Há trinta anos, a primeira grande viagem com automóveis antigos serviu de base para que colecionadores solicitassem a mudança do então Código Nacional de Trânsito, criando o conceito e a classificação de “Veículo de Coleção”. Foi a 1ª Viagem do Ford modelo “A” de São Paulo a Brasília, e tinha peculiaridades do pioneirismo: foi um passeio desafiador; prova institucional de que os automóveis antigos tinham capacidade e resistência para longas marchas; mostrou que as iniciativas do ramo não estavam restritas aos clubes antigos, pois idealizada e capitaneada pelo jovem Veteran Car Club de Brasília; promoveu interação entre clubes nacionais e internacionais; envolveu o Governo Federal com autorização, acompanhamento e recepção e foi o primeiro grande evento com patrocínio de multinacional da especialidade, a Ford, envolvida com capital e apoio logístico. Mariano, chefe de mecânica da equipe de competições, acompanhou os viajantes para eventuais socorros. Cinquenta Fords alinharam no paulistano Parque do Ibirapuera e, três dias e 1.100 quilômetros após, com agregações no caminho, 55 chegaram a Brasília, recebidos no centro comercial Park Shopping. Havia colecionadores do Distrito Federal, Minas, interior paulista e capital, paranaenses e um solitário canadense. Em Brasília, a parte referencial: o então Ministro dos Transportes, Affonso Camargo, recebeu os colecionadores, deu uma volta dirigindo o Ford Modelo A, o tipo 40A, um roadster (a baratinha com ´banco da sogra´, como conhecido o banco traseiro exposto) e, mais importante, acolheu o pedido de mudança no Código de Trânsito para criar a categoria de Veículo de Coleção.
Não era de sua competência, como sabia Roberto Nasser, presidente do VCC em Brasília, organizador da viagem, proprietário do Fordeco da experiência ministerial, e autor do requerimento, mas a correspondência enviada ao ministro adequado, o da Justiça, foi a base para iniciar o processo. De outras boas consequências ao pedido e às intervenções para sua defesa, tão importante quanto a nova classe, foi a criação do Turismo Antigomobilístico, permitindo viagem de carros antigos para participar de eventos, antes proibidas pela exigência da incorporação de equipamentos modernos de segurança nos automóveis antigos. O Antigomobilismo brasileiro (a expressão é dicionarizada, exclusividade mundial), tem duas fases: APP e DPP – antes e depois da Placa Preta, indicadora dos Veículos de Coleção. E a ocasião de tal conquista está no passeio ora trintão.
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Up! TSi, o 1.0 turbo que anda como 1.8 e gasta como 0.9 >> Versões turbo são usualmente para produção restrita e identificação esportiva, pela adição de um turbocompressor, artefato tocado pelos gases do escapamento, fazendo rodar uma turbina para captar o ar externo e socá-lo no motor. Com maior volume e pressão, o propulsor produz mais energia e responde melhor. Mas do usual o Up! TSi, nada adota. A Volkswagen mudou o enfoque. Aplicou o turbo e mudou muitas peças do motor, incluindo o virabrequim, e transformou a injeção em sistema direto, pós-válvulas, direto na cabeça dos pistões. Elevada pressão, 250 bar – a pressão atmosférica é de 1 bar. O projeto comercial da VW escapou do “criar versão pontual”, pequeno acréscimo à linha Up!; ao contrário, foi fazê-lo disponível em quase todas as versões de equipamentos, exceto a de entrada. Na prática nada de ser um brinquedo de nicho, mas uma opção capaz de distinguir e incitar liderar a procura pelo pequeno automóvel. A aplicação do turbo, representado apenas pela letra “T” no letreiro, e a injeção direta em pioneirismo no Brasil, simbolizada pelo “i” em vermelho, fez crescer a potência a 105 cv se com álcool ou 102 com gasolina. Torque elevado a 16,8 kfg.m aos 1.500 rpm. Com o combustível vegetal vai da imobilidade aos 100 km/h em 9,1 segundos e crava 184 km/h de velocidade final. Com o mesclado, 9,3 segundos e 181 km/h em pico. Tempos de automóvel com motor 1.8.
