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Volkswagen define o futuro

Por razões desconhecidas, talvez a liderança no mercado doméstico local, talvez o fato de o novo presidente Pablo Di Si ser argentino, levaram a Volkswagen a anunciar seus projetos brasileiros no país vizinho. Atrelado à performance do Brasil, seu maior cliente, este ano em crescimento, arranhará 900 mil unidades, pouco mais de um terço das vendas no Brasil. O anúncio foi feito durante a festa de fim de ano da empresa, quando o executivo maior para o hemisfério sul e ex da empresa argentina, exibiu imagens num painel em inglês (explicou ter sido o mesmo empregado para defendê-los junto aos superiores da Alemanha), e contou projetos de produtos a cerca de 400 executivos, concessionários da marca e fornecedores. Injeção de entusiasmo, entre exibição de produtos com dados físicos e promessas de configuração imprecisa, porém, importante para motivar rede e fornecedores.

Em resumo >> Pretensão de Di Si é recuperar a liderança de vendas e participação de mercado no Brasil. Aparentemente, intenta somá-lo com o da Argentina e a recente e agressiva penetração nos demais países continentais para conseguir solidificar a sua posição, disputando a liderança. No geral anunciou: a marca terá 18 produtos novos e releituras até 2020. Por tamanho, o que vem por aí. Brasil, mercado maior, lidera a lista das 11 novidades informadas.

UP! – Versões, evoluções, como a mudança estética frontal criando espaço para receber outro radiador para o turbo maior da evolução do motor 1.0 TSi.

TAIGUN – O nome não será este de um protótipo apresentado num Salão do Automóvel. Será construído sobre plataforma do Up!, mas a certeza dos prejuízos causados por ausência ao setor e a disposição Renault, célere, constante e consistente em sua ascensão no mercado no qual participa com quatro SUVs, incluindo e assim chamado Kwid, acicatou a VW a fazer um concorrente. Não o classifica utilitário esportivo, mas traz um rótulo aparentemente criado pelo cinquentenário ectoplasma do diplomata e escritor Guimarães Rosa. Chama-o ´Crossover Utility Vehicle´, e o trata pelas iniciais “CUV”. Que sigla, Alah! Crê-se faze-lo sobre o Up!, de plataforma mais adequada e barata ante as multidimensões MQB e variações.

GOL – Tema em dois atos. Primeiro, versão dita AQ (Adeus, querido…?), extensiva ao Voyage, preparatória para a substituição. Bom site argentino Autoblog especula sobre uso da caixa automática Tiptronic, o que seria um ato de coragem.

QUESTÃO – Dificuldade com o Gol é o fato de ter sido o mais vendido do país. Hoje anda na 4ª posição, exigindo substituição. Para conter custos, a VW simplificou a plataforma, chamando-a MQB-A00. A00 indica o sucessor do Gol.

DESAFIO – Criado no Brasil por brasileiros, o Gol Sucessor, como chamado, sequer tem a garantia de empregar a mesma denominação. Mantém o velho parâmetro de ter comprimento igual ao do Fusquinha e o trabalho foi para oferecer mais habitabilidade e porta-malas, duas carências no veículo.

FOX – Passeando a ainda segura distância da beira do telhado, tem inexorável atração pelo vazio, para lá se encaminha. Terá versões Connect e Xtreme, de óbvio conteúdo buscando tecnologia e info diversão, e sugestão de valentia.

POLO – Com o seu meio irmão de três volumes, terá versões GTS, com decoração sugerindo esportividade.

SAVEIRO – Outro carro, sobre moderna plataforma do Virtus para ser maior, concorrente do Fiat Toro e do Renault Oroch, mirando a morfologia de 4 portas.

GOLF – Boa notícia, não sairá de produção, como insistentemente comentado pela discrepância entre conteúdo e vendas. Deverá receber novo trato estético.

NA ARGENTINA

TAREK – Designação como projeto do Tharu, compacto utilitário esportivo do segmento ´C´. Volkswagen corre atrás do lucro após omitir-se por mais de uma década sem participar deste segmento, o de maior expansão. Investirá US$ 650 milhões para adequar a fábrica de Pacheco para fazê-lo no espaço industrial hoje utilizado pelo CrossFox, lá chamado de Suran. Novidade do Tharu será a plataforma, informada como sendo a MQB-A, mesma do Golf VII, e não sua evolução MQB A0 aqui aplicada ao Polo, Virtus e à futura picape média em 2019.

