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Singer: a essência mais pura do idolatrado Porsche 911

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É até difícil de acreditar, mas, após 51 anos em produção, o Porsche 911 ainda existe e é adorado, apesar das tentativas da própria Porsche em querer eliminar e substituir o seu amado ícone por algo mais moderno. A marca 911 é tão atraente para os consumidores, que até mesmo os modelos que não são especificamente um ´911´, como por exemplo, as configurações 930, 964, 993, 996 e 997, assim passaram a ser definidas como tal desde 1990.

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O mais puro dos Porsches >> O 911 legítimo com motor completamente refrigerado a ar e sem interferências drásticas no seu conceito esportivo primário foi construído entre 1964 e 1989. Depois disso, por imposição das novas legislações de emissões, obrigatoriedade de inéditos sistemas de segurança e, é claro, pela luta constante com a concorrência, a Porsche teve que “evoluir” os tipos 964 e 993.

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Os fãs mais puristas se entristeceram no final de 1989 ao saber que talvez esse fosse o último ano da produção do Porsche 911 com motor a ar, no entanto, somente em 1997 é que a empresa alemã tomou a iniciativa de introduzir o primeiro 911 com motor à água. O lendário esportivo a ar estava correndo risco, mas, mesmo descontinuado nessa configuração, manteve a aura de carro imortal.

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Mudanças >> Entre 1997 e início de 1998, a versão Carrera 996 (que, apesar dessa designação, também ficou conhecida como “New 911…”) apareceu no mercado com carroceria um pouco maior e motor de 6 cilindros refrigerado à água. Esse propulsor de 4 válvulas por cilindro iria ajudá-lo a atender às demandas de energia e requisitos de emissões.

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Enquanto os primeiros 911 eram amados pelo som único do seu motor – um rosnado barítono exalado pelas finas paredes do cilindro – esse novo Porsche cheio de evoluções técnicas e abafadores termo-acústicos, começava a dissipar, em nome do lucro e da modernidade, o forte caráter do 911 legítimo, totalmente mecânico e de interação exata com o condutor.

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Porsche Singer: a ressurreição de um ícone >> A chegada da família 996 com partes e conceitos mecânicos compartilhados com o Porsche Boxster (sem dúvida um carro mais moderno que o 911, porém, menos amado), ampliou o desejo dos fãs por um 911 puro com sua alma verdadeiramente esportiva.

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(A parte boa da história começa aqui!). Foi então que, em 2009, surgiu na Califórnia a “Singer Vehicle Design”, uma firma formada por engenheiros mecânicos e designers apaixonados pelo primeiro 911.

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E qual o foco dessa empresa? Simplesmente fazer renascer a lenda 911 com melhoramentos em segurança, mas com a manutenção da essência inicial dessa linhagem. A preocupação da turma da Singer Vehicle Design é manter a magia ao volante do carro esportivo mais desejado de todos os tempos.

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Reforma total >> Um Singer 911 é, para muitos, mais do que um ´simples´ Porsche: é a reinterpretação e renascimento dos primeiros carros desse tipo. Ele Singer representa a fusão da pureza original do 911 com materiais modernos, design e tecnologias atualizados. Esse lindo projeto, sem dúvida, resgata a essência dos primeiros 911 da idade de ouro desse modelo.

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Como uma espécie de celebração apaixonada por esse esportivo, a Singer Design desmonta cuidadosa e completamente o que eles chamam de “carro doador”. Para a transformação, os engenheiros preferem Porsches fabricados entre 1969 e 1989. O carro é despojado da sua ´concha´ para começar o processo de reinvenção. A carroceria totalmente nua recebe um trabalho especial para ter ampliada a rigidez torcional do monobloco. A estrutura do veículo é reforçada num procedimento moderno de solda e, depois disso, a espinha dorsal recebe uma segunda pele de fibra de carbono para ajudar ainda mais na rigidez.

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Alguns detalhes estéticos (como o alargamento dos para-lamas e adoção de spoiler) são feitos em Kevlar e, além de servirem como adornos aerodinâmicos reais, também fazem parte da estrutura mecânica do monobloco.

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Suspensão moderna >> Todo Singer 911 ganha uma suspensão de corrida. Barras de torção, molas, amortecedores, buchas, borrachas, porcas, arruelas, etc… são criteriosamente escolhidos para proporcionar firmeza e leveza ao carro. Componentes da Bilstein, Dampers Moton, Eibach, Brembo e de outros importantes fabricantes de carros de pista, são adicionados ao novo automóvel.

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O critério de qualidade é tão exigente que peças de aço, alumínio e até titânio entram na brincadeira. O bólido é equipado com um moderno sistema de direção eletro-hidráulica que proporciona leveza nas manobras paradas, mas, muita firmeza em altas velocidades. Para se ter uma ideia da eficácia dos freios desse carro, o projeto todo foi desenvolvido em parceria com a Brembo, com pinças enormes e conceitos herdados do monstruoso Porsche 917 de corrida.

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Na frente, as rodas de alumínio forjado da Zuffenhaus com desenho de trevo de cinco folhas, são embrulhadas com pneus Michelin Pilot Sport Cup 225/45/17. Na traseira as medidas são 275/40/17.

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Motores e transmissão >> Os propulsores que equipam esse esportivo recebem sérias mudanças, a começar pela evolução do volume, já que passam de 3.6 para 3.8 litros. As unidades de 6 cilindros boxers (contrapostos) geralmente são oferecidas sem o uso do turbocompressor e podem ser desfrutadas em versões de 360 ou 420 hp de potência.

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Dependendo do gosto do cliente, o motor viaja para a Inglaterra, recebe as poções mágicas da Cosworth e volta tilintando o mais estonteante som que um 911 pode exalar. E tem mais! Novamente ao gosto do proprietário, a unidade pode ser equipada com carburadores quádruplos ou com um moderníssimo sistema de injeção de gasolina.

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Toda a força do motor é administrada por uma quase indestrutível transmissão manual G50 de 6 marchas. A embreagem de carbono é capaz de suportar o pior dos maus tratos que algum desmiolado possa oferecer a uma linda joia dessas.

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Enfim… >> Um Singer 911 demora anos para ficar pronto, já que a fila de espera é enorme e os clientes são selecionados. Por dentro a arquitetura é a mais simples possível. Os bancos podem ser mais macios ou firmes e com formato em concha. Não há Airbags e, muito menos, isolamentos acústicos, já que a ideia é se escutar ao máximo o som do motor e sentir o trabalho da suspensão.

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Evidentemente, por se tratar de um carro muitíssimo especial e caro, há mimos disponíveis, como sistema de navegação com GPS Garmin, ar-condicionado e também aparelhagem de som de alta qualidade, se bem que a preferência do fabricante é entregar apenas um rádio AM/FM como opção de entretenimento…

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Com estilingadas que podem chegar facilmente aos 8.000 rpm, o Porsche Singer 911 doa uma diversão inimaginável ao volante. Sua direção é quase tão direta como a de um Porsche de corridas e ele acelera de zero a 100 km/h em menos de 4 segundos. Cada toque no acelerador impressiona pela sua resposta imediata e, mais do que isso, a capacidade de frenagem e equilíbrio de suspensão são realmente impressionantes. Na língua inglesa ´singer´ quer dizer ´cantor´. Não ao pé da letra, mas imagino que os geniais profissionais dessa garagem dos sonhos certamente devem ter se inspirado no som do escapamento para assim batizar esse veículo. Para os que admiram essa marca, como eu, um Porsche Singer 911 é o píncaro de uma doce epopeia sobre quatro rodas… (Fotos: divulgação)

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