Na política da empresa em tê-lo para público comum, alongou a transmissão em 26% para operá-lo com rotações mais baixas e obter melhores consumos: a nova versão gasta menos ante o 1.0 sem turbo e é o mais econômico dos Volkswagen. Adequou o restante da mecânica para suportar novas exigências e caracterizou-o pelo pintar as tampas traseiras (parte mais visível aos outros motoristas) em preto. Democratizou o preço. Quinta feira (23/7), 18h ao fechamento desta Coluna, informações diziam da diferença do pacote TSi em R$ 3.100. É um novo caminho, da socialização da tecnologia, de oferecer um veículo urbano, sagrado como seguro, com rendimento entusiasmante, e sinalizará como deverão ser os automóveis nacionais daqui pra frente. Como registro, a aplicação do turbo e o desenvolvimento do motor ocorreram em primazia no Brasil. Na Alemanha, berço da marca, será mostrado no Salão de Frankfurt, em setembro.
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Novo Toyota SW4 é lançado na Tailândia >> A marca japonesa apresentou na Tailândia a nova e 8ª geração do utilitário esportivo SW4. Caracteriza-se pela mudança de linhas, com traços de mais testosterona, grade frontal cromada e faróis prolongados pelos paralamas. Maior 9 cm em comprimento, sem alterar a distância entre eixos e formulação na versão luxuosa para três fileiras de bancos e sete lugares. Haverá versão inferior para cinco pessoas. Novos motores: 2.4 e 2.8 litros, turbodiesel, além de 2.7 a gasolina, o SW4 será produzido na fábrica da Toyota em Zárate, Argentina, e tem o Brasil como maior cliente. O motor 2.4 usa turbocompressor com geometria variável e desenvolve 150 cv de potência e aproximados 34 kgf.m de torque. O propulsor 2.8, em configuração semelhante, gera 177 cv e 42 kgf.m de torque usando transmissão manual com seis velocidades. Com o opcional da transmissão automática (também com seis velocidades), o torque foi aumentado a 45 kgf.m. Motor com ciclo Otto a gasolina, produzirá pico de 160 cv de força com nova transmissão manual de 6 marchas. A novidade foi a supressão da alavanca para acionar a tração total. Caiu na solução de botão com séquito eletrônico. Mais nova das exigências dos compradores, a tela multifunção vem embutida no painel de instrumentos e tem 17,5 cm de comprimento. Chegará ao Brasil, provavelmente, no início do próximo ano.
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RODA-A-RODA
TABLET – Passo importante foi dado pela Apple em seu caminho de viabilizar-se como fabricante de veículos elétricos: contratou Doug Betts, que na Fiat/Chrysler foi responsável por sensível ganho de qualidade nos produtos. Dirigir automóvel feito por empresa de infoeletrônica deve ter tanta emoção quanto operar um tablet.
MÍDIA – BMW aproveitará o Pebble Beach Concours d’Elegance, em Carmel/Monterey (EUA), charmoso concurso de veículos antigos, para apresentar protótipo esportivo ao poderoso mercado norte americano. Só depois vai mostrá-lo no Salão de Frankfurt, em setembro deste ano. Curioso constatar, evento de antigo se antecipa para apresentar carro novo. No Brasil ainda não.
GOIÁS – Suzuki iniciou vender nova versão do Grand Vitara, maior de seus produtos. É o 4Sport, diferenciado por maior altura livre do solo, pneus para uso fora de estrada, faixa inferior e rodas pintadas em grafite. Com tração 4×4 e câmbio manual, custa R$ 96 mil. O automático salta a R$ 105 mil.
EM CASA – Versão não existe na marca Suzuki, foi criada e tem as alterações produzidas pela representação da Suzuki no Brasil, no caso realizadas na fábrica da Mitsubishi, em Catalão (GO). Controlador de ambas as marcas é o mesmo.