AMAROK – Não sofrerá mudanças, como os concorrentes. Apenas ênfase no uso do motor V6, atualização tecnológica em info diversão e conforto, com destaque em característica pouco explorada: ter o rodar mais próximo ao de um automóvel de passeio.

T-CROSS ESTÁ PRONTO – A Volkswagen não tomou cautelas maiores para o teste de inverno no Hemisfério Norte, e foi-se à Lapônia com o T-Cross para últimas validações de engenharia e reações sob temperaturas externas extremamente baixas. O site inglês Carbuyer registrou e divulgou.

T-Cross: próximo passo da VW para voltar à liderança, está pronto (Foto: Carbuyer)
T-Cross: próximo passo da VW para voltar à liderança, está pronto (Foto: Carbuyer)

No mercado será mais um dos utilitários esportivos VW, e no caso uma variação da nova família Polo e Virtus, com lançamento previsto para o próximo ano. Estilo conhecido, com rasgos de liberdade, alguma escola de design permitindo ser chamada Sóbria Faceira. Foto exibe rodas em aço, faróis com lâmpadas halógenas, mas a crença é ter versões elevadas com mais acessórios, tipo rodas em liga leve e luzes em LEDs. Em motorização deve empregar os coringas da marca, 1.0 três cilindros com turbo e 1.6 de quatro cilindros, aspirado.

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RODA-A-RODA

CAMINHO? – Fábricas japonesas de motocicleta evoluíram para a produção de automóveis, com estrelismo para Honda e Suzuki. Yamaha não se aventurou, apesar de, há duas décadas ter revolucionado ao desenvolver novos motores em alumínio e ligas leves para a Ford.

Marcante em estilo, picape protótipo da Yamaha
Marcante em estilo, picape protótipo da Yamaha

SERÁ? – Empresa anunciou uma picape tipo ´carro de sonho´. Chama-o Cross Hub Concept, e é curiosa evolução dos representantes no setor: duas portas, cabine suavemente estendida, quatro lugares, santantônio incorporado à caçamba, facilidade de uso. Não teve indicativo industrial, mas parece balão de ensaio.

REVISTO – Jeep apresentou imagens do Cherokee 2018 com mudanças estéticas na frente, traseira, para-choques e de motorização. Dedica-se a enfrentar o novo VW Tiguan de 7 passageiros. Dados maiores no Salão de Detroit em janeiro.

Cherokee: mudanças no design e motorização
Cherokee: mudanças no design e motorização

GARANTIA – Com quase 40 dias de antecedência, a VW convida a imprensa ao lançamento do Virtus, sedã inspirado no novo Polo. Ante a quantidade de marcas e novidades a apresentar, ultimamente se sobrepondo e arrasando agendas dos jornalistas, resolveu se antecipar, marcando espaço, evitando atropelamentos.

CURIOSIDADES – JAC Motors distribuiu comunicado de imprensa basicamente repetindo as informações oferecidas pela nossa Coluna com anterioridade sobre montagem em Goiás. Mas, curiosamente, não indicou a cidade para a operação, mas declarou produção de 35.000 unidades anuais.

MAIS – Nas curiosidades, informou iniciar montagem em 24 meses e cumprir, no primeiro ano, as oito etapas industriais previstas no programa Inovar-Auto que se encerra neste mês, dois anos antes da operação da JAC…

CAMINHO – FCA, Fiat Chrysler, iniciou aplicar exoesqueleto na produção de motores. Trata-se de espécie de colete biomecânico vestido pelos operadores feito para absorver pesos, poupando o funcionário de maiores esforços.

O 4.0 – Cinco conjuntos para pernas, braços e tronco serão utilizados na fábrica de motores em Campo Largo (PR) e os demais em Córdoba, Argentina, onde fará o sedã Cronos. O artefato faz parte do grande e rápido processo de mudanças industriais genericamente chamado de ´Indústria 4.0´.

FORNECEDOR – Diesel Shell será combustível do primeiro abastecimento dos caminhões Mercedes-Benz. Raízen, representante da Shell, instalou posto dentro da fábrica Mercedes em São Bernardo do Campo(SP).

TROCA-TROCA – Negócio amplo. O diesel da Shell será o combustível recomendado pela fábrica de caminhões, e a Raízen sugere a seus fornecedores em logística e transporte usem caminhões MB.

DURA LEX – Antigo brocardo de juridiquês: Dura Lex, Sed Lex, alguma coisa como “A lei é dura, mas é lei”, será muito lembrada neste país leniente: o Diário Oficial da União publicou Lei 13.456, alterando o Código de Trânsito Brasileiro, definindo:

CANA E CANA – Dirigir sob efeito de álcool ou qualquer outra substância psicoativa determinante de dependência, gerará prisão imediata e pena de 5 a 8 anos de reclusão. Sem papo: bebeu, dançou.

