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EcoSport 1.5: como anda o Frestyle de 3 cilindros?

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O projeto original do EcoSport aqui no Brasil foi o responsável por inaugurar um segmento que não existia no país: o de SUVs compactos. Firmou-se e imperou absoluto durante anos em primeiro lugar nas vendas do seu nicho que, à época, era pouco explorado.

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Desdobramentos >> A história é famosa: somente uns 7 anos depois, a Renault foi a primeira a contra-atacar o EcoSport lançando o Duster, um SUV compacto com as mesmas características. Depois vieram o Honda HR-V, Hyundai Tucson, Jeep Renegade, Renault Captur, Nissan Kicks, Peugeot 2008 e por aí vai…

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No intuito de tentar retomar a liderança, agora em 2017 a Ford relançou o EcoSport com um novo projeto que alterou alguns detalhes cruciais, eliminando pontos considerados problemáticos no carro, como por exemplo, o isolamento acústico e o painel que era considerado espartano demais.

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Mudanças >> As principais modificações na parte externa foram os novos faróis, os para-choques e a grade, que está maior do que a do carro anterior. Mas as mudanças mais radicais ocorreram mesmo na parte de dentro. O volante multifuncional está mais completo e praticamente todas as funções podem ser vistas numa tela central que comporta, dentre tantas informações, os controles de som e GPS. Na instalação dessa tela central, a Ford seguiu uma tendência inaugurada pela Mercedes-Benz com a tela central fixa no centro do tabelieur. Sinceramente, não gosto. Prefiro a inteligente solução que a Audi criou com telas multimídia escamoteáveis que, ao toque de um botão, podem ficar escondidas.

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Novo motor >> A unidade cedida pela Ford do Brasil e por mim avaliada foi a Freestyle 1.5, que é a mais vendida desde 2006, ocupando pouco mais de 50% das comercializações da gama do EcoSport. A configuração testada tinha câmbio automático de seis marchas, mas existe o mesmo catálogo com caixa manual de cinco velocidades.

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Esse motor ´flex´ chamado de “1.5 TiVCT” é da família Dragon e importado da Índia. Ele tem 1.500 cm³, apenas 3 cilindros, 12 válvulas e potência máxima de 137 cv com torque de 16,2 kgf.m. Subistitui o antigo motor 1.6 de 4 cilindros e 131 cv. Na versão topo de linha Titanium, a Ford oferece uma unidade 2.0 com 176 hp de força.

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Aspectos gerais >> Acho que os dois pontos altos desse EcoSport 1.5 é o seu bom isolamento acústico e o padrão de acabamento interno. As costuras são alinhadas, o couro é de boa qualidade, o volante é minuciosamente bem finalizado e os comandos da tela multimídia são facílimos e de rápida assimilação. Os deslocamentos saindo da imobilidade são notavelmente mais espertos do que as retomadas. A unidade de 137 cv tem até uma boa potência, mas o torque na alta deixa a desejar. O consumo segue a média do mercado: 7,1 km/litro na cidade e 11,8 km/litro na estrada quando abastecido somente com gasolina.

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No ano que vem, a Ford deverá equipar a linha Focus com esse mesmo motor 1.5 de 3 cilindros só que, dotado de turbocompressor. O novo conjunto deverá oferecer 178 cv de potência e torque mais alto até do que o oferecido pelo propulsor 2.0. Se o projeto está pronto, por qual razão não anteciparam essa excepcional solução já para esse SUV?

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Impressões >> O EcoSport 1.5/3 cil./automático é bem agradável de se guiar na cidade. A direção elétrica é muito direta, o sistema de freios é eficaz e a câmera de ré auxilia demais as manobras de estacionamento. A versão com câmbio manual custa R$ 81.490 e a automática (objeto desse test-drive) tem preço final nas concessionárias Ford de Alagoas de R$ 86.490. O modelo é confortável para as duas pessoas que vão sentadas na frente, mas falta espaço para as pernas dos adultos que vão nos assentos traseiros. Outro detalhe que, pessoalmente me incomoda: o estepe posicionado do lado de fora da tampa do porta-malas é antiquado e em desuso nos projetos similares atuais. Não houve como a Ford alterar isso, pois o projeto de antes de 2003 não oferece espaço para o pneu de estepe nem dentro do porta-malas, nem embaixo do assoalho dele.

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Veredicto >> O EcoSport tem um nome fortíssimo, talvez o mais sólido do Brasil nesse setor de SUVs compactos, mas o seu design (apesar das últimas mudanças) tornou-se conservador demais. Ele merecia uma radicalização na mudança estética externa. A sede pelo ´novo´ tem dimensões que a racionalidade não consegue compreender. Do outro lado da montanha, a razão em números: em setembro de 2017 o Ecosport ficou em 5º lugar nas vendas, ainda sem dar grandes sinais de reação após esse importante ´face lift´. (Fotos: Ricardo Lêdo/Gazeta de Alagoas)

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