EXPANSÃO – Chery, marca chinesa instalada em Jacareí (SP), anunciou expandir fábrica para produzir seu 3º modelo, o utilitário esportivo Tiggo 5. Aplicará R$ 400 milhões para lançá-lo em final de 2016. Enquanto isto importará o modelo com as vantagens do projeto Inovar-Auto.
POLO – Atraiu Prefeitura a parceria no Polo Automotivo e Tecnológico da cidade para agregar fornecedores. Primeiro é a Brazul, transportadora de veículos O Km. Quer mais 23. Vantagens como isenção de imposto de transmissão e IPTU por 4 anos.
CUSTOS – Peugeot 2008, novo crossover da marca, tem o menor custo de reparabilidade entre veículos nacionais e importados. Pode gerar redução dos custos de seguro.
CAMINHO – O 2008, agradável em linhas, habitabilidade e performance, tem raia própria dentre os recentes lançamentos da indústria nacional, fora da classificação de utilitário esportivo.
NEGÓCIOS – Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, tenta alisar relacionamento com Peru e Colômbia, à base do livre comércio, sem pagamento de impostos alfandegários. Mercados pequenos, mas de 450 mil veículos anuais. Destes, Brasil participa com menos de 30 mil. O Ministro, ao contrário do antecessor, é do ramo. De produtos, nada a importar.
SIMULADOR – Contran, órgão normativo do trânsito decidiu, novamente, tornar obrigatório a partir de 1º de janeiro de 2016 o uso de simulador de direção nas autoescolas, agora chamadas pomposamente de ´Centro de Formação de Condutores´. Medida vem sendo postergada desde 2013.
IDEM – Agência Nacional do Petróleo adiou, de novo, agora para 1º de julho de 2017, o fim da gasolina sem aditivo. Razão alegada, divergências entre local de aditivação – na distribuidora ou nos postos. Em matéria de trânsito e combustíveis o país é meio descompromissado com objetivos e prazos.
EM BRANCO – Nenhuma das 4 marcas de origem francesa operando no Brasil (Renault, Peugeot, Citroën e DS), todas com o estado como acionista, fez movimento para comemorar o 14 de Julho, data nacional, fim da monarquia.
PROMOÇÃO – Da Michelin promoção aos donos de caminhão: na compra de pneus, oferta de seguro de um ano e venda de bônus subsidiado para recapagem. Até 15 de dezembro.
PARCERIA – Touch Pizza e Ford somaram expertises. Primeira cadastra 2.000 pizzarias em 80 cidades. A do automóvel oferece smartphones em seu sistema SYNC. Junção de interesses permite motorista pedir pizza pelo celular. Só por perguntar: há entrega no engarrafamento?
BOND – Trailer de Spectre, novo filme do agente 007, disponível para instigar interesse em http://www.buzzfeed.com/scottybryan/here-is-the-full-trailer-for-the-james-bond-film-spectre#.xr22O15JXV Em carros, atrações: Jaguar CX75, protótipo de 2010 nunca viabilizado, e próximo lançamento, Aston Martin DB10.
NO AR – Honda, agora fabricante de aviões executivos a jato, iniciará vendas na América do Sul no LABACE, evento de aviação executiva em São Paulo, de 11 a 13 de agosto.
TECNOLOGIA – Nomeou representante a Líder Aviação, com apoios em todo o país. O Honda Jet transporta seis passageiros, tem sanitário integral, motores a jato GE/Honda sobre as asas, voo de cruzeiro a 420 nós/483 mph; altitude até 43 mil pés e autonomia de 1.357 milhas.
LIVRO – Vivência, interesse, talento permitiram ao jornalista Fernando Campos produzir livro sobre os esportes a motor em Goiás. Alentado levantamento com informações e fotos raras de corridas e pilotos. Uma referência do ramo. Não está em livrarias, comprável em rodasemotores30anos@gmail.com
GENTE – Francesco Abruzzezzi, informa o bom portal AutoData, é o novo diretor de vendas da GM Brasil. Italiano, era o diretor geral da Citroën no país. Marca já forneceu dois ex-DGs à concorrência. Número 2 de vendas na VW é Ivan Segal, antecessor de Abruzzezzi. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)