CROWN – Excelente série Netflix sobre realeza e foco na Rainha Elizabeth II, em sua segunda temporada exibiu a tomada do Canal de Suez pelo coronel egípcio Gamal Abdel Nasser, e o desgaste do governo inglês em trapalhada para, junto com franceses e israelenses, tentar retomar a passagem, sendo exemplados pelo restante do mundo.

CONSEQUÊNCIA – Expôs más consequências para os ingleses, mas esqueceu item importante na história do automóvel: o fechamento de Suez, cessando o abastecimento de petróleo à Europa durante o inverno, motivou a mudança radical no projeto dos automóveis ao final dos anos ´50 e início dos ´60.

MOTIVO – A falta do petróleo provocou excessiva taxação sobre carros com motores e consumo maiores, instigando novos projetos para carros menores, mais leves, grupo moto propulsor na dianteira ou traseira. Foi o responsável, por exemplo, pelos marcantes Simca 1.000 e pelos míticos Morris Mini. Nasser nada entendia de automóveis, mas fez a tomada de Suez e os redefiniu.

MECÂNICOS – Apesar da dúvida quanto a data de comemoração do Dia do Mecânico (1 ou 20 de dezembro?) a atividade se torna atrativa a quem quer pensar acima das porcas e parafusos. Frota cresce exponencialmente e há poucos especialistas para a manutenção exigindo conhecimento de férrea mecânica e etérea eletrônica.

EXPANSÃO – Projeto de crescimento da TAP no Brasil indica mais quatro voos semanais para São Paulo, um para Brasília, outro para Belo Horizonte e fomento de ligações com Florença, Itália e Londres (Inglaterra), usando Lisboa como ´hub´.

RETÍFICA RN – Nota sobre o livro “Picapes Chevrolet – robustez que conquistou o Brasil”, citado na Coluna passada, derrapou. Coautor com Fábio Pagotto é Rogério De Simoni.

FUTURO – Sem representante na Fórmula 1, resultado da falta de projeto nacional para ter um piloto brasileiro na disputa do espetáculo mais televisado do planeta, o surgimento de novos nomes dá esperanças. Alberto César Otazú, apoiado por Braspress/Instituto Desenvolve/Alpie Escola de Pilotagem e HT Pro Nutrition conquistou a 50ª vitória em apenas 10 meses no primeiro degrau do automobilismo.

GENTE – Tatiana Carvalho, jornalista, volta à FCA para atender a área de imprensa da Fiat em São Paulo. OOOO Adão Moreira da Silva, artífice de frisos para veículos antigos, passou. Era o conhecido Adão dos Frisos, de Viamão (RS). Impecável em seu serviço perfeito. Será sucedido pela nora. OOOO

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Novo Jeep Wrangler: o melhor melhorou >> Desafio para a FCA (Fiat Chrysler Automobiles), melhorar seu mítico produto, o Jeep, sem perder a identificação visual e implementar sua capacidade de vencer dificuldades fora de estrada, cumprir sua missão atávica: ser capaz de abrir seu próprio caminho. Tudo indica, conseguiu, de acordo com o exposto para a nova linha recém apresentada no Salão de Los Angeles, e com vendas ao mercado norte-americano a partir de janeiro. Manter a história do mais mítico produto da história do automóvel começou por continuar a produção na fábrica original, em Toledo (Ohio), muito distante de Detroit, meca do automóvel nos EUA. Mas há um grande pacote de inovações, desde o intenso uso de alumínio na carroceria e mecânica, como grande implemento nos sistemas de transmissão para aumentar habilidades de vencer obstáculos. As três versões do Wrangler, Sport, Sport S e Rubicon e a Sahara, com quatro portas, têm sistemas específicos de transmissão praticamente definindo a capacidade de vencer dificuldades. Aos passageiros, melhor conforto interno e de rolagem, segurança e tecnologia.

Wrangler 2018: Jeep cada vez mais Jeep
Wrangler 2018: Jeep cada vez mais Jeep

Motores EcoDiesel V6/3.0, V6/3.6 litros PentaStar, 2.0 com turbocompressor, injeção direta e 270 cv. Este com transmissão automática deverá ser o mais vendido. Para outros desafios, transmissão manual com seis velocidades na versão Rubicon oferece redução de transmissão em 84,2:1! (Os artigos e matérias assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna: Roberto Nasser)