrica foi aquisição da Willys-Overland no caminho de tornar-se a maior à implantação da indústria automobilística no Brasil. Deu-lhe meios de produzir o primeiro motor a gasolina. Ford deveria preservar o pioneirismo, abandonado ao lado das construções hoje operacionais.

PELO AR – Renault e a gigante tecnológica SAP fizeram acordo: analisar característica dos compradores e a eles oferecer carros da marca e formas comerciais. É o ´K Commerce´. A informática e a Internet mudaram a vida e mudarão as relações com os revendedores.

RELEVO – Mercedes-Benz inaugurará nos próximos dias a sua pista de testes para caminhões. Fica em parte da fazenda adquirida para implantar a fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP). Anda na contramão. Ford e GM, pioneiras com este importante equipamento e seus laboratórios, muito reduziram seu uso.

CUIDADO – Luciano Xirú Doido Braga, atingiu 1,5 milhão de quilômetros rodados em seu caminhão VW 24.250 com motor Cummins a diesel. Segredo do dono para o uso: trabalhar na faixa de rotações definida pelo fabricante; manutenção em oficina autorizada; troca de óleo na quilometragem correta. E sorte. Crê, atingirá 2 milhões de quilômetros. Merece ganhar motor novo.

Luciano e o seu Amarelão com 1,5 milhão de km rodados!
Luciano e o seu Amarelão com 1,5 milhão de km rodados!

GENTE – Claudio Demaria, engenheiro, espécie de bruxo-mór na Fiat, transferência. Foi para a Itália para formular nova geração de produtos para Europa, Oriente Médio e África. Dentre outras façanhas acertou usada plataforma para ser base para sucesso e lucro de Jeeps Renegade e Compass, Fiats Toro e 500C. Merece uma estátua. Márcio Henrique Tonani, também engenheiro, assume o posto. Desafio. OOOO Antoine Gaston-Breton, francês, aumento de responsabilidades. Antes geria marketing da Peugeot. Incorporou DS e Citroën. Nesta substitui o português Nuno Coutinho, de volta à Europa. OOOO Wilson Bricio, Presidente do Grupo ZF para América do Sul e CEO da ZF do Brasil. Acumulação. OOOO Gabriel El-Bredy, ex-jornalista, carreira. Deixou relacionamento com a imprensa na Jaguar Land Rover, tornado interface com importadores e distribuidores da marca na América Latina. OOOO Alberto César Otazú, jovem kartista, recorde: 60 vitórias em dois anos e dois meses de carreira. Dez pódios somente neste ano. OOOO

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Cronos, a Fiat no bom caminho >> Para aproveitar a expansão do segmento de sedãs compactos, a Fiat concentrou no Cronos as maiores demandas dos clientes: aparência, funcionalidade, conforto, porta malas grande, conectividade, mimos tecnológicos, opções em versões e preço. Bem formulado esteticamente, com a maestria de Peter Fassbender, seu designer-chefe, o Cronos inaugura um caminho de estilo, envelhecendo os concorrentes e bem sucedendo os carros da marca. Mais que novo sedã, espelha e traduz a revolução tecnológica e de qualidade imposta à Fiat por sua gestão anterior. Hoje os métodos de construção, montagem, finalização estão mais próximos da Alemanha que da Itália, e isto é perceptível desde o som da batida do fechamento das portas. Cronos e seu parceiro Argos demonstram o grande ganho de qualidade.

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Design sugerindo esportividade, harmônico entre frente, laterais e traseira, detalhes como o medidor de pressão de pneus em todas as versões, opções de motores 1.3 e 1.8, câmbio manual, automatizado ou automático permitem amplo leque de configurações e preços. O Fiat Cronos sedimenta o caminho iniciado de ganho de qualidade e individualidade aberto pelo Argos. (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria de Roberto Nasser)